MDB e Progressistas abrem portas para Calegário e PV garante que não vai brigar por mandato

Que o deputado Fagner Calegário (PV) deve deixar a sigla pela qual se elegeu em outubro de 2018 não é mais segredo para ninguém. Antes mesmo de tomar posse como deputado estadual, ele já não escondia a intenção. O que ainda não estava claro era em que campo político ele se posicionaria: se permaneceria na oposição ao governo de Gladson Cameli (Progressistas) ou migraria para um dos partidos aliados. Nesta semana, a segunda hipótese se configurou como a mais provável.

Mesmo se classificando como independente, Calegário recebeu, primeiro, o convite de dirigentes do MDB para se filiar ao partido. Uma comissão, composta por correligionários do deputado federal Flaviano Melo, presidente do partido no Acre, foi ao gabinete de Calegário, na última terça-feira (26), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) para formalizar o convite. Entre os quais o ex-deputado João Correia e o deputado Roberto Duarte.

“O partido deve crescer todos os dias e estamos em busca de novas lideranças para fortalecer o partido. Eu fico muito feliz, lisonjeado e honrado em receber novas lideranças. Espero que o deputado Fagner Calegário possa vir para o MDB”, declarou Duarte.

Fagner Calegário/Foto: Reprodução

Depois, foi o deputado José Bestene, presidente do Progressistas, que declarou ao deputado que “as portas estão abertas” para recebê-lo. “Diante da convivência no Parlamento a gente sempre conversa com os deputados insatisfeitos com a sua legenda e é claro que o PP vai sempre convidar, não só ele, mas sabemos que existe a dificuldade em função da possibilidade de se perder o mandato, se o partido ou mesmo o suplente entrarem na Justiça. Mas a relação é muito boa e se ele pudesse vir para cá seria muito bem-vindo”, disse Bestene.

Calegário disse que está avaliando todos os convites e, segundo ele, “existe uma conversa com o PV de saída sem resistência das partes”.

“Estou tendo divergência de opinião e ideológicas. Me sinto excluído dentro do PV e não vou colocar a faca no pescoço de ninguém para me aceitarem em um grupo. Não quero prejudicar o PV e nem as pessoas que já estavam no PV antes de eu chegar”, justificou o deputado, acrescentando ainda que existe um consenso com a direção do partido sobre sua desfiliação.

Shirley Torres confirma que PV não resistirá à decisão de Calegário: “Eu estou sendo pautada pela imprensa. Ainda não fui procurada pelo deputado para conversar, mas caso ele queira sair do partido e fizer o pedido, ele terá anuência da direção estadual e não terá nenhum prejuízo porque darei a carta de liberação para ele. Se depender da executiva do PV, ele não perderá o mandato”, garantiu.

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