Em decisão apresentada no início desta semana, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) determinou a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, em Curitiba.
O processo contra Dallagnol foi aberto porque ele disse, em entrevista à rádio CBN , em 2018, que os ministros do STF, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski formam uma “panelinha” na 2ª Turma da corte.
“Os três mesmos de sempre do Supremo Tribunal Federal que tiram tudo de Curitiba e mandam tudo para a Justiça Eleitoral e que dão sempre os habeas corpus, que estão sempre se tornando uma panelinha assim… que mandam uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção”, disse o procurador.
Dallagnol já havia sido investigado anteriormente pelas mesmas declarações no Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), que decidiu por arquivar o inquérito administrativo no último dia 2 de abril.
Nesta terça, foram dez votos a quatro a favor da abertura no CNMP. Ao final da investigação, o procurador pode ser inocentado, sofrer advertência, censura ou suspensão. Em sua defesa, ele disse não querer ofender os membros da corte.
Vice-procurador-geral da República, Luciano Maia Mariz votou pela aberura do processo contra Dallagnol e afirmou que “a liberdade de expressão não autoriza levantar a voz para agredir a principal instituição do estado de direito, que é a Suprema corte”.