Uma menina de apenas 11 meses de vida vinha sendo seguidamente torturada pela própria mãe, em Tarauacá, município distante 400 quilômetros da Capital Rio Branco. As torturas incluíam queimaduras com cigarro e espancamentos.
A crueldade era tamanha que a perna direita da criança chegou a ser fraturada na última agressão, há uma semana, atestou o serviço médico do município. Interrogada, a acusada preferiu o silêncio.
A acusada – Francisca das Chagas Brasil de Araújo, de 22 anos – foi indiciada e deve ter sua prisão preventiva solicitada à Justiça pelo crime de tortura, que é inafiançável, revelou o delegado de polícia de Tarauacá, Valdinei Soares da Costa. Segundo ele, a polícia chegou ao caso através de denúncias do Conselho Tutelar do município, a partir de denúncias do conselheiro José Carlos.
A princípio, a acusação de maus tratos e torturas à criança incluíam o padrasto José dos Santos Pereira, de 22 anos. “Mas, ao longo das investigações, percebi que ele não participou da violência porque provou que estava separado da mulher enquanto as agressões ocorriam”, disse o delegado. “Por isso, deixei de indiciá-lo”, acrescentou.
José dos Santos, no entanto, foi encaminhado à colônia penal em Tarauacá. É que, embora tenha sido inocentado em relação à violência à criança, contra ele havia um mandado de prisão em aberto, por outros crimes.
O pai da criança, José de Aguiar Nascimento, também de 22 anos, assim que soube do caso, entrou na Justiça para assegurar a guarda da criança, que passou a ser cuidada pela avó.