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Acreanos exercem cargos em entidades há mais de 40 anos e não pensam em sair

Por TIÃO MAIA, DO CONTILNET

Longevos

O tempo passa, o tempo voa, mas eles continuam numa boa, como diria aquela velha propaganda do extinto Bamerindus. São os ocupantes de cargos e funções que parecem se eternizar no Acre. Ao que tudo indica, o ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Adherbal Maximiano Correa, que ficou 40 anos no cargo, fez escola. Como ele, o deputado federal Flaviano Melo parece que busca a eternidade na presidência do MDB local e o ex-deputado Helder Paiva, apesar de ser um quase sessentão, há pelo menos três décadas é o presidente do Setor Jovem do PP (desde que o Partido se chamava PDS). Dois exemplos de quem não quer largar o osso de jeito nenhum.

“Toniquim”, o campeão

Esse apego aos cargos e às funções não se restringem à política partidária. Vai de entidades do futebol às classistas, como a Federação do Comércio, cujo presidente, Leandro Domingos, já vai para mais de uma duas décadas no cargo, e da Federação da Agricultura, do Assuero Veronez, outro veterano no exercício da função. Mas de todos esses dirigentes longevos o campeão, imbatível mesmo, é o presidente da Federação Acreana de Futebol, Antônio Aquino, o “Toniquim”. Ele está no cargo desde que o Telê Santana foi técnico da Seleção Brasileira, em 1982.

Em pé de guerra

Dizer que a carreira dos policiais militares é meteórica e que eles chegam ao oficialato e às aposentadorias muito cedo, para justificar a promoção de praça de seis para 10 anos de função, como quer o governador Gladson Cameli, pode ter deixado o deputado Luis Tchê (PDT), líder do Governo, muito mal com a base do governo e com a própria Polícia Militar. Mas o deputado não se importou com as críticas. Consta que a caserna está em pé de guerra com o deputado.

Com crédito

É que ele está com um bom saldo junto ao governo, por ter comandado as vitórias nas votações da Reforma Administrativa, na semana passada, e agora, com a aprovação da senhora Mary Cristine para a presidência da Agencia Reguladora de Serviços Públicos do Acre (Ageacre), que havia sido rejeitada na primeira votação e que, nesta quarta-feira (29), foi aprovada à unanimidade.

Bupac

Por falar em Luis Tchê a nova frente de batalha do deputado dentro da Assembleia legislativa como líder do Governo é tentar neutralizar, o máximo que puder, as ações dos deputados Gerlen Diniz (PP), Nenem Almeida (SD) e Wendy Lima (PSL). Os três integram o que chamam de Bupac, que seria a sigla de Bloco Unidos pelo Acre, do qual ainda faria parte o deputado Chico Viga. Com o isolamento do deputado Viga, que foi o articulador da criação do grupo, cujos votos e comportamento têm sido de fidelidade absoluta ao governo, mesmo que tenha sido eleito como membro da extinta Frente Popular do Acre, está claro que o Bupac (que nome, heim?) tem outras intenções além da articulação política.

“Quem é, é…”

A preocupação de Tchê é que os três deputados do grupo, por qualquer coisa, ameaçam votar com a oposição, que conta com oito deputados – e se os três se juntarem a eles, a base governista corre perigo, já que ficaria com a contagem de 12 contra 11 (o presidente, deputado Nicolau Júnior, só vota em casos de empate e votações nominais). Um placar perigoso e com risco que Tchê não vai querer correr e por isso deve levar o caso ao governador, que já disse, sobre sua bancada, em entrevistas anteriores, que “quem é, é. quem não é, não é…”.

Empregado doméstico

O empregado doméstico em situação informal pode se demitir sem perder rescisão integral, informa o administrador de empresas Sid Farney, ao ressaltar a importância do cumprimento da legislação trabalhista para evitar rescisão indireta. Previsto no artigo 483 da CLT, a chamada rescisão indireta é uma possibilidade para todos os trabalhadores e passou a contemplar o empregado doméstico em 2015. O administrador Sid Farney explica que a rescisão indireta é uma espécie de demissão por justa causa inversa – do empregado para o empregador.

De volta

A incorporação do PPL (Partido Pátria Livre) ao PC do B, devidamente aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve trazer alguns desconfortos a antigos militantes comunistas, caso do combativo advogado Felismar Mesquita, ex-militante do PC do B, que saiu da sigla por divergências com sua direção, fundou o PPL e agora ver-se na obrigação de voltar para o local de onde saiu. Em Cruzeiro do Sul, os militantes do PPL local ameaçam procurar outras siglas, mas não admitem voltar ao PC do B.

Extintor no Senado

Em Brasília, o Senado rejeitou projeto de lei que estabelecia o uso obrigatório de extintor em automóveis. O projeto foi rejeitado pelo relator, senador Styvenson Valentim (Pode-RN). Insatisfeito, o senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) chegou a apresentar um voto em separado, pela aprovação, que foi considerado prejudicado.

Corretos

O governador Gladson Cameli deve passar o fim de semana pelo interior do Acre. Na sexta, ela estará em Sena Madureira; no sábado, no Alto acre. Vai a Brasiléia, entregar a um grupo de 29 suinocultores o licenciamento de empreendimentos com licenciamento correto. Isso significa que os empreendedores, a partir disso, podem se habilitar à obtenção de linhas de crédito e outros benefícios porque estão sendo reconhecidos pelo próprio governo como ambientalmente corretos. O documento sobre o assunto era esperado fazia três anos.

Simpatia

O ex-presidente regional do PT, André Kamai, que renunciou ao cargo após a acachapante derrota do partido e de seus aliados da Frente Popular nas eleições de 2018, foi visto, na tarde desta quarta-feira, acompanhando de um amigo, tomando café numa livraria da cidade. Sorridente e simpático, não parecia o mesmo que, em cuja presidência, o PT cometeu o maior erro político de sua história – lançar dois candidatos ao Senado, Ney Amorim e Jorge Viana, mesmo correndo o risco, como se registrou, de não eleger nenhum.

Trabalhador braçal

O ex-prefeito Tião Bocalom, de Acrelândia, aparece em vídeo em redes sociais trabalhando duro, com uma pá, movimentando areia da rua para dentro de um quintal, possivelmente sua casa. Candidato derrotado em seguidas eleições, ele tem feito divulgar que, além de política, sabe cozinhar, costurar e agora até meter a mão na massa, como braçal.

Abusos no PSL

Enquanto isso, os dirigentes de seu Partido, o PSL, principalmente em se tratando do presidente Pedro Valério, seu desafeto interno, continuam na autofagia de brigarem entre si. A confusão entre Valério e o professor Lauro Fontes, que está de saída da sigla dizendo muitas e nada boas do presidente, teve mais um capítulo. Valério disse, em suas redes sociais, que Fontes, que denunciou um caso de estupro de uma colaboradora dentro do partido, foi o mesmo que, na campanha eleitoral, dissuadiu uma moça, a qual ele chamava de “filha”, de denunciar um caso de estupro seguido de três vezes. As acusações entre ambos são de arrasar quarteirões.

Diniz e os Vieiras

As orelhas do enfezado prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (MDB), devem ter esquentado ainda mais, na semana passada. Foi quando o casal Zé e Toinha Vieira receberam, em casa, em Sena Madureira, o deputado estadual Gerlen Diniz (PP), para uma rodada de café. “Conversa muito boa, no início da noite de hoje, com o casal Zé e Toinha Vieira. Entre um gole e outro de café, o assunto preferido dos senamadureirenses: POLÍTICA”, escreveu, em caixa alta, o deputado Gerlen em sua página no Facebook

Promessa de surra de votos

 O encontro vinha sendo articulado por assessores das lideranças fazia algum tempo e a conversa foi uma primeira quebra do gelo que havia entre eles. O resultado dessas conversas, claro, giram em torno da sucessão municipal. As orelhas de Serafim esquentam porque o prefeito tem dito que vai dar uma surra de votos em qualquer dos candidatos ou candidata – no caso de Toinha Vieira – que ousar enfrentá-lo nas urnas, já que ele é candidato à reeleição.

Dureza

Toinha e Gerlen já estiveram juntos em campanha municipais passadas. Seus torcedores esperam que a aliança volte a se repetir. Todos disseram que o encontro foi apenas uma cordial conversa. Tudo bem. Mas se essas conversas evoluírem e daí surgir uma chapa para a disputa em 2020, as coisas não serão tão fácies para o prefeito Mazinho Serafim, como ele faz divulgar. Vai ser dureza, prefeito!

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