Acre entra no radar da Polícia Federal em investigação sobre venda ilegal de madeira no país

O Acre está, desde a manhã do último sábado (27) no radar a Polícia Federal como um dos oitos estados do país, além do Distrito Federal, alvos da Operação Arquimedes, que busca desarticular uma quadrilha responsável por extrair madeira da Amazônia de forma ilegal. A operação prendeu 26 pessoas em Manaus (AM) e outras três estão foragidas. Em Rio Branco, foram apreendidos computadores, outros equipamentos eletrônicos e documentos.

André Hassem confirmou que Imac foi fiscalizado pelos agentes da PF/Foto: reprodução

As operações deram-se na sede do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac ), no centro de Rio Branco (AC), onde os agentes federais apreenderam farta documentação, segundo revelou o diretor-presidente do órgão, advogado André Hassem. Os agentes federais apresentaram mandados de busca e apreensão de documentos datados a partir do ano de 2015, quando o responsável pelo órgão, na administração do segundo mandato do governador Tião Viana, era o professor Edgar de Deus. “Estamos aqui para colaborar em todos os sentidos”, disse Hassem, ao ser informado de que, na segunda-feira (29), as buscas devem ser reiniciadas. Os agentes trabalharam durante todo o sábado (27) na leitura e apreensão de documentos no órgão. “A ordem do governador é para escancarar tudo”, disse

Em Manaus, entre os presos da operação há um ex-superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), José Leland. O ex-dirigente era alvo de um mandado de busca e apreensão, mas acabou preso em flagrante porque os agentes encontraram em seu poder uma arma de fogo sem autorização.

Os policiais federais encontraram com o diretor financeiro do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Fábio Rodrigues, R$ 205 mil em espécie. Ele foi preso em casa e é suspeito de emitir 35 autorizações para exploração ilegal de madeira no Amazonas.

A operação investiga possíveis casos de corrupção entre servidores, engenheiros florestais, detentores de planos de manejo do Ipaam e do Ibama e proprietários de empresas madeireiras. A corrupção ocorria entre servidores e engenheiros e madeireiros, com o objetivo de obter celeridade dentro do órgão, “passar fila”, e obter também informações sobre fiscalização nos locais de mata, informou a Polícia Federal. Alguns pagamentos eram feitos diretamente entre servidores e madeireiros, com transação bancária direta ou quantias em espécie.

Foram expedidos 23 mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária, 109 mandados de busca e apreensão cumpridos no Amazonas, Acre, Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais, Rondônia, Roraima, São Paulo e Distrito Federal. Além disso, foram autorizados bloqueios de mais de R$ 50 milhões nos CNPJs das empresas investigadas e outras 18 medidas cautelares.

Os investigados responderão, dentro das suas condutas, pelos crimes de falsidade ideológica no sistema DOF, falsidade documental nos processos de concessão e fiscalização de PMFS (Plano de Manejo Florestal Sustentável), extração e comércio ilegal de madeira, lavagem de bens, direitos e valores, corrupção ativa e passiva e de constituição de organização criminosa.

A operação já apreendeu em dezembro de 2017 mais de 400 contêineres no porto em Manaus, contendo aproximadamente 8.000 m³ de madeira em tora com documentação irregular.

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