O empresário Mário Gonçalves Ferreira, o “Mário Português”, domo da rede de lojas Coimbra, que tem filiais no Acre, foi preso, nesta quinta-feira (14), em Porto Velho (RO), pela Polícia Federal, como um dos alvos da “Operação Dracma”. A PF investiga a atuação de empresas de Rondônia na ocultação de recursos gerados pelo tráfico de drogas e evasão de divisas, além de crime organizado. A Empresa Coimbra, de Português, também é investigada por lavagem de dinheiro. Foram alvos da operação as casas dos empresários Mário e de seu filho Márcio Português, além da sede da empresa. Português disputou a Prefeitura de Porto Velho, nas eleições municipais de 2016, pelo PR (Partido da República).
A operação que investiga a empresa distribuidora Coimbra, hoje dirigida pelo empresário Márcio Português, também inclui a Receita Federal e tem o apoio Exército Brasileiro. O objetivo é combater organização criminosa que atua na lavagem de capitais e evasão de divisas oriundas do tráfico internacional de drogas, além de sonegação fiscal, principalmente na cidade de Guajará-Mirim/RO. Pelo menos 220 policiais federais e 22 servidores da Receita Federal participam da operação para dar cumprimento à 72 mandados de busca e apreensão em diversas cidade dos Estados de Rondônia, Pará e Mato Grosso.
A justiça determinou, ainda, o afastamento preventivo dos principais investigados (gerentes e proprietários) das suas funções nas empresas envolvidas com o esquema criminoso, e o sequestro de bens e valores dos investigados. Somados, os recursos bloqueados podem ultrapassar a cifra de R$70.000.000,00 (setenta milhões de reais).
Os 26 inquéritos policiais, 36 relatórios fiscais e 86 laudos de perícia financeira que compõem a investigação apontam que grandes empresas comerciais-exportadores do estado de Rondônia mantêm, há anos, atividades secundárias de captação e administração de capitais, remessa e conversão de câmbio, direta ou indiretamente, de pessoas físicas que se dedicam à prática do tráfico de drogas e outros crimes.
O advogado de Português, Cláudio Mendonça, disse, em entrevista à Rede Amazônia, que ainda está se inteirando dos fatos e que vai dar maiores declarações após chegar a Guajará-Mirim, onde foi montada a base da operação. Os prejuízo aos cofres públicos, pelo não recolhimento dos tributos federais, chega a R$ 300 milhões, diz a PF. São investigados os crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas oriundas do tráfico internacional de drogas e sonegação fiscal. Segundo a PF, intermediários do grupo criminoso recebiam entre 1% e 5% dos valores recepcionados e encaminhados à Bolívia. Isto era feito a título de remuneração.