18 de abril de 2024

Estudantes pedem cassação do vereador N. Lima por dizer que havia plantação de maconha na Ufac

Não houve guerra nem sangue no encontro entre estudantes, técnicos e professores da Universidade Federal do Acre (Ufac) na sede da Câmara Municipal de Rio Branco, na manhã desta segunda-feira (20). Havia um clima de tensão no ar porque, na semana passada, um dos membros da Câmara, o vereador N. Lima (PSL), ao discursar em defesa do presidente Jair Bolsonaro e de seu ministro da Educação, Abraham Weintraub, em relação aos cortes de verbas para as universidades, justificou o fato falando de vandalismo nas universidades e até de plantio de maconha nos campus universitários, incluindo a Ufac.

Presidente do DCE da Ufac, Richard Brilhante/Foto: arquivo pessoal

Os estudantes, principalmente, prometeram reagir e o clima na Câmara Municipal parecia dos piores. Mas o que deveria ser uma sessão tensa, acabou se transformando numa solenidade em que estudantes, técnicos e professores puderam expor seus motivos em defesa da Universidade e pediram apoio da classe política, inclusive dos vereadores, contra o corte de verba. O clima de arrefecimento da tensão foi causado, provavelmente, pela ausência do vereador N. Lima na sessão. Embora tenha enviado assessores para acompanhar a sessão, o vereador, que é ex-militar, preferiu evitar o confronto.

Saiba mais: Vereador diz que há plantações de maconha nas universidades públicas

Isso, no entanto, não deve por fim às dores de cabeça do vereador face às suas declarações. Na sessão solene, em nome da Ufac, foi feita uma denúncia contra N. Lima à Comissão de Ética da Câmara Municipal para a abertura de procedimento em relação ao vereador. “Ele vai ter que prova o que disse e apontar onde estão plantados os pés de maconha. Se não conseguir provar, como não vai, queremos que ele seja criminalmente responsabilizado”, disse o presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da Ufac, Richard Brilhante. A punição, no caso, seria a cassação do vereador.

N.Lima fez declarações polêmicas/Foto: reprodução

 A sessão foi encerrada com a divulgação de um manifesto, entregue a todos os vereadores e à mesa diretora da Câmara, concitando os parlamentares, inclusive a N. Lima, a percorrerem o campus universitário a pé, para constatarem a inexistência do plantio de maconha ou outra atividade desabonadora da atividade acadêmica. No desagravo assinado pelo presidente do DCE, até mesmo trecho de uma discussão entre os ministros Gilmar Mendes e Luis Roberto Barroso, no Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado, foi trazido à tona. “A vida de V. Exa. é ofender as pessoas. Não tem nenhuma ideia. Nenhuma. Só ofende as pessoas. Qual é sua ideia? Qual é a sua proposta? Nenhuma! É bílis, ódio, mau sentimento, mal secreto, uma coisa horrível. V. Exa. nos envergonha”, disse, na época, Barroso olhando de frente a Gilmar Mendes, que não replicou.

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No caso de N. Lima, o manifesto dos estudantes diz que o vereador jamais cursou uma universidade e se o fez, desaprendeu tudo. ‘É por conta de um vereador que não consegue pronunciar fake news em uma tribuna, que milhares de jovens estudam para mudar a realidade de Rio Branco”, acrescentou o manifesto.

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