Ninguém entra ou sai do Acre pela BR-364, no sentido Rio Branco-Porto Velho (RO), a altura do quilômetro 14, na frente da Colônia Souza Araújo, na manhã desta segunda-feira (18). A rodovia está fechada desde as 9 horas da manhã porque pelo menos 40 pessoas entre homens e mulheres portadores de sequelas causadas pela doença conhecida como hanseníase, muitos ocupando cadeiras de rodas, cumpriram a promessa de um protesto e fecharam a estrada. A notícia da realização do protesto pelos internos foi adiantada, na semana passada, pelo ContilNet.
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Hansenianos protestam na BR-364/Foto: cedida
O fechamento da rodovia foi confirmado pelo superintendente da Polícia Rodoviária federal no Acre, Newton Nelis. Segundo ele, a instituição não vai reprimir a manifestação e está apelando às autoridades de saúde que mandem ao local um representante para negociar com os grevistas.
Os manifestantes denunciam que, além da falta de remédios, curativos e alimentação, o salários dos profissionais que cuidam dos pacientes estão atrasados. A colônia é administrada, desde a época do Acre como território, pela Igreja Católica por meio da Diocese de Rio Branco. Os recursos que custeavam as despesas eram oriundos de um convênio entre o governo e a Diocese, que deixaram de ser repassados em agosto do ano passado, ainda no Governo de Tião Viana.
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Manifestantes fecharam BR-364/Foto: ContilNet
Sem os recursos, de acordo com informantes ligados à Igreja, o bispo da Diocese, Dom Joaquim Pertinez, teria determinado o fechamento da instituição. O problema é que, se isso acontecer, muitos dos internos não têm para onde ir. “Muitos foram deixados aqui e simplesmente abandonados por suas famílias”, disse uma das administradoras da colônia, Irmã Inês Machado.