Após conversa na Casa Civil, policiais civis vivem ‘lua de mel’ com o governo

Lua de mel

Uma das categorias mais refratárias contra governos, qualquer governo, a dos policiais civis, parece em lua de mel com o governador Gladson Cameli. Depois que o governador praticamente desmobilizou um movimento da categoria na frente do Palácio Rio Branco, descendo as escadarias para ir juntar-se aos manifestantes e ouvir suas reinvenções de corpo presente, Gladson recebeu a diretoria do sindicato da categoria e suas lideranças para uma audiência em seu gabinete, na manhã desta quinta-feira (23). Fazia-se acompanhar da secretaria de Fazenda, Samirames Pinto, que relatou aos policiais as reais condições do tesouro estadual e das dificuldades para atender as reivindicações dos policiais.

De orelha a orelha

A principal reivindicação da categoria é em relação às condições de trabalho, inclusive com melhorias dos prédios das delegacias, e os pagamentos de plantões, vantagens e rescisões salariais deixadas pelo governo anterior. Na sua primeira atividade após retornar da viagem a Rondônia, Gladson Cameli ouviu atentamente os policiais e disse ter profundo respeito pela categoria e que, dentro das possibilidades do Estado, vai tentar atender as reivindicações, principalmente no que diz respeito às condições de trabalho. “Quero que a polícia do Acre tenha padrão de polícia nacional”, disse o governador.

Teve policial, mesmo os mais irascíveis, que deixou o gabinete governamental rindo, de orelha a orelha.

Mara Rocha surpreende

A deputada Mara Rocha (PSDB-AC) vem surpreendendo a muita gente na Câmara Federal por suas votações e manifestações claras e independentes. Mesmo sendo da base do governo de Jair Bolsonaro – embora o PSDB não faça parte do Governo, a deputada já havia se manifestado contra os cortes orçamentário do Ministério da Educação para as universidades e institutos federais, incluindo a Universidade Federal do Acre (Ufac), e agora, mais uma vez, ela vota com coerência pela manutenção do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública – ou seja, nas mãos do ministro Sérgio Moro.

Vitória do “Centrão”

A retirada do Coaf do controle de Sérgio Moro é um duro golpe contra o ministro, que teria no Conselho um aliado para a investigações sobre corrupção e lavagem de dinheiro, atividades criminosas do chamado colarinho branco, envolvendo políticos, e também do crime organizado. Mas, para punir Jair Bolsonaro, cuja relação com o Congresso é uma das piores de que se tem notícia na história da República do país, deputados ligados ao chamado “Centrão” e alguns descontentes do próprio PSL, partido do presidente, decidiram votar contra Moro.

Posição definida

Moro defendia o Coaf em suas mãos e a votação passou o Conselho para o Ministério da Economia, para a batuta do ministro Paulo Guedes. O “Centrão” venceu, mas Mara Rocha marcou posição ao se posicionar ao lado dos que defendem a ação do ministro Moro com todas as condições necessárias para o combate à corrupção.

Perderam a batalha, mas…

Deputados fiéis a Bolsonaro e a Sérgio Moro ficaram revoltados com a derrota e já começaram, pelas redes sociais, a convocar a população para as manifestações do dia 26 (domingo), que têm, entre as principais pautas, além da defesa do governo, o “fechamento” do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), endossando os ataques que o próprio Bolsonaro recorrentemente faz à “classe política”. O deputado General Girão Monteiro (PSL-RN), por exemplo, gravou um vídeo em que afirma que “perdemos uma batalha, mas não a guerra”, e convoca a população para “municiar suas armas” no dia 26.

À Jânio Quadros

Por aqui, a informação do dia, ainda não absolutamente confirmada, seria a disposição de o presidente da Fieac (Federação das Indústrias do Acre), José Adriano, à moda Jânio Quadros, renunciar ao cargo de presidente local do Conselho Deliberativo do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), para o qual foi eleito sob polêmica. Aliados do governador Gladson Cameli, que apoiaria o empresário Francisco Salomão, que ficou em segundo lugar naquela escolha, receberam o resultado como uma derrota do governo estadual.

Distencionamento

A possibilidade de derrota do Governo no pleito seria uma das causas das relações frias e tencionadas entre o governador e sua equipe e a direção da Fieac, razão pela qual José Adriano estaria sendo aconselhado a abrir mão da função no Sebrae a fim de demonstrar boa vontade no distencionamento em busca de melhores relacionamento com o Governo. Adriano passou o dia desta quinta-feira (23) em Brasiléia e não confirmou a informação, mas tem dito a pessoas próximas ter a hombridade de renunciar em nome dos interesses maiores da indústria.

No páreo

Não está brincando o superintendente do Ministério da Agricultura no Acre, Luziel Carvalho, quando o assunto é uma possível candidatura sua à Prefeitura de Rio Branco, por um partido ainda a ser definido. À amigos, através das redes sociais, ele não só confirma a disposição de candidatar-se ao cargo como pede apoio e votos. Diz que quer entrar no páreo da disputa.

Audiência pública no Acre

No próximo dia 31 de maio, será realizado em Rio Branco (AC) um debate sobre o marco regulatório de licença ambiental, uma audiência pública aprovada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, por proposta do senador Sérgio Petecão (PSD-AC). A ideia do senador é, segundo ele, aliviar os efeitos da burocracia e incentivar o aumento da produção agropecuária e investimentos no estado que deverão gerar mais renda e emprego.

Música para pecuaristas

O encontro será realizado na Assembleia Legislativa, com a presença de diversas entidades e autoridades que discutirão a desburocratização do licenciamento ambiental. Petecão é o relator do Projeto de Lei que trata do tema, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, de acordo com o parlamentar, é extremamente importante aprofundar o debate sobre o Marco Regulatório da Licença Ambiental junto à sociedade e setores afetados, uma vez que as regras atuais engessam e aumentam o custo de iniciativas que geram desenvolvimento aos municípios, ao estado e ao país. O senador destacou que além de agricultores e pecuaristas, a cobrança do licenciamento interfere ainda na realização de obras, como a construção de pontes e ramais. A proposta soa como música aos ouvidos dos pecuaristas.

Ex-prefeito condenado

Demorou, mas enfim saiu, uma condenação para o ex-prefeito de Marechal Thaumaturgo, Randson Almeida. Eleito pelo MDB para a Prefeitura em 2012, ele foi preso e cassado acusado de uma série de irregularidades no ano seguinte e havia voltado às atividades privadas de piloto de aeronave. Quando pensava que estava tudo bem, eis que decisão da 2° Vara Cível de Cruzeiro do Sul determinou o bloqueio parcial de seus bens numa tentativa de ressarcir cerca de R$ 200 mil relativos a prejuízos causados pelo então prefeito e comparsas aos cofres públicos ao utilizarem tijolos da olaria municipal para benefício próprio.

Bois no pasto

Além de Randson Almeida, foi condenado na mesma ação o ex-prefeito Leandro Tavares, o “Caixa D’agua”, que vem a ser pai do ex-prefeito, também conhecido por “Randinho”. A ação prevê que, caso o bloqueio de bens seja insuficiente, o Idaf (Instituto de Defesa Animal e Florestal), órgão do governo do Estado, informe sobre ‘bens semoventes’ para desapropriação – ou seja, Randson e os envolvidos poderão ter até mesmo terem seus bois aprendidos pela justiça. A decisão é assinada pelo juiz Hugo Torquato, da segunda Vara Cível de Cruzeiro do sul.

Articuladores do MDB

Mas as notícias que chegam de Marechal Thaumaturgo, município do Vale do Juruá, dão conta de que “Randinho” e seu pai, mesmo condenados, ainda são os principais articuladores do MDB no município e devem apoiar um candidato à Prefeitura, no ano que vem. E, ao que tudo indica, não está sendo difícil candidatos afinados com os dois.

Guerra aberta

Vagner Sales/Foto: reprodução

Por falar em MDB do Juruá, mais precisamente de Cruzeiro do Sul, uma das contendas mais esperadas para 2020 é aquela que vai envolver diretamente o atual prefeito Ilderlei Cordeirro, que foi eleito pela sigla mas mudou para o Progressistas, e o ex-prefeito Vagner Sales, presidente local da sigla, que teve participação decisiva na eleição de seu sucessor e que considera-se traído por ele. Os dois não devem apenas disputar uma reeleição – no caso, o atual prefeito vai para a reeleição e Vagner Sales deve lançar um candidato de seu grupo.

 

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