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Turismo étnico religioso é uma das apostas da nova gestão para alavancar o setor no Acre

Por LAMLID NOBRE, DO CONTILNET

Investir no potencial turístico das aldeias indígenas do Acre é uma das apostas da Secretaria de Estado de Empreendedorismo e Turismo (SEET) para alavancar o segmento no estado. “Nós precisamos de gente vindo para o Acre e o turismo é uma das formas mais eficazes de transferência de renda.”, disse a secretária Eliane Sinhasique.

Com um calendário de festivais, retiros espirituais e outros eventos, as aldeias já se organizam há algum tempo. “Temos feito um trabalho muito bacana que é preparar as aldeias indígenas para receber os turistas. Isso já está acontecendo de forma natural, mas ainda de forma acanhada, no entanto tem um grande potencial, principalmente para atrair turistas internacionais. Então estamos buscando parceria com agências de grande porte para que possam incluir em seus pacotes o Acre como destino turístico, notadamente com pacotes para os festivais indígenas.”, disse Sinhasique.

Entre os eventos nos calendário, está o Festival da Aldeia São Francisco, Feijó com o povo Huni Kuin/Foto: Odair Leal

Segundo ela, já se reuniu com lideranças indígenas que apresentaram suas demandas e está sendo trabalhando num plano de trabalho para que essas aldeias estejam preparadas para receber turistas em maior quantidade e melhor qualidade de acomodação e receptividade.

“Para isso, uma das ações que estamos conversando é o desenvolvimento de um curso específico para os indígenas de espanhol e de inglês, numa metodologia diferenciada para que eles possam, num curto espaço de tempo, aprender essas línguas para poderem se comunicar com os estrangeiros que estão chegando nas aldeias.”, explicou ela.

Outra ação, informada pela secretária, é o desenvolvimento de um roteiro de atividades turísticas nas aldeias, além dos rituais religiosos. “A ideia é que o turista tenha o que fazer desde o momento que chega até o momento de sair. Que tenha todo seu tempo ocupado, dentro da aldeia. Pois hoje eles ficam soltos, sem atividade porque não há esse expertise e eles nos pediram esse apoio.”, comentou ela.

A questão da água potável nas aldeias para evitar que os turistas levem garrafas plásticas de água mineral é outra preocupação da secretaria. “Estamos conversando com o Depasa [Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento] para que ver como isso pode ser feito e também a questão do saneamento. Queremos evitar o lixo, a poluição nas aldeias. É uma preocupação dos líderes indígenas e nossa também.”, frisou.

As acomodações para quem chega também faz parte do raio de demandas. “Queremos desenvolver um projeto que preserve as características típicas da aldeia mas que seja aconchegante para o turista que não tem o habito de dormir em espaços , como locais sem paredes. Então são várias demandas apresentadas que estamos trabalhando junto com eles para melhorar o desenvolvimento do empreendedorismo indígena que atraia o turista e também de comercialização dos produtos como o artesanato que hoje passa pela mão de atravessadores. Temos um trabalho grande.”, concluiu ela.

Calendário 2019 para vivências em aldeias indígenas do Acre

 1 a 7 de JUNHO.

Aldeia Shane Kaya, Feijó – Ac / Shanenawa.

Cacique Naynawa.

8 a 14 de JULHO.

Aldeia Recanto Verde, Mâncio Lima – Ac / Nukini.

Cacique Xiti

7 a 13 de AGOSTO.

Aldeia Pinuya, Tarauacá – Ac / Huni Kuī

Cacique Assis Kaxinawá

1 a 7 de SETEMBRO.

Aldeia Morada Nova, Feijó – Ac / Shanenawa

Cacique Carlos Brandão

8 a 13 de OUTUBRO

Aldeia São Francisco, Feijó – Ac / Huni Kuī

Cacique Isaka Rui

 

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