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Flávio Bolsonaro fala ao ContilNet sobre reformas e da relação com o pai presidente

Por WANIA PINHEIRO E TIÃO MAIA, ESPECIAL CONTILNET

“Quero sinceramente agradecer ao povo acreano pela votação expressiva em Jair Bolsonaro para presidente e também pela eleição do governador Gladson Cameli, e dos senadores Márcio Bittar e Sérgio Petecão, que representam uma ruptura e quebra de paradigmas em relação ao que vinha acontecendo há décadas no estado. Podem ter certeza de que o presidente Bolsonaro e sua família têm um carinho muito grande pelo povo acreano”.

Foi com essas palavras que o senador Flávio Bolsonaro, 37 anos de idade, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, eleito pelo Rio de janeiro com 4 milhões e 380 mil votos, recebeu a repórter do site ContilNet, em seu gabinete, em Brasília, para a entrevista a seguir.

Senador Flávio Bolsonaro recebeu a jornalista Wania Pinheiro em seu gabinete/Foto: cedida

“Essa nossa preocupação de mudar a legislação e reduzir a sensação de impunidade e reduzir a criminalidade com leis e penas mais severas para quem comete crimes e gera essa onda de terrorismo que atinge o nosso país e que choca a todos, é parte da nossa luta no Congresso Nacional. A gente pede a Deus todos os dias que nos dê muita sabedoria para fazer a coisa certa, tomar as decisões de forma acertada. O Congresso Nacional, em sua maioria, já entendeu que fazer oposição por oposição, não dá certo, porque se o governo der errado, vai todo mundo pagar o pato e naufragar junto. Então, não é o sucesso do governo Bolsonaro. É a sobrevivência do Brasil”, disse, em um alerta aos adversários políticos.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

“Se não aprovar (a Reforma da Previdência), em 15 anos o Brasil estará quebrado”

Qual a sua expectativa em relação à reforma da previdência? O senhor acha que passa aqui no Congresso, aprovada com facilidade?

Flávio Bolsonaro – Em primeiro lugar é necessário dizer que esta é uma questão que já está bem madura, inclusive no seio da sociedade, sobre a necessidade de se aprovar esta Reforma da Previdência. É um tema espinhoso, chato, que com certeza nenhum de nós gostaria de tratar em um governo nosso. Mas é uma questão de necessidade. Ou o Congresso encara esse tema e aprova sem retalhar muito a proposta que foi enviada pelo governo – até porque não há muita gordura a ser queimada. No processo legislativo, com as emendas que devem ser feitas, no final das contas, nós precisamos medir qual o impacto delas no orçamento e quanto essas emendas vão provocar de perdas em relação ao projeto original, na economia e nas mudanças das regras de aposentadoria. Mas a gente precisa aprovar porque, se não aprovar, em 15 anos, o Brasil estará quebrado, independentemente de quem seja o presidente, governadores, prefeitos, independente de quem sejam os políticos. Se isso ocorrer, tem que fechar a porta e ir embora, o que nenhum patriota, nenhum brasileiro quer.

Mas é um tema difícil, o senhor não concorda?

Por mais duro e amargo que seja o tema, a gente sabe da necessidade de aprová-lo sem muitos cortes. Eu acredito que não será fácil, mas será aprovada, porque inclusive os parlamentares de oposição, que são ideologicamente contra o Bolsonaro, sabem que, se não aprovar, daqui a pouco vai faltar dinheiro para o empresário investir, vai ter que se sacrificar a geração de emprego e os grandes investidores, os estrangeiros principalmente, estão aguardando essa reforma para investirem pesado aqui no Brasil. São eles que geram empregos. E estão aguardando porque querem a garantia de que o Brasil não vai quebrar, que poderá honrar os seus compromissos. Aqueles que investirem dinheiro aqui precisam saber que não vão tomar calote nem ser alvos de depreciações do que investiram. O que a gente não quer é que o Brasil chegue nem perto do que é hoje a Venezuela, e nós temos consciência de que, para chegarmos ao sentido oposto, isso passa pela Reforma da Previdência.

Qual a expectativa que o senhor tem em relação a esse pacote relativo ao setor da segurança pública apresentado pelo ministro Sérgio Moro?

A expectativa também é de que seja aprovado porque é isso que a sociedade espera e será objeto de discussão até mais amplo do que aquilo que foi enviado para cá, pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, porque há questões pontuais que a gente precisa aprimorar a legislação e tornar a sensação de impunidade menor no Brasil, desde a diminuição da maioridade penal – que não está neste pacote, é uma PEC que já existe e está aqui no Senado (de autoria do senador acreano Marcio Bittar), que não está no pacote do ministro, mas em proposta que já está aqui no Senado, desde aquilo que foi enviado pelo Moro como os crimes que em regra envolvem políticos, passando pelos crimes hediondos… A gente precisa dar uma resposta firme aos criminosos. O Congresso também está bastante maduro para debater esses temas e para aprovação dessas matérias, mas não sei em que velocidade isso vai acontecer porque são temas que exigem mais debates e por isso devem demorar mais. Acho que Previdência tem mais urgência de aprovação do que esse pacote. Já vi alguns dizendo que são temas que concorreriam entre si, mas penso que as duas propostas (Previdência e o Pacote de Moro) podem andar em paralelo, sem nenhum problema, cada um ao seu tempo. Mas eu vejo também com muito bons olhos esse pacote enviado para cá sobre segurança pública.

“Não dá para ser assim: os filhos não vão mais falar com o pai para não influenciar suas decisões”

Como filho do presidente, o senhor tem uma relação especial com o Palácio do Planalto?

Flávio: acesso privilegiado ao presidente/Foto: cedida

Inegavelmente, há uma relação sanguínea e inerente. Óbvio que vou querer sempre o que for melhor não só para o governo Bolsonaro, mas também para o país. Aqui no Senado Federal eu não vou abrir mão de ajudar o meu Brasil e o meu estado, que é o Rio de Janeiro, na hora em que surgirem medidas favoráveis ao meu estado e aos brasileiros.

É óbvio que eu tenho uma liberdade (com o presidente) que outros não têm, que é de tomar café com ele num final de semana, de sentar para tomar um refrigerante e quando ele puder voltar a jogar futebol, bater uma bolinha junto com ele. Há uma relação, além de amizade, de confiança acima de tudo, que nos leva a caminhar no mesmo sentido, no mesmo norte, porque todos nós queremos que o Brasil dê certo e para isso o governo tem que estar alinhado com aquilo que o levou a ser eleito. Estou aqui como filho e como senador que, vamos dizer assim, tem esse privilégio e é uma coisa que não dá para cortar. Não dá para ser assim: os filhos não vão falar mais com o pai porque são pessoas que podem ter influência sobre ele. Isso não! O Jair Bolsonaro é uma pessoa que, quem convive com ele sabe disso, acaba mudando radicalmente a percepção que tinha, porque a própria mídia cria um monstro na cabeça de muitas pessoas sobre quem é Bolsonaro e quem chega perto, quem conversa com ele, percebe que é completamente ao contrário. Não sabem que ele é uma pessoa supersimples, muito humilde, ele ouve muito – ao contrário do que diz grande parte da mídia, que tenta manipular a população dizendo que ele é uma pessoa autoritária, arrogante, que defende ditadura… Não é nada disso. Ao contrário disso, até pela característica de ser humilde, ele ouve muito as pessoas e está muito aberto a discutir os mais diversos temas, alguns nos quais ele nem tinha se aprofundado porque ele era um parlamentar de defesa de um certo nicho, originalmente voltado para os militares e a defesa de seus valores. Como presidente da República hoje, ele nunca se aprofundou sobre temas como Economia, por exemplo. Então é muito mais fácil tratar com uma pessoa com esse perfil, que está disposta até a aprender mais, porque ele é mais sensível a ouvir do que um outro que talvez tenha um grande conhecimento de Economia e fosse mais resistente em ouvir sugestões de pessoas que inegavelmente são reconhecidas no mundo por sua competência e virtudes como o Paulo Guedes, nosso ministro da Economia. Então, como, além de filho, como senador e cidadão quero trabalhar e estar sempre muito perto para lhe dar meu apoio. Mas ele é uma pessoa madura, experiente, com sete mandatos de deputado federal e que conhece o Congresso Nacional e a máquina pública como poucos e tem maturidade suficiente para saber o que presta e o que não presta. Se alguém falar a ele e ele entender que é errado, vai ignorar. Se entender que dá para aproveitar alguma coisa, ele vai fazer dessa forma. Então, essa narrativa que estão tentando construir de que os filhos estão interferindo no governo, está errada. Temos mandato – fomos eleitos pelo povo, eu aqui no Senado, o Eduardo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, o vereador Carlos Bolsonaro lá no município do Rio de Janeiro. Nós fomos eleitos. Não foi uma nomeação. Não foi o Bolsonaro pai que escolheu. Foi a população e há vários exemplos, Wania, de políticos famosos que não conseguiram pedir o voto de confiança para os seus filhos, para o pai, para um irmão… A política está aí, repleta de exemplos. Então, se não fosse um trabalho reconhecido pela população, nenhum de nós teria sido eleito ou reeleito. Eu fui deputado (estadual) em quatro mandatos pelo Rio de Janeiro. Eu tive 4 milhões e 380 mil votos para o Senado no Rio e sou o senador mais bem votado da história do Estado. Isso mostra que há um reconhecimento às linhas que defendemos por parte da população e, independentemente de ser filho, vou atuar como senador e se tiver que estar mais ao lado dele, mais do que outro senador que não tem esse vínculo, eu estarei sem problema nenhum.

Como ele é como pai? É rigoroso ou do tipo que paparica os filhos? É verdade que ele trata os filhos pelos números decimais, pela ordem de nascimento, como ocorre nos quartéis?

Irmão mais velho, Flávio é chamado de ‘Zero-hum’/Foto: cedida

(Rindo) – Zero-hum, Zero-dois, Zero-três… Na brincadeira, na nossa intimidade isso ocorre. É coisa dele, por sua formação militar, tem muito disso. O militar quando entra para fazer um curso de qualificação ou de formação, em qualquer das forças, ele recebe um número, não é?  E aí há essa brincadeira entre nós, e por eu ser o mais velho, eu sou o Zero-hum, e na sequência vem os meus irmãos pela ordem de nascimento. Então ele é um cara superbem humorado e não é – nem nunca foi – um pai que partiu para a agressão, para educar filhos. Pelo contrário, sempre foi numa pessoa muito amável e sempre se preocupou muito em não deixar faltar nada em casa, em nos dar bons exemplos. A minha mãe, sim, era uma pessoa mais severa na nossa relação e eu acho que era para ser mesmo assim porque, imagine, ser mãe de três filhos homens, com diferença de idade de menos de dois anos de um para o outro. E isso numa época em que não havia celular, Iphone e aplicativos de Galinha Pintadinha, de Patrulha Canina para distrair a meninada,

O senhor tem filhos?

Eu tenho duas meninas, uma de seis anos e outra de cinco. Sou casado há nove anos e minha mulher chama-se Fernanda. Minhas filhas, a Zero-hum, é a Luísa, e a Zero-dois é a Carolina. Em casa sempre tivemos um convívio muito saudável e de muita amizade, acima de tudo, de muito respeito e admiração. Tanto que entrei para a política por admirar o trabalho dele e tentando fazer igual.

“A gente sabe que o Acre fica numa rota direta de drogas e armas”

O Acre, como o senhor sabe, faz fronteira com os dois países que são os maiores produtores de cocaína do mundo, razão de tanta violência por lá. O Rio de Janeiro, seu estado, viveu sob intervenção federal até o ano passado. O senhor acha que a intervenção melhorou a situação de violência no Rio de janeiro?  Seria o caso de uma intervenção federal no sistema de segurança do Acre para conter a violência?

Não conheço a realidade específica do Acre. Mas no Rio acho que foi importante a intervenção. No meu ponto de visto, foi um pouco açodada com o agravante de que isso ocorreu, com a intervenção nas polícias Civil e Militar, tendo o candidato à Presidência Jair Bolsonaro disputando pelo Rio de Janeiro e isso dava a seguinte conotação: se o governo resolver, ponto para o governo. Se não, significaria que os militares não tiveram competência para fazê-lo e isso atingiria a candidatura do meu pai. Ou seja, a base de Bolsonaro, que são os militares, e este valor forte que ele trazia na campanha, de uma mão pesada, de uma lei dura contra os criminosos, se não resolvesse, passaria a imagem de que não adianta botar militar no poder porque não resolve também. Acabou que, com a intervenção, ficamos no meio-termo. Acho que o sucesso, o avanço – por mais que não tenha sido muito grande – foi importante para o Rio de Janeiro, e muito em função da competência, vamos dizer assim, dos militares, da organização e do treinamento deles, com base na hierarquia e na organização, apesar da dificuldades latentes das polícias em atuarem juntas, até com certa competição entre elas. Neste sentido, graças à integração das polícias, com a organização, acho que o que eles fizeram lá foi uma missão exitosa e diminuiu muito a violência no Rio de Janeiro, o roubo de carros, de cargas, os assaltos a transeuntes. Os resultados não foram excelentes, mas foram satisfatórios. Para aonde você olhava no Rio via viaturas do Exército, da Marinha… fazendo patrulhamento, com operações de visibilidade e cobrindo pontos onde o cobertor curto da segurança pública do Rio deixava descoberto. Então, nessa parte de complemento de recursos humanos, de modernização e de integração, principalmente, a intervenção foi boa e deixou um legado para o Rio de Janeiro. A competência da segurança pública é majoritariamente do estado e eu acho até que deve haver uma revisão do pacto federativo nesta linha em busca de autonomia para os municípios também trabalharem a parte da segurança pública com suas polícias municipais, claro, após um longo tratamento, com o uso de armas de fogo em áreas urbanas, em pontos turísticos e deixar a parte mais complexa, onde há a possibilidade de confronto, com as policiais estaduais. É assim no mundo todo, com a polícia descentralizada. Aqui no Brasil, pela extensão territorial muito grande, segurança pública é algo que também deveria ser municipalizada, porque assim poderia haver uma distribuição melhor dos recursos arrecadados com o pagamento de tributos. Os municípios ficam ali com algo em torno de dez por cento de tudo que é arrecadado e a União fica com quase 60 por cento. Então, na medida em que segurança pública também fosse uma atribuição dos municípios, esse dinheiro também teria que ser distribuído de uma forma mais justa para os municípios. A gente sabe que o Acre fica numa rota direta de drogas e armas e só investimentos pesados conseguiriam atenuar o problema. Segurança pública de qualidade é uma atividade cara e que exige investimentos não só em tecnologia, mas também em recursos humanos, o que é caro também mas é necessário.

“Hoje em dia quem tem o porte de arma é o bandido, o criminoso”

O presidente Bolsonaro defende o livre porte de arma para os brasileiros. O senhor acha que até o final do mandato, ele consegue aprovar isso também?

Na verdade, ele já flexibilizou a posse de arma. O que é isso? É para você poder ter uma arma em casa e o porte é para você andar com a arma na rua. Nesse primeiro momento, ele ainda não tratou disso. Mas nós temos a clara percepção de que, hoje em dia, quem tem o porte liberado é o bandido, é o criminoso. O cidadão de bem, pai de família, o cidadão ordeiro, não pode andar armado. O que fez, no primeiro momento, é o que poderia fazer como presidente, por decreto, que é normatizar esse direito de o cidadão ter uma arma em casa. Para você poder andar com a arma na rua, é uma alteração do diploma legal e tem que passar pelo Congresso Nacional, com um projeto de lei. A legislação tem que avançar, ser aprimorada. A legislação estabelece que, para você ter uma arma em casa, tem que obedecer a alguns critérios, como a idade mínima, não ter antecedentes criminais, ter aptidão técnica, aptidão psicológica e a efetiva necessidade, ou seja, você tinha que que comprovar para a Polícia Federal, quem tinha a competência para a concessão desse documento. Isso foi flexibilizado pelo presidente.

E essa ideia segundo a qual – e as pessoas falam isso nas ruas do país – a flexibilização vai aumentar os números da violência, aumentar os índices de assassinato de mulheres por seus maridos e companheiros dentro de casa? O que o senhor diz sobre isso?

Isso é mito, algo que pode ser facilmente derrubado… Aquelas exigências foram derrubadas porque você chegava para um delegado, requeria e expunha a necessidade de comprar uma arma, e o delegado simplesmente indeferia, sem ter nem a necessidade de fundamentar sua decisão. O decreto parte da premissa de que qualquer cidadão tem a efetiva necessidade ter uma arma em casa, inclusive ele (Jair Bolsonaro) estabeleceu um critério que se o índice de homicídio for maior que dez mortes por ano para cada grupo de cem mil pessoas, então essa necessidade está comprovada. Ou seja, ele inverteu o ônus disso. Isso não é mais parâmetro para o indeferimento esse direito de comprar uma arma. No Acre, certamente o índice de violência é maior do aquele falei anteriormente, você tem o direito de ter uma arma na sua casa.

“O Acre, propositalmente, foi mantido pelos governantes em situação de dependência econômica”

O senhor conhece o Acre? Qual é sua impressão sobre o estado?

Nunca tive a oportunidade de ir lá. Penso que é um dos estados mais novos do país quando comparado ao Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia ou Pernambuco e a percepção que nós temos aqui é que se trata de uma região que tem sido reiteradamente esquecida pelo governo federal.

O senhor sabia que há na Internet até uma brincadeira perguntando se o Acre existe?

(Rindo…) – O Acre, propositalmente, era mantido ali pelos governantes do estado ou do governo federal, numa situação de dependência econômica do cidadão em relação aos governos. Não havia essa mentalidade de dar independência às pessoas para que elas não mais precisassem ou dependessem do governo para tudo, como é essa questão do Bolsa Família, por exemplo. Qual era a mentalidade dos governos? Eles se orgulhavam de dizer: “Olha, nós aumentamos a quantidade de pessoas que recebem o Bolsa Família. Na verdade, isso tinha que ser o contrário. “Como será no Governo Bolsonaro, tinha que ser dito: nós vamos nos orgulhar de que menos pessoas precisem de dinheiro do governo para ter o que comer, porque elas vão ter oportunidades de emprego e uma educação básica que as permitam ter melhores oportunidades de acesso ao mercado de trabalho. Ou seja, a mentalidade é outra. É não-demonizar o empresário. Hoje, o empresário ou o cidadão que tem dinheiro é visto quase que como um criminoso. No fundo, quem gera emprego no Brasil são os empresários. Quando o estado não atrapalha – e aí sempre houve essa engrenagem disposta a atrapalhar a vida do empreendedor –, o empresário cresce e gera mais empregos. A consequência desse atrapalho ao empresário é menos emprego e as pessoas cada vez mais dependentes do governo. Por isso, havia aquela ideia: olha, se não votar na gente, o governo do outro vai acabar com essa esmolinha que a gente dá pra vocês. Tem que mudar essa mentalidade e o estado tem que interferir menos na vida do cidadão e atrapalhar menos a vida do empreendedor. É dessa forma que a gente quer tornar as pessoas independentes do governo. Qual o crime de o empresário ganhar o dinheiro dele? Não está gerando emprego? Quando ele paga impostos muito altos, ele também deixa de gerar empregos. E o que é feito com o dinheiro arrecadado com os impostos que ele paga? Por isso, acontece o que estamos vendo com a Lava Jato.

“Há interesse de parte da grande mídia, em especial, de atacar o governo Bolsonaro todos os dias”

O senhor tem postura de presidente. O senhor sonha em ser presidente da República?

Eu não tenho essa pretensão. Estou feliz aqui no Senado.

“A grande mídia tem interesse de atacar o governo Bolsonaro todos os dias”/Foto: cedida

O fato de ser filho do presidente ajuda ou atrapalha?

O que posso dizer é que, qualquer coisa que eu faça, tem uma proporção muito maior. Obviamente, há um interesse de parte da grande mídia, em especial o de atacar o governo Bolsonaro todos os dias. Pessoal fica observando tudo o que ele fala, tirando do contexto, criando factoides, causando intrigas, dando visibilidade para coisas sem proporção, o que não acontecia em relação aos outros (ex-presidentes). Mas eu levo tudo numa boa. Estou com a consciência tranquila e confio sempre em Deus e espero que, com o passar do tempo, vá todo mundo enxergar cada vez melhor, e ver quem está com a razão. Você viu agora há pouco a reportagem sobre aquela repórter do jornal O Estadão. Um jornalista de um outro país que fez o bate-papo com ela em inglês, mostra que ela está ali, feliz da vida, porque está trabalhando atacando o governo Bolsonaro. Quem olhar o contexto todo verá que ela não trabalha com imparcialidade. É totalmente parcial. E ela fala com prazer e não faz outra coisa na vida senão essas pautas atacando o governo e que, na percepção dela, vão arruinar o governo e ela vai ficar frustrada se não acontecer. Se isso não é algo parcial, nada mais é. Isso não é jornalismo. E o que acontece quando isso exposto é ao público? Sobrevém o corporativismo da grande mídia de um defender o outro.

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