O retorno das comitivas em carretas na Cavalgada, evento que tradicionalmente marca a abertura da Expoacre – maior feira de agronegócios do estado – deve ser uma das grandes novidades da edição deste ano. De acordo com a secretária de Empreendedorismo e Turismo (SEET), Eliane Sinhasique, trata-se de um pleito dos empresários, mas também um anseio da população que deixou de comparecer ano passado em virtude da falta desta modalidade de participação.
“Já estamos em tratativas preliminares com o Ministério Público para tratar dessas questões”/Foto: Marcos Vicentti/Secom
“A Cavalgada tem que ser uma festa. Sempre foi a grande festa de abertura da maior feira do estado do Acre e ficou muito empobrecida quando foram retirados os cavalos e diminuídas as comitivas com a retirada das carretas. Nós queremos os cavalos, as charretes, os quadriciclos, os jipes e também as carretas com suas comitivas. Estamos discutindo isso com os pecuaristas, com os peões, com a Federação da Agricultura, com fazendeiros porque a gente quer que agrade a todos, que contemple as exigências do Ministério Público [do Acre (MPAC)] e também a vontade da população de participar, seja andando no seu cavalo, seja nas comitivas. Vamos fazer tudo dentro de uma organização e segurança.”, garantiu Sinhasique.
Sem as comitivas em carretas e com apenas 148 cavalos e 55 quadriciclos inscritos, a Cavalgada de abertura da Expoacre 2018, realizada em Rio Branco há 45 anos, foi considerada um fiasco de público, ano passado. Apesar de não ter havido nenhum impedimento, os empresários que ofertavam as comitivas em carretas resolveram não participar do evento dizendo-se desmotivados pelas regras impostas pelo Termo de Ajustamento de Conduta proposto pelo Ministério Público que, dentre as exigências, estabelecia o uso de tapumes nas rodas do caminhão, grades de proteção para evitar queda dos participantes na via e seguranças.
“Já estamos em tratativas preliminares com o Ministério Público para tratar dessas questões e também sobre a diminuição do trajeto da cavalgada de forma a mitigar o sofrimento para os animais e garantir a volta as comitivas com as carretas.”, frisou a secretária.
Nos anos anteriores, o trajeto tradicional começava com concentração na Gameleira, no Segundo Distrito, saída da Tentamen e término no Parque de Exposições Wildy Viana. Para a edição de 2019, a organização está estudando duas possibilidades diferentes: mudar a Cavalgada para a Avenida Amadeo Barbosa com dispersão no estacionamento do estádio Arena da Floresta ou permanecer com o percurso pela Via Chico Mendes, mas com a dispersão na rotatória da Sabenauto ou no posto Amapá, ambos com acesso também ao Arena da Floresta. “Nós queremos diminuir o percurso dos cavalos e, se for o caso, continuar até o parque apenas com as comitivas. Estamos tendo todo um cuidado para garantir a limpeza, colocaremos água e veterinários para dar suporte aos animais.”, acrescentou Sinhasique.
A secretária informou também que já foram iniciadas as tratativas com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) sobre o credenciamento dos cavalos. “Para participar da cavalgada, além da GTA [Guia de Transporte AnimaI são dois os exames que precisam ser apresentados pelos proprietários dos cavalos: o exame de mormo e o de anemia infecciosa equina. Por isso estamos tratando tudo com antecedência também para que quem pretenda participar possa ter tempo hábil de providenciar esses exames.”, disse.
Feira volta a acontecer em nove dias
Outra alteração já decidida pela comissão organizadora da Expoacre 2019 é o retorno da realização da feira em nove dias e não cinco, como no ano passado: de 27 de julho a 4 de agosto.
“De acordo com estudos, o Sebrae, que também é parceiro no evento, por meio de uma pesquisa, identificou que cinco dias são insuficientes para que os empreendedores que vão para a feira possam ter o retorno financeiro esperado. Estamos numa organização compartilhada do Estado, com suas secretarias, a iniciativa privada e as Federações ligadas à indústria, ao comércio e à agropecuária.”, explicou a secretária Eliane Sinhasique.
Ela acrescentou ainda que a comissão organizadora já se reuniu e aguarda a publicação, no Diário Oficial, do decreto que oficializará os nomes dos integrantes. “A feira terá o envolvimento de várias pessoas e entidades e isso é muito importante porque democratiza a organização de forma a atender os vários setores que participam da feira agropecuária. Estamos nos antecipando para fazer as coisas com calma, com paciência, conversando e ouvindo todos os segmentos para que a feira seja bem plural e que tenha participação de outros estados, como Rondônia, e que mais pessoas possam estar dentro da feira.”, projetou.
Formação – Sinhasique destacou ainda que a feira deste ano não será apenas uma reprodução das anteriores. “A ideia é de durante o dia hajam palestras, cursos de formação, troca de informações para as pessoas que querem empreender no segmento do agronegócio e outras novidades que ainda não posso adiantar.”, comentou.
Shows – sobre os shows, a secretária informou que “alguns empresários já estão se manifestando para apresentar nomes de artistas. Os shows não serão realizados pelo governo, mas patrocinados, financiados e bancados pela iniciativa privada. Ainda não definimos os nomes e nem as datas.”, concluiu.