“Gladson tirou as mãos dos petistas do cabo do chicote “

Dr. Plínio Correia de Oliveira escreveu vários livros. Um dos livros mais conhecidos do ilustre escritor Católico é “Revolução e Contra-Revolução”, em que analisa como se deu o processo revolucionário, começando pelo protestantismo, passando pelo Iluminismo e a Revolução Francesa, até a implantação do comunismo real na ex-União Soviética.

Em 1959, quando foi anunciada a realização do Concílio Vaticano II, sob a liderança do Papa João XXII, Dr. Plínio Correia de Oliveira profetizou. Para ele se intensificava o processo revolucionário socialista. Tinha razão! A partir de então, importante setor da Igreja Católica, os chamados “progressistas”, passam a sugerir, claramente, aos Católicos, especialmente na América Latina, o socialismo como modelo de sociedade ideal.

São do Papa João XXIII as encíclicas Mater et Magistra e Pacem in Terris. Dizia João XXIII: “é preciso sacudir o pó imperial que cobre a Igreja”; “é preciso abrir as janelas para que entre um ar fresco”; é preciso discernir os sinais dos tempos”. Sob essa conjuntura que favoreceu os “progressistas” dentro da Igreja Católica, realizou-se a II Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Medellin (Colômbia), no ano de 1968.

Para os Católicos “progressistas” foi o acontecimento histórico mais relevante no sentido de direcionar as práticas sociais da Igreja Católica no Sub-Continente (América Latina). A partir de então a Igreja Católica dita “progressita” faz a “opção preferencial pelos pobres”. Pobre aqui no sentido marxista, e não Cristão. Logo depois desse importante conclave, cria-se a Teologia da Libertação. Seus principais teólogos são Gustavo Gutierres, Leonardo Boff e Frei Beto.
Sob a influência da Teologia da Libertação, parte da Igreja Católica do Acre, isso na segundo metade dos anos 70, faz clara opção pelo socialismo como modelo de sociedade para os Católicos do Estado.

Eis o que sugere frei Clodovis Boff no Decálago da Pastoral Partidária, em curso de Teologia ministrado em 1979, em Rio Branco: “A participação partidária não é simplesmente livre, mas boa e necessária para o cristão. (…) que lutem pela independência econômica do Brasil; que tenham uma orientação socialista, isto é, que visem colocar o poder e a economia nas mãos do povo organizado”. A revolução havia chegado ao Acre, como havia profetizado Dr. Plinio Correia de Oliveira.

No texto acima, está a sugestão de que o povo (Católico) faça opção pelo socialismo, e que esteja sob a liderança politica e econômica de um partido único socialista, nos moldes de países como Cuba. Com efeito, todos os ditos Teólogos da Libertação (Teologia considerada herética pela Igreja Católica) são defensores do modelo comunista cubano. Ressalto que o autor do texto citado, pelo que é sabido, não mais professa tais ideias.

Pois bem. A partir de 1979, com a criação do Partido dos Trabalhadores (PT) no Estado do Acre, o partido da simpatia dos católicos “progressistas”, passa a ser o Partido dos Trabalhadores. Em 1992 o PT já logra êxito em eleger o prefeito da capital, Rio Branco. Em 1999, o Partido dos Trabalhadores, sempre com o apoio da Igreja Católica “Progressista”, elege o Governador do Estado. O Partido dos Trabalhadores (PT), portanto, ficou no poder de 1992 a 2019. Mais de uma vintena de anos.

Porém, não podemos esquecer que o PT é um partido comunista. Não podemos esquecer que o PT, sob a liderança de Lula, Fidel Castro e frei Beto, criou o Foro de São Paulo. É essa entidade que congrega mais de 200 (duzentas) filiados de cunho socialista, cujo objetivo estratégico é coordenar o comunismo na América Latina e Central. Que logrou êxito em fazer chegar ao poder um tirano como Maduro, cuja população de seu país, pede socorro ao mundo para se livrar do totalitarismo.

Não há nenhum governo comunista que entregue o poder pacificamente. Para um povo se libertar do comunismo se faz necessária a participação dos chamados dissidentes. As dissidências são mais comuns nos regimes autoritários, totalitários, comunistas. Dissidentes famosos são Alexander Soljenistsin (Rússia), Armando Valladares (Cuba), Yoani Sanches (Cuba), Lech Walesa (Polônia) e outros.

Juan Guiadó, que lidera o povo venezuelano contra a tirania do ditador Maduro, não só oferece anistia aos militares dissidentes, como tem pedido para que eles o ajudem (governando), a reconstruir a Venezuela. Não existe gesto de maior generosidade. Aceitar que os que apoiaram o comunismo (muitas vezes por erro), para integrar o novo governo, no escopo da reconstrução democrática do país.

A situação do Acre não chega a ser similar a um país que estar saindo do comunismo? Não estávamos também dirigidos, por um longo período de 20 (vinte) anos, por um partido comunista, que usava de todos os meios, para se manter no poder? Não vivíamos dirigidos por um partido que perseguia qualquer oposição, por mais inocente que fosse? Não vivíamos num Estado onde não existia liberdade de expressão, liberdade para produzir, que terminou nos deixando com 120 mil desempregados e mais de 2.000 empresas fechadas? Com o 13º atrasado? Com dívidas impagáveis? Sob ameaça de não termos como pagar os aposentados e pensionistas?

Não sou pessimista! Não sou mal agradecido! Não tenho e nem postulo cargo no atual governo. Gladson Cameli, jovem Senador da República, não poderia, tranquilamente, ter ficado em Brasília, participando da alta Política, discutindo os relevantes problemas da República, e nos deixar aqui sob os auspícios de um novo e eternizado governo do PT? Afinal, o candidato do PT era competitivo, disputou o governo com toda a força administrativa (Prefeitura da Capital e Governo Estadual). Não consigo compreender as intransigências dos que não aceitam que Gladson aproveite, em seu governo de transição, para uma nova realidade democrática, alguns dissidentes do PT!

Sem o carisma jovial de Gladson Cameli; sem sua generosidade e desprendimento; sem seu elevado espírito público, sem sua competência para promover a união das forças insatisfeitas com o governo do PT, aglutinando-as numa imensa força de oposição, com certeza, não tínhamos dado uma virada para um novo modelo de sociedade liberal, de livre iniciativa, com ênfase no agronegócio, como já anunciado pelo governador.

O cabo do chicote, com certeza, sem a liderança inconteste de Gladson Cameli (nenhum outro político ganharia o governo do candidato situacionista), ainda estaria nas mãos dos políticos do PT.

Valdir Perazzo é criador do Movimento Liberal do Acre.

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