Crise na Saúde deve pautar debates na Assembleia Legislativa na semana que vem

O dia mal havia amanhecido, quando nesta quarta-feira de cinzas (06) as ruas ainda registravam a presença de alguns retardatários ressaqueados na difícil tarefa de voltar para casa após cinco de festas, e o deputado estadual Roberto Duarte (MDB) já estava a postos, como um guerreiro indígena armado de tacape, a bordunar a cabeça do governador Gladson Cameli e de seu secretário de Saúde, Alysson Bestene. As críticas do parlamentar antes mesmo de atividades públicas voltarem ao normal após o período de Carnaval voltaram a ser em torno da má prestação de serviços na área de saúde. O deputado estadual José Bestene e o secretário de Saúde, Alysson Bestene, responderam ao parlamentar do MDB.

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Alysson Bestene/Foto: Reprodução

“Temos que vencer o caos”, disse o deputado Roberto Duarte, num claro sinal de que, na semana que vem, o tempo vai fechar lá pelas bandas da Assembleia Legislativa em relação ao setor de saúde. Embora eleito por um dos partidos da coligação que apoiou a chapa encabeçada pelo governador Gladson Cameli, Roberto Duarte tem sido, na Assembleia, um crítico ácido do governo e, até aqui, escolheu o setor de saúde como mola propulsora de seu mandato. O problema é que, bem ao lado dele, senta-se ninguém menos que o experiente deputado José Bestene, dirigente do Progressista (mesmo partido do governador) e tio de Alysson Bestene, o escolhido por Duarte como secretário a ser massacrado.

“Nos últimos dias, tenho recebido dezenas de reclamações a respeito do caos que está se tornando a saúde do nosso Estado. Macas pelos corredores, falta de medicamentos e material hospitalar para atendimento aos pacientes, são as principais reclamações”, disse o deputado Duarte. “Na semana passada, estive reunido com representantes de diversos sindicatos que integram à saúde do Estado, onde expuseram seus anseios e decepções com a atual gestão”, disse.

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Roberto Duarte/Foto: Reprodução

De acordo com Duarte, o atual governo, com quase 70 dias de gestão, não tem mais como colocar a culpa pelo caos no governo passado. “Não temos mais como culpar à administração passada pelo caos instalado na saúde, esse tempo está se esgotando”, disse. “O Governo do Acre já deveria ter preparado um levantamento com um diagnóstico da Saúde no Estado e a elaboração do Plano Estadual de Saúde. Somente assim, teríamos o mínimo de confiança no trabalho que está sendo executado. Pra dar certo, a gente precisa fazer dar certo. Infelizmente ainda não avançamos na área de saúde. Gladson Cameli precisa dar uma resposta urgente ao povo do Acre. A Saúde deve ser questão prioritária”, disse.

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José Bestene/Foto: Reprodução

Ouvidos por o ContilNet, os dois Bestenes, tio e sobrinho, fizeram questão de responder ao deputado. Bestene tio, o deputado, afirmou que seu colega deveria também observar que a alta demanda nos hospitais e Upas se devem à falta de atendimento nas UBS (Unidades Básicas de Saúde). “Agora, em tempos de redes sociais, é fácil alguém chegar num hospital, filmar e publicar dizendo que foi mal atendido. O que não fica claro é o esforço que se vem fazendo para superar esses problemas”, disse José Bestene.

O secretário Alysson Bestene disse, por sua vez, que os problemas devem ser minorados a partir do mês quando a Secretaria de Saúde deverá contratar pelo menos mais 400 profissionais de saúde, a maioria médicos, através de um processo simplificado cujo edital está sendo preparado. “O que parece que o deputado não quer enxergar é que encontramos o setor de saúde no caos absoluto”, disse.

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