Artigo: O duro golpe contra os trabalhadores

O governo de Bolsonaro nasceu da revolta do povo brasileiro, contra os desmandos das gestões petistas passadas, os saques aos cofres públicos e ao caixa 2 das grandes empresas que patrocinavam as campanhas políticas em troca de benesses. Esse descontentamento da população dividiu o país em dois polos de disputa: os “Petralhas” e os “Bolsominios”. Como resultado deste embate dos extremos, os defensores da disseminação do ódio acabaram vencendo a eleição, com um candidato da ultradireita que o povo brasileiro tinha idolatrado como o governo do povo e do trabalhador que assumiria o Palácio do Planalto para passar o Brasil a limpo, continuar com a operação lava jato e acabar definitivamente com o caixa 2, mas quase todas as promessas de campanha nunca foram cumpridas.

Em dois meses de gestão, só assistimos a um governo que não tem nenhum projeto concreto para retirar o nosso país da crise econômica e garantir a retomada dos empregos tão prometidos durante a campanha eleitoral. Apesar dos chavões do fim da criminalidade, da retomada da segurança e da paz nas grandes cidades, inclusive os seus planos mirabolantes nunca saíram do papel. Esse novo governo serviu apenas para proteger os políticos beneficiados pelas candidaturas de laranjas, acomodar os velhos políticos sem partidos e os aliados do ex-presidente Michel Temer que ficaram sem mandatos.

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Rosana Nascimento/Foto: Reprodução

Até agora, a única decisão desse governo foi de revogar o estatuto do desarmamento, que vai de encontro ao grande desejo do povo brasileiro contrário à proposta, legalizar a matança de civis em nome da legítima defesa. Diante da reação da sociedade contra a reforma da Previdência, que aumenta a idade mínima para 65 anos e estabelece 40 anos de contribuição, ele elegeu como alvo do seu ódio, o movimento sindical. Quem votou por revolta, pelos roubos e corrupção já começou a ficou indignado com esta reforma da Previdência e perceberam o desespero do superministro da Economia de buscar convencer a sociedade da necessidade da reforma e até mesmo negociar cargos e nomeações no segundo escalão do governo, com os parlamentares no Congresso Nacional, para garantir a aprovação desta reforma que penaliza os trabalhadores, os deficientes físicos, idosos e os trabalhadores rurais.

O governo de Bolsonaro excluiu as políticas da diversidade, afirmativas, das mulheres e dos indígenas. Em contrapartida, acabou com ministérios que atendiam as políticas sociais como a reforma agrária e demarcações das terras indígenas ( mesmo quase não funcionando, recebia a demanda e reivindicações da sociedade civil). O povo e o movimento social ficaram acuados, pois qualquer crítica ao atual governo, os ditos “Bolsominios” recorriam às redes sociais para os acusarem de defender ladrão, corruptos e criminalizar quem se posicionasse contrário ao presidente da “arminha”. Por ser um governo nascido da revolta e não ter aproximação com a sociedade civil organizada e por estar sendo desmascarado por não saber o que fazer com as medidas inconstitucionais, e já começou a perder muitos apoiadores que acreditavam em suas promessas de campanha. Agora está direcionando o seu ódio ao movimento social e sindical, tornou o movimento dos sem-terra como terrorista e por último ataca os sindicatos, através de uma medida provisória.

Duro golpe – Ao baixar essa medida provisória, o governo que tem como único objetivo, fechar tudo o que representa a luta social e sindical, aplica um duro golpe no movimento sindical, principalmente quando busca acabar com a obrigatoriedade do pagamento mensal da contribuição sindical dos filiados, para que os trabalhadores paguem com o boleto bancário. Não resta dúvida, que o movimento social e sindical, nunca foi tolerado por empresários sonegadores e religiosos fundamentalistas, mas a grande jogada dos apoiadores de Bolsonaro é acabar com estas organizações, para que os trabalhadores brasileiros não tenham mais poder de mobilização. Por não ter na base de sustentação políticos com compromisso com a causa social e muito menos na sociedade civil organizada, Bolsonaro busca governar por meio de medidas provisórias e, por este medo, tem sido contraditório, as suas ações em muitos casos consideradas inconstitucionais.

Decretou o fim da reforma agrária que é inconstitucional, logo teve de voltar atrás, em seguida, o seu ministro da Educação ganhou notoriedade ao enviar carta para os diretores das escolas públicas e privadas determinado que as crianças matriculadas cantassem o hino nacional e o slogan de campanha do então candidato, com a reação da sociedade, ele teve de voltar atrás. E por último, a tentativa de acabar com a organização dos trabalhadores e sindicatos, baixando uma medida provisória com o fim da obrigatoriedade de desconto em folha para pagar a mensalidade em boleto bancário, sabendo que isto é inconstitucional. Portanto, busca com isso, dificultar que os nossos filiados paguem o sindicato, para que o movimento sindical fique sem poder de mobilização neste mês, quando o seu super ministro da Economia buscará nos empurrar “guela-abaixo” uma reforma previdenciária que retira os poucos direitos que ainda nos restam como trabalhadores. Engana-se Bolsonaro, os trabalhadores sempre encontram saída para as piores crises dos políticos e do capital e nesta situação não será diferente, os trabalhadores e o movimento social e sindical, que legitima a democracia, encontrarão o caminho neste governo até então desastroso.

É presidente regional da Central Única dos Trabalhadores no Acre (CUT/Acre)

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