Em tempos de Carnaval, o assunto aqui é ‘o samba do crioulo doido’ na Venezuela

Vizinho problemático

Partiu do senador Marcio Bittar (MDB) a proposta de criação de uma comissão especial no Senado para acompanhar a crise política, econômica e social na Venezuela, depois da avalanche de imagens mostrando a incineração de toneladas de alimentos e remédios enviados ao país vizinho por iniciativa do governo de Donald Trump. A notícia, como sabemos, não é nova, mas terá desdobramentos.

Anabolizando a ditadura

Antes disso, no dia 27 de fevereiro, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) realizou uma audiência pública para oficializar a convocação dos dirigentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que detalhem os empréstimos feitos pelo Brasil à Venezuela durante os governos do PT (de 2003 a 2016). Há suspeitas de que Lula e Dilma financiaram, com nosso dinheiro, a ditadura venezuelana.

Sem data marcada

A audiência com a turma do BNDES vai acontecer na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e defesa do Consumidor (CTFC). Mas ainda não se definiu a data.

Parênteses necessários

Antes que alguém argumente que o assunto é alheio aos nossos interesses, e, portanto, impertinente à esta coluna, lembremos que a crise na Venezuela acarretou inúmeros problemas aos habitantes de Roraima, em especial aos moradores de Boa Vista, tendo impacto, também, no orçamento público nacional.

Vácuo

O Portal de Notícias do Senado não detalha os valores dos empréstimos aos governos bolivarianos, bem como não fala das obras a que foram destinados e muito menos sob quais condições os governos companheiros repassaram dinheiro dos contribuintes aos ditadores Hugo Chávez e Nicolas Maduro. Mas esta coluna o fará, com base em outras fontes.

Preâmbulo

Pra começo de conversa, os financiamentos feitos pelo BNDES, que até 2006 somavam R$ 9,9 bilhões, saltaram nos anos subsequentes para espantosos R$ 414 bilhões – ou 8,4% do Produto Interno Bruto. Entre os beneficiados pela generosidade companheira estão países como Cuba, Equador, Panamá, Bolívia, Moçambique, Peru e, claro, Venezuela.

Paizão Lula, Mãezona Dilma

Outro detalhe curioso desses empréstimos é que eles foram cedidos a juros subsidiados. Segundo reportagem da revista Veja, os investimentos do banco em território nacional são feitos com base na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), com percentuais que variam entre 5% a 6,5% – e sujeitos à correção monetária. O mesmo não ocorreu em grande parte dos financiamentos internacionais feitos via BNDES.

A fatura é nossa

Cuba e Venezuela foram dois dos beneficiários que captaram recursos a juros menores e pré-fixados. Ou seja, o governo captava a verba do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) a taxas maiores do que as cobradas aos aliados. Conclusão: a diferença, em desfavor dos cofres da União, precisou – como de praxe – sair do nosso bolso.

Caridade

Segundo o site Spotiniks, o banco de fomento brasileiro financiou duas obras na vizinha Venezuela. Uma delas foi para construção das linhas 3 e 4 do metrô de Caracas. Valor: 732 milhões de dólares – algo em torno de R$ 2,759 bilhões em valores atuais. A segunda foi a construção da ponte sobre o Rio Orinoco. Valor: 300 milhões de dólares – ou R$ 1,131 bilhão.

Ali Babá e seus 400 ladrões

Outro detalhe importante: as obras foram executadas principalmente pelas empreiteiras Odebrecht e OAS – esta acusada de doar a Lula o tríplex do Guarujá e também, junto com a primeira, de custear reformas no Sítio de Atibaia. A Odebrecht também foi condenada por repassar a Lula entre 2% e 3% de um total de R$ 75 milhões desviados de contratos com a Petrobras.

De enojar

Bem, diante desses detalhes e dos fatos deploráveis que testemunhamos na Venezuela, é de dar nojo ver que alguns quadrúpedes ainda se dão ao desplante de manifestar apoio ao regime de Maduro.

Finish

Pra finalizar esse assunto, cujos detalhes adicionais foram evitados para não cansar o leitor, o drama dos venezuelanos tem a ver com a gente de forma bem mais drástica do que poderíamos imaginar.

Raposa velha

Ante a informação de que poderia ser escalado para disputar, pelo Progressistas, a prefeitura de Rio Branco, o deputado estadual José Bestene tratou de sair pela tangente. Calejado no ramo, ele lembrou haver outros nomes na legenda com qualificação suficiente para concorrer ao cargo.

Entrelinhas

Ocorre que a experiência nesse ofício de ouvir o que dizem os políticos, refletir sobre a contradição entre o que costumam afirmar e o tendem a fazer, e a obrigação de reportar ao leitor o que consigo ler nas entrelinhas me levam a afirmar que o Sr. José Bestene é candidatíssimo à prefeitura da Capital. O resto é pura tergiversação.

Freud explica

Sobre o convite do MDB ao ex-reitor da Ufac Minoru Kinpara para que se filie à sigla e concorra à prefeitura, estranha a iniciativa do mandachuva Flaviano Melo em buscar no pomar alheio os frutos que poderia colher no seu. Me refiro ao fato de o MDB ter nos seus quadros o deputado estadual Roberto Duarte Jr., que caiu nas graças do povo na medida em que se distanciou da bancada de apoio do governo na Assembleia Legislativa.

Asas aparadas

Fonte da coluna deu uma pista sobre a enigmática decisão do cacique emedebista. Segundo ele, Flaviano tem por costume cortar as asas daqueles que não consegue dominar. É o caso de Duarte Jr., acrescentou.

Jogo rasteiro

Ainda de acordo com minha fonte, o deputado foi rifado da primeira secretaria da Aleac não por obra do governador Gladson, mas por intervenção de Flaviano em desfavor do correligionário. A lógica é que quanto menos espaço for dado a Roberto Duarte, menores as chances de ele vir a se tornar uma ameaça no futuro.

Pura bucha

Quanto a Marcio Bittar, Flaviano Melo pode dormir em paz. O senador disse à coluna que nem lhe passa pela cabeça se tornar dirigente do MDB no Acre. “Vou mesmo é me concentrar em ajudar, em Brasília, o Acre e o Brasil de todas as formas possíveis”, asseverou Bittar.

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