Gladson Cameli deveria aprender com as lições decorrentes da pesquisa Data Control

Óbvio ululante

A pesquisa do instituto Data Control, encomendada pelo site ac24horas, constatou o que tem sido reverberado, por estas bandas, nas redes sociais: quase metade dos eleitores do Acre é contra a contratação de petistas para cargos em comissão no governo.

Matemática política

A questão dispensa reflexões. Ainda assim, é preciso recorrer aos números para podermos chegar a algumas conclusões. Vamos a eles.

Números não mentem

Gladson Cameli (Progressistas) foi eleito governador no primeiro turno das eleições de outubro do ano passado, com 53,71% dos votos válidos, contra 34,54% do seu principal oponente, o ex-prefeito de Rio Branco Marcus Alexandre, do PT. O levantamento do Data Control afirma que 49% dos entrevistados é contra a contratação de petistas para cargos em comissão no atual governo.

Calculadora

Com margem de erro de 4 pontos percentuais, a sondagem nos permite subtrair dos 53,71% dos votos obtidos por Cameli os 4% do intervalo de confiança da pesquisa (que por sinal é de 95%). E o resultado será de 49% de pessoas favoráveis à despetização do governo (mais os que compõem a fração de 0,71%).

Sobe

Ocorre que o desvio percentual tanto pode apontar para baixo, quanto também para cima – o que, nesse último caso, elevaria a taxa dos apoiadores da despetização para 53% – percentual bem próximo daqueles que guindaram Cameli ao Palácio Rio Branco.

Análise

Dessa aritmética se podem tirar algumas conclusões. A primeira é que Cameli foi eleito, principalmente, pelo grosso do eleitorado que não queria mais o PT no poder – e continua avesso à indicação de representantes do partido para integrar a nova gestão, bem como aos antigos aliados da sigla.

Elementar

Isso significa, grosso modo, que a votação dada ao governador decorre, sobremaneira, da rejeição ao PT – e não, necessariamente, de fatores a ele inerentes.

Incêndio

Disso se pode depreender ainda que a insistência do atual governador em abrigar na administração pública estadual figuras políticas identificadas com o partido da estrela vermelha continuará servindo de combustível para a fogueira da insatisfação.

Desce

Outra dedução a ser feita a partir da pesquisa Data Control é que o PT está longe de recuperar o prestígio, haja vista que se seus ‘representantes’ são indesejáveis na gestão pública, ainda pior seria a candidatura de qualquer um dos representantes da sigla.

Acorda, governador!

Pra finalizar, o que Gladson parece não ter percebido ainda é que a maneira mais eficaz de fazer com que o PT volte a governar o estado é contrariando os eleitores. E o caminho mais curto para se checar a esse ponto é continuar nomeando os companheiros para os cargos em comissão.

Burros n’água

A coluna já havia alertado para os excessos cometidos pelo vereador rio-branquense João Marcos Luz, do MDB. Há pouco mais de dois meses no cargo – tendo assumido a cadeira deixada pelo deputado estadual e correligionário Roberto Duarte Jr., João Marcos voltou a pisar na bola.

Fake?

No afã de atacar a prefeito da Capital, Socorro Neri (PSB), o vereador emedebista apresentou laudo supostamente emitido pela Funtac condenando a qualidade do asfalto usado pela prefeitura nas operações tapa-buracos.

Apagão

O líder da prefeita na Câmara, Rodrigo Forneck, desfez a potoca ao exibir vídeo gravado com a diretora-presidente do órgão, Odicléia Câmara da Costa, no qual ela nega a existência do parecer técnico e ainda avaliza o material usado pela prefeitura.

Vergonha alheia

Luz então foi obrigado a engolir o desmentido feito pela titular do órgão público aparelhado por seu próprio partido.

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