Três meses de Gladson Cameli no governo: polêmicas, picuinhas e insatisfações

Ampulheta

Já estão prestes a se esgotarem os 90 dias de trégua que a tradição política nacional estabeleceu como prazo-limite dado pelos opositores àqueles que assumem cargos nas três esferas do Poder Executivo.

Transgressão

Ocorre, porém, que na prática esse marco temporal não foi respeitado pelos adversários políticos do governador Gladson Cameli (Progressistas), e ainda menos pelos opositores do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Guerra deflagrada

No plano local, os debates entre os integrantes da base aliada e os membros da bancada de oposição na Assembleia Legislativa (Aleac) mostraram que o armistício político não prevaleceu. Ao contrário, a troca de tiros começou já nas primeiras semanas de fevereiro.

Perspectivas diferentes

E se os jornais locais têm sido comedidos nas críticas ao novo ocupante do Palácio Rio Branco, o mesmo não ocorre com aquele que por ora dá as ordens no Palácio do Planalto.

Boi na linha  

A chamada grande imprensa não para de fustigar o presidente, a ponto de aventar a hipótese de um impeachment contra ele. Reinaldo Azevedo, por exemplo, outrora odiado pelas esquerdas, agora colhe seus aplausos por apregoar, periodicamente, que o governo de Bolsonaro acabou.

Alhos e bugalhos

Fossem os companheiros no poder, a ladainha de que as zelites se haviam unido ‘contra o povo’ continuaria a ecoar em nossos tímpanos. Tratando-se de Jair Bolsonaro, a mídia apenas cumpre o seu papel de informar.

Leitura dinâmica

De volta a Gladson, a necessidade de conter despesas tem afetado o comércio local e refletido nas nossas poucas indústrias. Os tempos são de incerteza para trabalhadores e ainda mais sombrios para os que procuram emprego. Quanto à classe empresarial, esta já está no limite da tolerância.

Tema reinante

Mas o assunto que dominou os quase 90 dias do novo governo diz respeito às nomeações para os cargos comissionados – em parte pela parcimônia de quem assina os decretos, e muito pela contrariedade daqueles que suaram a camisa em campanha e agora se dizem preteridos por gente que apoiava o adversário do PT, enquanto tratava de depreciar Cameli.

Esperança, animação e impaciência

Os aliados do governador seguem esperançosos quanto ao futuro. Já os adversários políticos festejam – mesmo cientes de que as agruras do presente decorrem das lambanças do passado. Enquanto isso, o povo já começa a dar sinais de que a paciência está se esgotando.

Chance de reagir

Nesse cenário de adversidades, Gladson poderia marcar pontos a seu favor. A começar por decretar o fim do pagamento das pensões vitalícias aos que nunca souberam o que é viver de salário mínimo. Ao invés disso, prefere se cercar de cuidados jurídicos, como se fosse ele – e não os beneficiários da indecência – que estivesse a cometer alguma ilegalidade.

Desejo coletivo

O povo acreano, grosso modo, está careca de saber em que condições o governador do Progressistas recebeu a administração pública estatal das mãos do antecessor. Ainda assim, quer ver mais resultados e ouvir menos falatório.

Alternativa

E se a extinção das pensões vitalícias requer, ainda, um excesso de cautela capaz de adiar uma definição, restam as medidas administrativas – entre as quais a de pôr fim aos superpoderes conferidos a quatro membros do primeiro escalão, responsáveis, segundo dizem os próprios aliados, pela paralisação da máquina pública. Ou Gladson trata de repartir o bolo estatal, ou os convidados haverão de abandonar a festa.

Foco

O deputado federal Alan Rick (DEM) se reuniu ontem (28) com o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, para tratar da situação dos brasileiros formados em medicina no exterior.

Exultante

Alan Rick saiu do encontro satisfeito com o que ouviu de Mandetta. Segundo ele, o ministro e sua equipe trabalham para aperfeiçoar o Mais Médicos e também na criação de um programa por enquanto batizado de “Mais Saúde”.

Planos para o futuro próximo

A meta do ministro seria fixar os médicos da Atenção Básica nos municípios com o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país – os quais são, também, os que mais sofrem pela carência de atendimento no setor da saúde.

Compromisso 

Alan Rick informou, por meio de sua assessoria de imprensa, ter solicitado ao ministro a inclusão, no programa, dos brasileiros formados no exterior. Em resposta, ele ouviu de Henrique Mandetta que o ministério elabora um exame de admissão dos novos médicos, à semelhança dos concursos públicos.

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