O que poderia se tornar mais um motivo de desgaste na relação institucional entre o atual governo de Estado e a Prefeitura de Rio Branco, depois da não realização do Carnaval na Avenida Brasil, não procede. O antigo prédio do Colégio Meta, na Avenida Epaminondas Jácome, no Centro Histórico de Rio Branco, poderá se tornar órgão da administração, como anunciou a atual gestão, ao invés de um Museu, como projetado pela gestão passada, sem esbarrar nas legislações que regem o município.
A informação é do secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana de Rio Branco, Marcos Venicio de Oliveira. Segundo ele “não há nenhum impedimento quanto a mudança de uso em termos, porque o uso do empreendimento continua sendo CSi – 1 – Comércio Serviços e Instituição de relevância 1, ou seja está perfeitamente em conformidade com a Lei 2.222/2016 – Plano Diretor e ainda a Lei 48/2018 – Código de Obras.”, escreveu o gestor à reportagem do Contilnet.
No começo deste mês de março, o secretário de Estado de Infraestrutura, Thiago Caetano anunciou a alteração no projeto. Que ao invés de transformar o prédio histórico do Colégio Meta, antigo Colégio Nossa Senhora das Dores, no Museu dos Povos Acreanos, no local funcionará o Centro Administrativo da Infraestrutura (CAI).
O projeto anterior era assinado pela arquiteta Marlúcia Cândida, ex-primeira dama do Estado. As obras de reforma e adequação do prédio foram iniciadas em 2017 e já foram investidos, pelo Estado, recursos da ordem de R$ 12,4 milhões, provenientes de financiamento por parte do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e do Programa de Saneamento Ambiental e Inclusão Socioeconômico do Acre (Proser).
O prédio em questão foi construído na década de 1960 e depois que o Colégio Meta mudou-se, ficou em desuso por vários anos. Protegido pela Lei 1294/99, do Fundo de Pesquisa e Preservação do Patrimônio Cultural do Acre, foi desapropriado em 2016 pelo governo do Estado para ser transformado no Museu.
De acordo com o secretário Thiago Caetano, o estado não teria condições financeiras de arcar com o projetado pelo governo anterior. “O investimento total para o funcionamento do museu seria de cerca de R$ 34 milhões. É uma obra faraônica, que destoa completamente da realidade do estado hoje. O Acre não tem recurso para manter isso. A ideia é levar o centro administrativo da infraestrutura para lá e, com isso, a gente sair do aluguel. Só pelos primeiros prédios que a gente estimou, são mais de R$ 60 mil em aluguel que o estado deixaria de pagar. Estamos buscando desonerar o estado”, afirmou o secretário, ao anunciar a alteração no projeto.