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Polícia diz que pessoas encontradas mortas em igarapé podem ter sido assassinadas

Por TIÃO MAIA, DO CONTILNET

O delegado geral de Polícia Civil de Rodrigues Alves, município distante 15 quilômetros de Cruzeiro do Sul, no Vale do Juruá, Vinicius Andrade, disse, terça-feira (9), em entrevista exclusiva ao ContilNet, que de fato há suspeitas de que possa ter havido algo mais grave que um simples acidente envolvendo o comerciante José Gomes da Cruz e duas acompanhantes, as irmãs Raqueli e Railene Oliveira. Os três foram encontrados mortos, possivelmente por afogamentos, ainda vestidos, dentro de um carro submerso no leito do igarapé dos arredores de Rodrigues Alves, por um grupo de meninos que tomavam banho no local, na manhã do último dia 1 de abril.

Para a polícia, à primeira vista, um acidente devido ao descuido do motorista que não haveria puxado o freio de mão do veículo ao parar às margens do igarapé e ter permanecido com os vidros fechados com as companhias sem perceber que o carro se deslocava lentamente, no escuro, até cair na água. Para a família do comerciante, um crime. É o que diz um irmão de José Gomes, Vitor da Cruz. Ele registrou queixa na Delegacia de Rodrigues Alves de assassinato e não de acidente em relação à morte do irmão e de suas amigas. Além dele, o restante da família também não acredita na hipótese de acidente. José Gomes, embora casado, teria um relacionamento amoroso com uma das jovens que morreram em sua companhia.

As irmãs e o comerciante/Foto: Reprodução

O delegado de polícia, no entanto, disse que não poderia fornecer detalhes sobre sua linha de investigação em relação a um possível assassinato triplo. “O que eu disser, poderia atrapalhar minha própria investigação”, afirmou, ao admitir que já começou a colher informações e depoimentos sobre o caso adotando a linha de investigação relativa à assassinatos e não a um simples acidente por descuido de um motorista aparentemente embriagado. O delegado espera o lado da perícia para concluir se houve ou não o acidente.

Era madrugada. Os três – o comerciante e as duas acompanhantes – haviam deixado uma festa lá mesmo em Rodrigues Alves. Todos haviam bebido muito. O irmão do comerciante morto diz que o irmão jamais cometeria o lapso de parar o carro próximo a um igarapé e não puxar o freio de mão. “Ele dirigia muito bem, mesmo quando estava bêbado”, disse, na delegacia.

A polícia já trabalha com a informação de que, aparentemente, José Gomes estava com problemas em casa, com a esposa. No dia anterior ao seu desaparecimento, no sábado, ele saíra de casa e teria dito que não mais voltaria. Tanto é que, após a festa, segundo informações fornecidas à polícia, ele dirigiu até a localidade da Vila São Pedro, próximo a Rodrigues Alves, até a casa de uma amiga, em busca de um local para dormir, o que foi negado pela dona da casa, face às duas companhias de José Gomes.

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