Operação contra pedofilia é desencadeada no Acre e outros estados brasileiros

Pelo menos 266 mandados de prisão estão sendo cumpridos desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira (28) no Distrito Federal e nos demais 26 estados brasileiros numa nova operação de combate aos crimes relacionados à exploração sexual de crianças e adolescentes. Devem ocorrer prisões no Acre, informou uma fonte da Polícia Civil. A delegada acreana encarregada da operação no estado é Juliana de Angelis de Carvalho, responsável pela Delegacia da Mulher (Deam).

Polícia Civil do DF cumpre 28 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão como parte da operação “Delivery”, contra o tráfico de drogas durante o carnaval no Distrito Federal. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 O maior criminoso brasileiro nesta área, considerado um dos maiores pedófilos do mundo, cujo nome é mantido em sigilo, é um acreano que foi preso em Rio Branco ano passado numa operação similar à que está ocorrendo.

“Trata-se de uma pessoa comum, um funcionário público que levava uma vida modesta, cuja prisão, após as investigações, surpreendeu a todos que o conheciam”, revelou uma fonte da polícia ao traçar o perfil do preso encontrado com um dos maiores arquivos de material pornográfico com crianças e adolescentes de que se tem notícia no mundo. A suspeita é que o acusado fosse um megadistribuidor deste tipo de material para outros pedófilos ao redor do mundo.

A delegada acreana encarregada da operação no estado é Juliana de Angelis de Carvalho, responsável pela Delegacia da Mulher/Foto: reprodução

Em Brasília, por meio de nota, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública informou que a operação está sendo deflagrada em todo o país e que no momento já foram presas pessoas em várias partes do país, principalmente em São Paulo. Mais de 1.500 policiais estão mobilizados.

Os alvos da operação, segundo o Ministério da Justiça, foram identificados pela equipe do Laboratório de Inteligência Cibernética da Secretaria de Operações Integradas, com base em informações coletadas em ambiente digital. O conteúdo, de acordo com a nota assinada pelo ministro Sérgio Moro, trazem indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva e foi repassado às polícias civis – em especial, delegacias de proteção à criança e ao adolescente e de repressão a crimes informáticos. Por sua vez, as delegacias instauraram inquéritos policiais e solicitaram ao Poder Judiciário a expedição dos mandados de busca e apreensão, informou o Ministério da Justiça.

A operação que está ocorrendo no Brasil conta com o apoio dos Estados Unidos e decorre de cooperação entre a diretoria de Inteligência e a diretoria de Operações, ambas vinculadas à secretaria, com a colaboração da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, por meio da Polícia de Imigração e Alfândega dos EUA, em Brasília. O ministro Sérgio Moro, o secretário de Operações Integradas, Rosalvo Ferreira Franco, o diretor de Operações, Cesar Augusto Martinez, e o coordenador do Laboratório de Inteligência Cibernética, delegado Alesandro Barreto, concedem entrevista coletiva sobre a operação hoje às 11h, em Brasília (horário do DF).

A pena para quem armazena esse tipo de conteúdo varia de um a quatro anos de prisão, de três a seis anos de prisão por compartilhar, e de quatro a oito anos de prisão por produzir conteúdo relacionado aos crimes de exploração sexual.

Esta é uma terceira fase de uma operação cuja investigação apontou alvos internacionais com ajuda de autoridades da Argentina. Desde outubro de 2017, foram cumpridos 157 mandados e presos 112 abusadores. Na segunda edição, em maio de 2018, houve cumprimento de 579 mandados de busca, resultando na prisão de 251 pessoas, uma delas no Acre.

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