Centro de referência na educação de jovens e adultos acreanos que por alguma razão estão buscando recuperar o tempo perdido, o Ceja, instalado no centro nervoso de Rio Branco, a capital do Acre, tinha tudo para se transformar no palco de uma carnificina. Informações obtidas pela Polícia Militar davam conta de que, num dia qualquer e sem hora marcada, pistoleiros a serviço de facções iriam invadir o local e executar professores e alunos.
O tal dia parecia ter chegado na noite desta terça-feira (23). Alunos que haviam deixado as salas de aulas, muitos para fumar sobre o ar livre (afinal, os alunos que ali estudam em sua maioria são adultos), perceberam que um grupo de rapazes, pilotando motos ( eram pelo menos quatro pessoas, em duas motos), pararam em frente à escola e, por acenos, diziam que pessoas iriam morrer. Os acenos eram de que cabeças seriam cortadas, com gestos em relação ao pescoço.
O pânico foi geral. Mesmo com o portão de acesso à escola fechado, professores e alunos, alarmados, procuraram se refugiar. Ali estudam pelo menos 200 pessoas e lecionam mais de 20 professores.
A Polícia foi avisada e os ameaçadores fugiram. O Centro de Educação de Jovens e Adultos, o Ceja, está localizado no centro de Rio Branco, na Rua Epaminondas Jácome, ao lado do prédio da Maçonaria e a poucos metros do prédio da Polícia Rodoviária Federal ( PRF). O problema é que estas instituições, embora localizadas no centro de Rio Branco, estão instaladas no bairro da Base, território livre e em disputa pelas facções rivais que atuam na Capital.