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Governo de Gladson Cameli começará pra valer tão logo silenciem os tamborins  

Por ARCHIBALDO ANTUNES, DO CONTILNET

Fatos e ilações

Teve enorme repercussão a matéria publicada neste portal de notícias ‘denunciando’ a suposta conduta irregular de policiais militares do Acre ao dar ‘carona’ a uma jovem até o bairro Tucumã, onde se realizava o Carnaval. O vídeo, feito por meio de um aparelho celular, mostra a moça retirando uma caixa térmica da viatura e mais nada. O resto fica por conta da suposição do redator, certamente com base no relato do autor das imagens, segundo a qual ela “possivelmente agradece ao motorista” pelo favor.

Sem comprovação

O texto também sugere que a ‘geleira’ retirada da caminhonete policial conteria bebidas alcoólicas, o que também carece de comprovação. E em contato com a assessoria da Polícia Militar, a reportagem obteve a promessa de que será aberta uma sindicância para apurar o fato.

Muita calma nessa hora

Lei é lei, e todos devem se sujeitar a ela – por mais que a incompetência dos nossos legisladores tenha criado um emaranhado de regras cujo domínio é impossível até mesmo aos juristas mais renomados. E nem tudo que à primeira vista pareça transgredir a legislação vem a ser, de fato, delito.

Ponderação  

Digo isso a partir da reflexão sobre as funções de que se encarregam nossos bravos policiais – em especial os militares. Em um estado tomado pelo crime organizado, os dias dos agentes da lei certamente não são fáceis. Azucriná-los, portanto, com ninharias, é despender energia que poderia ser empregada em dar cabo de muitos e gravíssimos problemas do cotidiano.

Stress  

Não bastasse às polícias ter de lidar com a violência crescente, o risco de vida, o stress cotidiano, a possibilidade de a qualquer momento sofrerem emboscadas, ainda lhe são atribuídas outras tantas tarefas desgastantes, que consistem em dar conselhos a casais em crise ou ao suicida prestes a se atirar do alto de um prédio.

Coisas do jornalismo

E se os méritos são demasiados para quase nenhuma publicidade favorável, os pequenos deslizes são quase sempre reportados como grandes infâmias. Com isso quero dizer que os atos de bravura dos agentes da lei nem sempre merecem destaque na imprensa, ao passo que qualquer incorreção ganha logo as manchetes. Afinal, é de escândalos que a mídia sobrevive, e nada mais natural do que superdimensionar pequenas faltas na tentativa de lhes dar ares de tragédia.

Pra encerrar

Lembremos que alguns anos atrás a Polícia Militar do Acre foi apontada como a mais honesta do Brasil. E não será uma mera carona que haverá de manchar a imagem dos nossos policiais.

Desgaste  

Os dois primeiros meses não foram nada animadores para a imagem do governo de Gladson Cameli. Parte pelo rombo deixado pelo antecessor, parte pelos muitos petistas nomeados para cargos em comissão no governo – e muito pela necessidade de conter despesas, o que impactou na economia já bastante debilitada pela crise.

Largada

Pelo que se ouve da turma do staff de Cameli, o governo começa mesmo é depois da Quarta-Feira de Cinzas, com algumas dívidas sanadas e outras minoradas pelo ajuste fiscal imprescindível.

Entre a cruz e a espada

Mas não existe milagre quando se trata de gestão pública. Gastar menos em um estado como o nosso é limitar o movimento do comércio, refrear obras no setor da construção civil, conter empreendimentos que poderiam gerar emprego, renda e mais arrecadação de impostos. Ampliar as despesas é agravar o caos da administração pública depois da passagem do tornado Tião Viana.

Prova de fogo

Ao governador do Progressistas restará provar que é capaz de gerir os negócios do estado com a habilidade que a conjuntura requer – ou que não passa de mais um entre tantos políticos que costumam prometer muito e, uma vez eleitos, não realizam quase nada.

Cadinho de História

A propósito – e guardadas as devidas proporções –, a primeira-ministra da Grã-Bretanha, Margareth Thatcher, teve, em 1979, de enfrentar a crise econômica com aumento de impostos, corte de recursos para projetos sociais, redução do poder dos sindicatos e privatizações. A situação do Reino Unido nos dois primeiros anos do seu mandato se agravou, até que a economia começou a se recuperar.

Críticos de plantão

Três vezes eleita para o cargo, Thatcher foi obrigada a renunciar em novembro de 1990. Mas o destino da Grã-Bretanha seria bem diferente não fosse pelas medidas adotadas por ela. Uma de suas frases mais famosas é a seguinte: “Se meus críticos me vissem andando sobre as águas do rio Tâmisa, diriam que é porque eu não sei nadar“. Gladson não só terá de andar sobre o leito do Rio Acre, como também mostrar que é capaz de nadar de braçadas.

Largada

Findo o último grito do Carnaval deste ano, estará aberta a temporada de caça às prefeituras do estado.

Os mais complicados

Os redutos mais conturbados serão – por óbvio – os dois municípios mais importantes do Acre: Rio Branco, governado por Socorro Neri (PSB), e Cruzeiro do Sul, onde quem comanda é Ilderlei Cordeiro (Progressistas).

Apostas

Por aqui, além de Socorro Neri tentar a reeleição, certamente veremos na disputa o Coronel Ulysses Araújo (PSL), a deputada Mara Rocha (PSDB) – já anunciada pelo irmão e vice-governador Major Rocha –, um representante do PT – que ninguém ainda é capaz de imaginar quem seja –, e talvez Minoru Kinpara pelo MDB. Pelo Progressistas do governador Gladson Cameli se fala, oficialmente, que o deputado José Bestene seria o escolhido, mas nos bastidores se cogita lançar o ex-petista Ney Amorim, o que – pessoalmente – acho muito pouco provável.

Tem mais

Não esqueçamos que o senador Sérgio Petecão (PSD), anabolizado pelo cargo de primeiro secretário do Senado, também estará mais vivo do que nunca no jogo político. O nome cogitado pelo PSD, claro, é da dona Marfisa, esposa do parlamentar.

Na raia

Também cacifado para a disputa à prefeitura de Rio Branco, graças à sua atuação proativa na Câmara, em Brasília, o deputado federal Alan Rick (DEM) não pode ser ignorado no rol dos pré-candidatos. E com chances reais de vitória, diga-se de passagem.

Cabo de guerra

Pelas bandas do Juruá, o prefeito Ilderlei Cordeiro (Progressistas) ‘desistiu de desistir’ de concorrer à reeleição, e terá de enfrentar a família Sales no palanque adversário.

Cartas na manga

O antecessor de Ilderlei trabalha com a possibilidade de lançar a candidatura do filho Fagner, mas já adiantou que se for preciso colocará a filha e deputada federal Jessica Sales no palanque.

Tô fora!

Aliado do atual prefeito, como também do antecessor, o governador Gladson Cameli já mandou avisar que não haverá de se envolver na disputa eleitoral no município.

Ninguém sabe, ninguém viu

Pela Frente Popular do Acre, mais precisamente em se falando do PT, não há sinais de que se tenha escolhido alguém para encarar a missão de derrotar as duas maiores forças políticas cruzeirenses da atualidade.

Olha a balsa!

Pelas bandas do Alto Acre, a ex-deputada e ex-prefeita Leila Galvão (PT) ensaia concorrer por Epitaciolândia. A depender de sua nauseante retórica – e do desgaste do partido – ela já tem, por antecipação, lugar garantido na balsa para Manacapuru.

Fala sério!

De volta a Rio Branco, o ativista LGBT Germano Marino manifestou seu desejo de concorrer à prefeitura. Pela postagem feita no Facebook, e a considerar a reação dos seus seguidores, Marino já tem pelo menos 15 votos garantidos.

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