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Acre se prepara para atingir status de estado livre de febre aftosa sem vacinação

Por SECOM

O Acre está em processo de transição para atingir o status de estado livre de febre aftosa sem vacinação. A última campanha de vacinação será realizada em novembro deste ano, quando deverão ser imunizados animais de até 24 meses. Depois disso, o Acre, Rondônia e parte do Amazonas estarão fora do calendário previsto no Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) deu início em 2017 ao PNEFA. Para projetar a transição de país livre da febre aftosa com vacinação para o sem vacinação, as unidades da Federação foram organizadas em cinco blocos.

Acre possui cerca de 3,3 milhões de cabeças de gado (Foto: Marcos Vicentti/Secom)

O Acre está no bloco 1, sendo reconhecido internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde Animal como zona livre de aftosa há quase 14 anos em virtude dos resultados exitosos de suas políticas de defesa e inspeção animal.

Por isso, o estado foi escolhido pelo Mapa como um dos primeiros a receber a certificação de zona livre sem precisar mais de vacinação. A transição irá permitir ao estado atender a mercados consumidores mais exigentes, para ampliar a exportação da carne.

“O Acre tem a oportunidade de possuir situação sanitária superior a maior parte do país, o que além de agregar valor no preço da tonelada de carne exportada, garante a dianteira na comercialização com países como Chile, Bolívia e, especialmente, o Peru”, destacou o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), Rogério Melo.

O estado possui cerca de 3,3 milhões de cabeças de gado, um patrimônio pecuário avaliado em R$ 4 bilhões. O setor é o terceiro que mais movimenta economicamente o PIB do estado, com cerca de R$ 1,5 bilhão anualmente. A pecuária gera em torno de 75.000 empregos diretos.

“A retirada da vacinação é de suma importância para o estado. Vamos conseguir valorizar o patrimônio bovino e abrir novos mercados para a carne bovina acreana. Iremos cumprir todas as metas e atender todas as exigências impostas pelo Ministério da Agricultura. O Acre está no caminho certo e será de grande valia o status de livre de aftosa sem vacinação. Estamos em um cenário privilegiado”, enfatizou Luziel Tavares, superintende do Ministério da Agricultura no Acre.

De acordo com o presidente do Idaf, o êxito do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa está na junção de esforços públicos e privados, infraestrutura do serviço veterinário e o na sólida fundamentação técnica de medidas sanitárias. Este trabalho é desenvolvido no Acre pelo Idaf, órgão máximo de defesa e inspeção de produtos de origem animal.

Última etapa da campanha será realizada em novembro deste ano (Foto: Marcos Vicentti/Secom)

Investimentos para garantir resultados

Para assegurar o processo de transição de status, o governo do Estado está programando uma série de investimentos, como a reforma de prédios das unidades do Idaf e ainda a realização de concurso público para a ampliação do quadro de servidores, para o primeiro semestre de 2010.

Além disso, o Idaf conta com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado do Acre que repasse quase R$ 1 milhão anualmente ao Instituto, garantindo crescimento e fortalecimento do setor.

“Um novo convênio será firmado entre o Ministério da Agricultura e o Idaf para dar condições ao estado de acompanhar o Bloco I e fazer a transição para Zona Sem Vacinação”, disse o presidente.

Vantagens da certificação

Entre as vantagens da retirada estão a redução de perdas na produção leiteira e de carne devido aos deslocamentos de rebanhos e de manejo. A certificação também facilita o acesso a novos mercados e gera uma economia de R$ 800 milhões anuais somente na compra da vacina em todo o país.

“Eu avalio esse processo como muito construtivo. Cada ano que passa nosso rebanho está mais sadio, mais protegido e estamos próximos de alcançar o status de livre de aftosa, sem vacinação. Existem mercados que ainda estão inacessíveis pra nós devido a vacinação, sem ela conseguiremos alcançar os melhores mercados do mundo, agregando valor pro país, os produtores, o comércio, todo mundo”, comemora o produtor Marcelo Cordeiro.

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