De gigante a nanico, PT já foi avisado sobre quem agora manda na FPA

Rota de colisão

A briga política nas eleições municipais do ano que vem pode colocar em campos opostos os mais antigos e unidos aliados da Frente Popular do Acre (FPA): o PT – que continua em processo de declínio – e o PCdoB, que mandou avisar que não mais aceitará o papel de coadjuvante do primeiro.

Conferência

O recado foi dado no último dia 9 de março, durante uma conferência extraordinária do PCdoB em Rio Branco, na qual se debateu o papel da sigla em relação aos governos estadual e federal, os passos a serem dados até as eleições de 2020 e a fusão com o PPL (Partido Pátria Livre).

Musculatura

O encontro em Rio Branco foi consequência das conferências realizadas em todos os municípios do interior do Acre. Foi ao final dela que o deputado estadual Edvaldo Magalhães insinuou que o PCdoB adquiriu, nas últimas eleições, musculatura suficiente para liderar o que o ele chamou de ‘processo de reunificação da FPA”.

Recado cifrado

“O resultado das eleições nos relegou o papel de oposição e não vamos abrir mão do papel que o eleitor nos deu. Isso inclui a recuperação do polo popular em que sempre atuamos”, disse Edvaldo Magalhães, em uma espécie de recado cifrado aos companheiros do PT.

Guerra de nervos

Ao que tudo indica, enquanto os companheiros se inclinam a apoiar a reeleição da prefeita Socorro Neri (PSB), os camaradas tendem a iniciar uma guerra de nervos – seja para assegurar a indicação do vice na chapa majoritária, ou quem sabe até apresentando um nome para concorrer à prefeitura.

Entrelinhas

A decisão do vereador Eduardo Farias, anunciada dois dias antes da conferência estadual do PCdoB, corrobora essa tese. O parlamentar renunciou ao papel de líder da prefeita Socorro Neri na Câmara de Vereadores após assumir a presidência do PCdoB. E esclareceu que a decisão lhe daria maior liberdade nas tratativas com vistas às eleições de 2020.

Falando grosso

De volta a Edvaldo Magalhães, ao final da conferência do partido, no dia 9, ele chegou, inclusive, a cogitar a troca de nome da sigla sob a qual o PCdoB e o PT viveram 20 anos de matrimônio político no Acre.

É o que penso

Quem fala nesse tom, sem antes consultar os aliados, não tem a intenção de se deixar dobrar por contrapropostas.

Futuro incerto

Quanto ao PT, que vem adiando o debate sobre o futuro incerto, a situação vivenciada pelo partido na conjuntura política de 2020 na Capital se repete no segundo maior colégio eleitoral do Acre – onde as duas maiores forças políticas, de um lado representadas pelo atual prefeito Ilderlei Cordeiro (Progressistas), e por outro pelo antecessor Vagner Sales (MDB), ainda seguem como as mais cotadas para vencer as eleições para a prefeitura de Cruzeiro do Sul.

Destaque

O deputado federal Alan Rick (DEM) se destacou no encontro ocorrido nesta terça-feira (12), no Ministério das Relações Exteriores, tendo de um lado o governador Gladson Cameli (Progressistas) e a bancada do Acre em Brasília e do outro o chanceler Ernesto Araújo.

Sonho antigo

A reunião foi motivada pelo antigo sonho de efetivar o intercâmbio comercial entre o Acre e o Peru.

Barreiras

Alan diz ter aproveitado a oportunidade para reiterar a necessidade de “acabarmos com as barreiras fitossanitárias impostas pelo governo peruano à carne brasileira e, consequentemente, à carne acreana”. Segundo ele, essa é atualmente uma pauta essencial ao desenvolvimento do agronegócio do Acre, pois o Peru tem uma série de regulamentações que impedem o comércio do produto e limita as trocas bilaterais.

Passo à frente

À coluna, o deputado federal do DEM enviou a seguinte mensagem: “Além disso, me prontifiquei a enviar documentos sobre o tema ao Ministério, para que o Chanceler Araújo possa se informar mais sobre o assunto, e já o fiz”.

Encontro Acre-Peru

“Solicitei, por fim, que encaminhemos uma reunião no Acre com representante de ambos os países. Sugeri que o próprio Chanceler desempenhe o papel de mediação nesse encontro, pois precisamos que estes entraves sejam resolvidos com celeridade para que o comércio acreano possa crescer e florescer cada vez mais”, conclui Alan Rick.

Descontentamento

Tanto quanto o prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (MDB), a publicitária Charlene Lima (PTB) não está nada contente com a divisão dos cargos públicos estatais no município.

Sem ruptura

Mas ao contrário de Serafim, que anunciou rompimento com o governador Gladson Cameli, ela faz a ressalva de que segue na aliança política. Pelo menos por enquanto.

Questão de ordem 

A respeito da extinção das pensões vitalícias para ex-governadores do Acre, quero lembrar que em julho de 2017, a então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, deferiu pedido do estado de Mato Grosso do Sul para suspender a execução de acórdão proferido pelo Pleno do Tribunal de Justiça estadual (TJMS), que assegurava ao ex-governador Zeca do PT o direito ao subsídio mensal e vitalício.

Trecho

Segundo o texto publicado no site do STF, “O Procurador-Geral da República, ao emitir parecer sobre a questão, opinou pelo deferimento do pedido de suspensão de segurança. Diz a Procuradoria que “o fato de a Constituição da República em vigor ser silente quanto à possibilidade de concessão de subsídio mensal e vitalício a ex-autoridades não pode ser interpretado em favor de dispositivos como o que ora se impugna”.

Pra encerrar

O mesmo entendimento já foi adotado em relação a outros estados, entre os quais Mato Grosso, Pará, Sergipe e Paraíba. Em alguns deles, os desembargadores haviam dado ganho de causa aos beneficiários, decisão esta enterrada pelos ministros do Supremo – aos quais sempre cabe dar a última palavra quando o assunto é legislação.

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