Ainda não é oficial, mas o presidente do PSB no Acre, Rivamar Mendes, pode renunciar ao cargo durante reunião da executiva do partido, marcada para a noite desta sexta-feira (26), alegando motivos pessoais. Ocorre que, com a vacância, um grupo de oposição à atual direção, ligado ao deputado estadual Manoel Moraes, articula-se para que o vice, ex-deputado César Messias, não assuma a condução da sigla.
Indagado pela reportagem do ContilNet, Manoel Morais admite que é contra a condução de Messias à presidência, defende novas eleições, mesmo que ainda falte cerca de um ano e meio para terminar o mandato da atual diretoria, e argumenta que sua posição deve-se ao resultado das urnas, para a sigla, nas eleições de 2018.
“Foi o pior resultado que tivemos desde 2002. Foi péssimo para o partido e isso na condução da atual direção, orientada pelo César Messias. E não foi ainda pior, graças a nossa prefeita que ajudou falando bem de alguns candidatos”, disse.
Moraes, que atualmente é o único deputado do partido, negou, porém, que queira assumir a presidência. “A única coisa que eu quero é o bem do partido. Não quero ser presidente, tenho muita coisa para fazer. Só quero que seja uma pessoa que ajude o partido a crescer, que o partido oxigene, melhore e que todas as correntes tenham espaço.”, disse
Para ele, deve haver uma renovação no partido. “Tem que se oxigenar, botar pessoas novas na direção ou então alguns que já deram certo como o Gabriel [Maia] que já foi presidente. É preciso renovar porque do jeito que está, vai piorar. Então nosso partido é um partido democrático e se ele [César] for democrata, abre para que se faça uma nova eleição ou então que abre mão de assumir porque já mostrou que não tem condições de tocar o partido.”, asseverou.
César Messias declara que foi pego de surpresa
Procurado pela reportagem do ContilNet para comentar o assunto, o ex-deputado federal César Messias disse que foi pego de surpresa com a convocação da reunião e a própria pauta. Afirmou que, a princípio, defende a permanência do atual presidente, Rivamar Mendes, mas que se ele resolver, de fato, deixar o cargo, é natural que, em sendo, vice-presidente venha a assumir a direção do partido.
“Primeiro, precisamos observar o estatuto e se for isso o que estiver regulamentado é o que irá acontecer. Eu não pertenço a grupos, eu não tenho grupos. Eu tenho partido e o interesse deve ser esse.”, disse Messias deixando claro que não pretende abrir mão de ocupar uma vaga que naturalmente lhe cabe em caso de vacância do titular, no caso a presidência da executiva regional do PSB.
César Messias, já foi vice-governador do Acre e mais recentemente deputado federal. Mesmo sendo uma das mais expressivas lideranças do PSB no Acre, não conseguiu se reeleger para novo mandato na Câmara dos Deputados, nas eleições de 2018, com 10.769 votos obtidos nas urnas. Em 2014, quando foi eleito, esse número foi de 26.448 votos.