Após a queda da véspera, a Bolsa brasileira voltou a operar no azul, com alta de quase 2%, nesta quinta-feira (4), seguindo o noticiário da Previdência e algum otimismo externo com o possível fim da guerra comercial travada entre Estados Unidos e China. O dólar recuou.
Nesta quinta, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) recebeu líderes partidários em um primeiro movimento de articulação política pela reforma. Os encontros ocorrem após bate-bocas entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) sobre a responsabilidade pela formação da base aliada para aprovação do projeto.
Já a notícia negativa, que de a regra de transição da reforma poderá ser abrandada pelo Congresso, reconhecida pelo secretário da Previdência, Rogério Marinho, foi ignorada pelo mercado.
A movimentação do Planalto foi bem recebida pelo mercado, e o Ibovespa subiu 1,93%, a 96.313 pontos.
Faz uma semana que a Bolsa oscila ao redor dos 95 mil pontos: quando cai abaixo desse patamar, investidores voltam a comprar e ela se recupera; acima dos 96 mil pontos, há venda.
O movimento de sobe e desce em intervalos relativamente estreitos é típico de períodos de indefinição, como ocorre agora em que a mudança nas regras da aposentadoria concentra as atenções dos investidores.
Nesse cenário, qualquer notícia pode ser usada como motivo para alta ou queda da Bolsa. É o que ocorreu na quarta, quando a participação de Paulo Guedes na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara foi considerada ruim pelas brigas com a oposição, levando à queda na Bolsa. Um dia depois, o episódio era lido de outra forma.
“A sessão de ontem [quarta] não foi definitiva para a reforma. O mais importante são os encontros do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com líderes do PSDB, DEM, PP, PSD e PRB hoje [quinta], o que mostra a disposição em colaborar para a aprovação da reforma”, afirma Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.
O giro financeiro foi R$ 13,192 bilhões, abaixo da média diária do ano, que ronda os R$ 16 bilhões. Outro indicativo que investidores estão se afastando do mercado no período de indefinição.
No exterior, o dia também foi mais fraco em volume financeiro, enquanto investidores aguardam um acordo comercial entre Estados Unidos e China. Os principais índices terminaram sem direção única.
O dólar recuou 0,51%, a R$ 3,8590. O comportamento do real destoou das demais moedas emergentes: de uma cesta de 24 divisas, 17 perderam valor ante a moeda americana nesta quinta.