Reconhecendo que os resultados obtidos nesses primeiros dias de governo ainda estão aquém do que se pretendia, o vice-governador Major Rocha (PSDB) informou, em entrevista ao Contilnet, que, em relação à Segurança Pública, o Estado deverá apresentar na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), ainda no começo deste mês de março, um pacote de leis para reestruturar o sistema e, até abril, investir R$ 20 milhões.
“A dificuldade é muito grande porque nós encontramos o estado numa situação de quase colapso em várias áreas. Na saúde, na segurança, na infraestrutura. São áreas que são vitais e todas elas em situação muito precárias. Mas estamos trabalhando. O governador Gladson tem se empenhado em busca de recurso e mais do que isso a equipe tem se empenhado muito para fazer com que a máquina funcione. Nós tivemos, na segurança, a redução de todos os índices. Lógico que ainda não é aquilo que nós queríamos, mas isso é um processo que vai ter que contar com o apoio, inclusive, da própria comunidade.”, disse.
De acordo com Rocha, além do pouco com efetivo, falta de combustível e frota reduzida, o atual governo deparou-se com a situação de perda de recursos.
“O secretário de polícia civil, Rêmulo Diniz, assumiu com um terço do efetivo de férias. Isso destroça qualquer tipo de ação mais eficaz que a segurança possa realizar, mesmo assim ele fez frente ao que estava acontecendo. Na Polícia Militar uma série de limitações também. Perdemos recursos de investimentos de emendas que eram destinadas à segurança, principalmente nos últimos quatro anos, mas por esforço gigantesco do secretário de segurança Paulo César, nós vamos ter para executar até abril mais de R$ 20 milhões e isso vai nos ajudar muito, mas nós temos carências de todas as ordens e agora em final de fevereiro e início de março, nós queremos apresentar um pacote de leis na Aleac, reestruturando a Segurança Pública, dando uma remodelada no sistema”, informou.
Convocar policiais da reserva e unidade de fronteira
No pacote estão previstas medidas que visam reforçar o policiamento. Convocar policiais da reserva para atuarem é uma delas. “Nós já temos isso em alguns órgãos e queremos expandir. Outros estados, como o Ceará, fizeram isso. Policiais que aposentaram em pleno vigor físico e que podem e querem contribuir. O que precisamos ter é uma remuneração, uma gratificação para que eles possam vir e estamos criando já nesse pacote.”, acrescentou Rocha.
Segundo ele também, está sendo trabalhada a criação de uma unidade de fronteira. “A atuação vai ser nas rodovias, mas também nos rios, para cobrir essa carência que nós temos e que em tese seria de responsabilidade do governo federal, mas não podemos ficar de braços cruzados vendo a droga, vendo o armamento, vendo o crime tomar conta das nossas ruas. O que nós não vamos mais fazer é o que vimos no governo passado e que nós condenamos que é ficar simplesmente culpando o governo federal. Nós sabemos que o governo federal tem a sua parcela de responsabilidade, mas se o governo federal não faz, nós temos que tomar providências porque quem tá morrendo, quem tá sendo vítima da criminalidade são os acreanos.”, asseverou.
Apoio da Comunidade
Para o vice-governador, sem o apoio da comunidade, no sentido de passar informações para as polícias, o esforço do Estado vai ter um resultado pequeno no combate à criminalidade e para possibilitar que a mesma contribua dois órgãos deverão funcionar.
“Estamos criando um modelo de corregedoria unificada para controlar os procedimentos internos de investigações de policiais e estamos criando um outro órgão muito importante que é a Ouvidoria de Polícia. Tanto uma, quanto a outra, que tem papeis diferentes, poderão fazer esse filtro e a Ouvidoria mais ainda, de estar próximo à comunidade que pode nos ajudar pois muita coisa que acontece, muitas vezes, as pessoas tomam conhecimento e não repassam essas informações para a polícia.”, assinalou.
Contratação dos concursados
Indagado pela reportagem sobre a contratação dos aprovados nos concursos das polícias civil e militar, o vice-governador respondeu: “uma coisa que o governador sonha é a contratação dos policiais e nós sonhamos com ele, porque eles são muito importantes para que possamos cumprir com o que nós acordamos. É um compromisso com eles e também com as pessoas que querem uma melhoria na segurança. Mas nós nos deparamos com uma situação difícil que está sendo contornada pela equipe para que nos próximos meses nós possamos iniciar essas contratações, as formações desses policiais e peritos, agentes da segurança que nós precisamos.”, concluiu.