19 de abril de 2024

Município de Capixaba está sem médico há mais de 15 dias e população sofre com o descaso

O sistema de saúde do município de Capixaba, a 85 quilômetros da Capital Rio Branco, está do jeito que o diabo gosta. Que o diga a família da dona de casa Lucimeire Chaves do Nascimento, 35 anos, casada, mãe de nove filhos cujo mais novo tem apenas dois anos e precisa de ajuda médica e o município não fornece, ao lado da irmãzinha próxima. Ambos têm febres, dores no corpo, vômitos e os pais não sabem mais o que fazer.

Moradora do quilômetro 100 da BR-364, num ramal 35 quilômetros após a estrada principal, Lucimeire Chaves do Nascimento e o marido Elenilson de Oliveira Silva, de 34 anos, lutam, desde a última sexta-feira (05), para conseguirem atendimento médico no posto de saúde municipal “Ildefonço Cordeiro”, lá em Capixaba, e o que encontram, além da falta de atendimento, é só maus tratos.

“Ninguém tem piedade da gente”, diz, ressentida e triste num banquinho de madeira à entrada do posto de saúde, com os filhos no colo e o olhar perdido, ao lado do marido à espera do que não tem aparecido por ali nos últimos tempos – um médico. Segundo ela, seus dois filhos menores apresentam febres, dores no corpo e há dias não comem, o que a fez, ao lado do marido, procurar socorro na cidade. Acordou de madrugada, abrigou os filhos doentes como podia e chegou ao postos de saúde por volta das 11 horas de uma manhã quente na qual, ironicamente, nem água para beber havia no local.

A dona de casa Lucimeire Chaves do Nascimento e o marido, Elenilson de Oliveira Silva, sofrem muito em usca de atendimento nos postos de saúde de Capixaba/Foto: Tião Maia/ContilNet

De sobra, o que havia por ali, além da incompetência da gestão, só a boçalidade do diretor da unidade, um rapaz de nome Arcênio Santiago. Unhas bem tratadas, barba cuidada com esmero, numa sala de ar condicionado, a impressão de tranquilidade que nele passava é que em nada se importava com a dor da família de Lucimeire Chaves e Elenilson Oliveira, que continuavam lá fora, sem direito a água para beber e o atendimento médico às crianças. Atendimento e bons tratos, pra eles, só por algum milagre – que, aliás, não aconteceu. Voltaram para a roça tristes e indignados.

O diretor de barba bem cuidada e de unhas dignas de seu ambiente de ar refrigerado justificou o mau atendimento à falta de médicos face à dificuldade de contratação de profissionais. A única que havia trabalhando no município, ao obter, segundo o diretor da unidade de saúde de Capixaba, um contrato de melhor remuneração na capital, resolveu pedir demissão. E a saúde Capixaba ficou como uma celebração no inferno, do jeito que o diabo festeja.

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