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Briga por poder e patrimônio em igreja vai parar na justiça e “irmãos” saem às ruas de Feijó

Por TIÃO MAIA, DO CONTILNET

Não houve ainda ameaças nem agressões físicas, mas uma disputa por poder e patrimônio entre pastores da Igreja Assembleia de Deus em Feijó, município distante 387 quilômetros da Capital Rio Branco, já deixou de ser uma briga qualquer. Adeptos da Igreja agora brigam na Justiça com as mais torpes troca de acusações.

A disputa se intensificou nos últimos dias porque a desembargadora Eva Evangelista de Araújo Souza, do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC), concedeu liminar em favor de um dos lados da disputa e a decisão acirrou os ânimos dos irmãos que se sentem prejudicados. Até manifestações com direito a palavras de ordem e cartazes desaforados foram realizadas nas ruas da cidade nos últimos dias. Os manifestantes querem o direito de deporem em juízo e exporem suas razões, alegando que, até aqui, a Justiça tem se manifestado em favor apenas de um lado dos contendores.

População foi ás ruas em protesto/Foto: reprodução

É a primeira vez que é registrada uma disputa tão feroz na Igreja em Feijó, que funciona ali faz mais de 85 anos. Os dois lados em disputa incluem os pastores Antônio Barbosa e Rogério Luiz, que trocam acusações inclusive de apropriação indébita e o que deveria ficar guardado entre os fiéis e adstrito ao templo, ganhou as ruas.

Os evangélicos insatisfeitos se concentraram na frente do Fórum em protesto contra a justiça local, que teria levado a desembargadora Eva Evangelista a tomar decisão em favor de um dos lados, aquele que estaria prejudicando os manifestantes. A briga envolve a comunidade Fortaleza, uma igreja situada na zona rural de Feijó, no rio Envira, onde congregam pelo menos 180 pessoas, algumas inclusive que vivem no centro urbano no município. O pastor local é Antônio Barbosa, que não aceitou o racha na Igreja proposto por Rogério Luiz, que atua em Feijó. Liderando um gripo de no mínimo oito pastores, ele levou a Igreja de Feijó a se desfiliar da Ceimadac (Convenção Estadual da Assembleia de Deus no Acre), que congrega todas as igrejas da Assembeia de Deus no Estado.

Em junho do ano passado, o pastor Rogério Luiz e seus auxiliares se retiraram da entidade alegando incompatibilidades eclesiásticas e passaram a trabalhar a ida da Igreja para outra denominação. O pastor Antônio Barbosa, no entanto, não aceitou a ideia e disse que sua congregação continuaria com a Igreja tradicional e o caso foi parar na Justiça.

É que, além do dízimo dos fiéis, há patrimônio em disputa, como os prédios e os bens da Igreja, como móveis e utensílios. Além de não aceitar a desfiliação da entidade tradicional, o pastor Antônio Barbosa decidiu que a Igreja na localidade de Fortaleza não desocuparia o prédio nem cederia o espaço físico à igreja com nova denominação presidida pelo pastor Rogério Luiz e o caso foi parar na Justiça, que concedeu vitória parcial aos dissidentes, dando reintegração de posse do espaço físico da igreja presidida pelo pastor Antônio Barbosa. Os manifestantes agora querem que a justiça reveja o ato e por isso vêm protestando nas ruas da cidade.

“O pastor Rogério Luiz sempre quis se assenhorar da Ceimadac”, disse o pastor Lázaro Humberto, primeiro vice-presidente da entidade, que apoia a resistência do pastor Barbosa e dos fiéis da comunidade de Fortaleza. “Sempre que disputou a presidência da nossa entidade máxima, o pastor Rogério sempre foi derrotado pelo voto e agora partiu para a retaliação”, disse Lázaro Humberto.

 

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