Haitianos, senegaleses, venezuelanos e pessoas de outras nacionalidades continuam chegando ao Acre e permanecendo em situação precária em locais como rodoviárias, praças e mesmo nas ruas.
Com o objetivo de buscar apoio parlamentar para encontrar saídas para a situação, representantes da Cáritas (entidade da Igreja Católica que atua na promoção e defesa dos direitos humanos), da Diocese de Rio Branco e da Secretaria de Estado de Direitos Humanos estiveram reunidos com parte dos vereadores de Rio Branco, na manhã desta quarta-feira (29), na Câmara Municipal.
Segundo Aurinete Brasil, Cáritas, a preocupação das entidades é quanto ao fato de que o Acre é uma rota migratória e, por isso, conclamam a uma união das bancadas municipais, estadual e federal, além de outros órgãos que possam desenvolver políticas públicas de atenção a essa população.
A princípio, foram colocadas questões como alimentação, hospedagem, acolhimento e comunicação, mas problemas mais graves como o tráfico humano e prática de ilícitos como uso de drogas e atentado ao pudor também estão na lista dos fatores de risco que envolvem os imigrantes.
“É preciso que haja uma fiscalização e para isso é necessária uma união de todas as entidades. Os imigrantes são pessoas e a situação deles deve ser vista como uma questão de Direitos Humanos e não apenas um problema. É muito triste ver a situação em que estas pessoas se encontram.”, disse Maria da Luz, dos Direitos Humanos e que trabalha na questão desde a chegada dos primeiros imigrantes no Acre.
Para ela, se todos os órgãos fizessem sua parte a situação poderia ser diferente. “Devido a língua estrangeira – francês, espanhol, crioulo – a comunicação com eles fica prejudicada. A Educação precisava se fazer presente, assim como a Saúde, já que são muitas as doenças trazidas como a tuberculose, por exemplo. Isso sem falar na necessidade da presença do Conselho Tutelar, pois existem muitas crianças.”, relatou.
Aurinete Brasil acrescentou que a sociedade tem um papel importante na acolhida e no tratamento com respeito. “Você comeu hoje? Já tomou um banho? Está precisando de alguma coisa? Esta é a primeira abordagem que fazemos. São seres humanos.”, destacou.
De acordo com os registros das entidades, pelo menos 30 senegaleses entraram no Acre nos últimos dias.
A situação deverá ser discutida entre os dias 16 e 23 de junho, quando acontece a Semana do Imigrante, tendo como pautas a proposta de criação de um fluxo de imigrantes e outras políticas locais voltadas para essa população.