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Sem dinheiro para alimentação, internos da Souza Araújo devem fazer greve

Por TIÃO MAIA, DO CONTILNET

Homens e mulheres internos da Colônia Souza Araújo, localizada na BR-364, nos arredores de Rio Branco(AC), alguns vivendo em cadeiras de rodas por sequelas irreversíveis da doença conhecida como hanseníase, deverão promover, a partir da semana que vem, um protesto inusitado: apesar das dificuldades de locomoção, eles devem fechar a principal estrada de acesso a Capital, para chamar a atenção do governo para o drama que vêm passando desde o governo passado. O protesto, se ocorrer, terá o apoio da Igreja Católica, principalmente do bispo da Diocese de Rio Branco, Dom Joaquim Pertinez, revelou uma fonte do ContilNet.

O protesto, se ocorrer, terá o apoio da Igreja Católica/Foto: Reprodução

O protesto seria em decorrência de o Governo do Estado não vir cumprindo sua parte, desde agosto do ano passado, ainda na administração do ex-governador Tião Viana, com o repasse de recursos para a manutenção da Colônia Souza Araújo, um hospital-colônia onde vivem pelo menos 40 pessoas portadoras da doença de hanseníase, sob regime de internação. Algumas das pessoas que vivem ali, algumas por décadas, não têm para onde ir caso a Diocese de Rio Branco, responsável pela administração da casa como uma de suas obras sociais, decida fechar o estabelecimento, como já foi cogitado. “Diante das circunstâncias, o fechamento já foi inclusive cogitado”, disse a religiosa irmã Inês Machado, que trabalha no local.

A religiosa disse que, por falta de repasses nos recursos, está faltando dinheiro para despesas simples, como alimentação e a aquisição de remédios. “É de fato uma situação dramática e já não sabemos o que fazer”, disse a religiosa ao admitir que a greve dos internos, inclusive fechando a BR-364, deverá ser uma alternativa para tentar sensibilizar as autoridades governamentais.

Os valores dos recursos mensais não foram revelados, mas a administração da Colônia, que os recursos não são repassados desde o mês de agosto do ano passado. “Não sabemos mais o que fazer. Se até o dia 19 (de março), não houver alguma transferência, essas coisas drásticas devem acontecer”, disse irmã Inês.

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