Na saída no octógono, instantes após a vitória sobre Derrick Lewis no UFC Wichita no sábado (09), Junior Cigano misturava a euforia do nocaute com a firmeza no olhar de quem ainda quer voltar ao topo entre os pesos-pesados. O brasileiro nocauteou o americano, que estava na terceira colocação do ranking, e quer melhorar sua posição entre os pesos-pesados. Antes da vitória, Cigano ocupava a oitava colocação.
“Eu não sei como esses caras passaram na minha frente no ranking. Sempre estive entre os melhores, desde minha estreia no UFC, sempre estou enfrentando os caras mais duros. Mas não adianta reclamar. Tenho que seguir o meu trabalho. E o cinturão, queiram eles ou não, vai acontecer. É sempre importante adicionar algo quando se vai lutar com alguém. Meu objetivo é o cinturão, então não adianta eu lutar contra o décimo-quinto do ranking, e é capaz até de eu perder posição do jeito que estão fazendo aí. Espero que me deem um cara bem ranqueado”, diz.
Perguntado sobre uma eventual luta contra Francis Ngannou, que já poderia ter acontecido em 2017 – Cigano foi flagrado em um exame antidoping com uma substância proibida, mas em seguida acabou sendo inocentado – o brasileiro mostrou-se animado com a possibilidade, fazendo apenas uma ressalva.
“Acho ótimo. Essa luta já deveria ter acontecido há algum tempo, mas por causa de uma situação bizarra, ela não aconteceu. Talvez agora ela saia do papel. Eu quero me manter ativo, mas a minha família vem antes da minha carreira. Minha filha nasce em maio, e preciso me preparar para recebê-la. Provavelmente voltarei a lutar no fim de agosto”, salienta.
Junior Cigano superou Lewis por nocaute no segundo round, mas chegou a ser derrubado pelo adversário em um contra-ataque inusitado, no primeiro round. O brasileiro conseguiu aplicar um forte chute no corpo de Derrick, que se abaixou sentindo, e logo depois contra-atacou. Cigano chegou a cair com o soco dado por Lewis, mas não perdeu o controle da luta e se recuperou.
“O professor Dórea até tinha me pedido para ter cuidado, porque a gente tinha estudado o Derrick. Se ele mostra que sente algum golpe, não é para ir pra cima com tudo, porque ele tenta capitalizar aquele momento. E foi o que aconteceu. Meu chute rodado pegou bem, ele sentiu, e eu fui com vontade, mas ele mandou um mata-cobra, só que não pegou. Eu tive que me reorganizar ali. ‘Calma, tem mais cinco rounds pela frente… Vamos fazer a coisa com calma’. E a chance dele era essa. Ainda bem que tive experiência o suficiente para manter a calma e lutar bem”, comenta.