Um cantinho, um violão, vontade de doar e gente precisando receber. Basicamente, com esses itens o advogado Marco Antônio Palácio Dantas idealizou e realiza o “Projeto Dedilhando” que consiste em ensinar gratuitamente a arte de tocar violão a crianças e jovens na Cidade do Povo. As aulas acontecem todos os sábados, há quatro anos e 90 alunos já foram beneficiados.
“A ideia é contribuir com a inclusão social através da música, colaborar para o aprimoramento desses jovens talentos, dando a eles as condições para isso. O importante é improvisar e aproveitar o momento para buscar a satisfação ao mesmo tempo em que o conhecimento musical é estimulado. Eu vejo como uma missão também de fortalecer valores sociais e o mais importante, fazer amigos, trocar experiências, poder compartilhar e contribuir para que esses garotos e garotas se dediquem à arte ao invés de outras situações a que estão vulneráveis. Eu também aprendo muito com eles. Não tem explicação ”, disse emocionado.
Graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas com 25 anos de experiência na advocacia empresarial, pós-graduado em direito ambiental, em direito eleitoral e em gestão empresarial, ministrado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Palácio Dantas já atuou como membro da classe jurista do Tribunal Regional Eleitoral do Acre e foi professor da Universidade Federal do Acre.
Além de ministrar as aulas de violão, ele próprio fabrica instrumentos de corda. Alguns são fornecidos aos alunos, outros doados por amigos e os violões ficam em poder dos participantes do projeto durante todo processo de aprendizagem. Também são disponibilizadas as partituras, as estantes de leituras e todo o necessário para prática e estudo.
As aulas do Projeto Dedilhando já aconteceram em um espaço à céu aberto, à sombra de uma edificação e com mais frequência, no pátio da escola Frei Heitor Turrim e atualmente, no Centro Multifuncional São Marcos, na paróquia do bairro, contando com o apoio do pároco local, Padre Mássimo Lombardi.
“O Projeto Dedilhando começou fazendo o que era necessário, depois o que era possível e agora precisamos continuar crescendo. Eu não sei que resultados virão, mas o mais importante é não ficar de braços cruzados, indiferente a situação dos outros. Essas pessoas são carentes e se cada um fizer uma parte, podemos contribuir para mudar a realidade de muita gente”, concluiu.