Números de Rondônia
Pecuarista muito influente no Acre na área do agronegócio, cujo nome pede para não ser citado para não criar arestas com o governo, “lá na frente”, como disse, lembra que o governador Gladson Cameli, se quer mesmo copiar o que está sendo feito em Rondônia neste campo, mudando inclusive o nome da já tradicional Expoacre, que este ano vai para a Edição de número 50, para Expo Rural Show, deveria atentar para os números do evento, realizado em Ji-Paraná, na semana passada. Só em negócios fechados, de acordo com números repassados ao empresário através de boletim, o movimento foi de R$ 703 milhões e 588 mil. Isso em apenas quatro dias do evento.
Por aqui, coquetéis e bribotes
Os números do que acontece em Rondônia ainda estão muito longe de serem alcançados pela economia do Acre, cuja feira de negócios está mais para um grande arraial em que as maiores vendas, quase sempre, foram de bebidas alcóolicas, com destaque para os coquetéis de cachaça conhecidos como “capeta”. De quebra, além da bebida, a maior venda ainda é a de bribotes. Verdade que, sob o atual governo, este será o primeiro evento e, a partir do que será realizado, se terá uma base do que pretende o governador para o próximo ano. Não perder de vista os números de Rondônia e tentar alcançar pelo menos percentual dos valores do que ali foi negociado já seria uma boa iniciativa.
Saias justas
O comportamento dos deputados estaduais Roberto Duarte e Meire Serafim, ambos do MDB, que integrou a coligação que elegeu o governador Gladson Cameli, mas de oposição visceral ao governo que ajudou eleger, está deixando as secretárias de Estado Eliane Sinhasique, do Turismo, e Maria Alice, do Planejamento, numa saia justa. Quando alguém lembra que os dois deputados fazem oposição a um governo que brindou a legenda com duas secretarias importantes, os nomes das duas secretárias vêm à baila porque ambas são do MDB. Como desculpas, os deputados dizem que as secretárias foram nomeadas por méritos próprios e não por serem do MDB.
Hay governo, soy a favor
Para se livrarem da saia justa, Sinhasique, que é amiga de Flaviano Melo de longas datas, e Maria Alice, que é prima do deputado federal e presidente regional do Partido, vão pedir a intercessão do parlamentar no caso. Vão bater no vazio. É que, macaco velho, ou “Velho Lobo”, como Flaviano Melo é chamado por seguidores, não vai meter a mão nesta casa de maribondos. É claro que, se não apoia publicamente, ao menos ele apoia o MDB no comportamento do país inteiro. Partido que está no poder desde a redemocratização no país, apoiando rigorosamente todo os governos, de Sarney aos dias atuais, o MDB não fecha questão em relação a parlamentares que se rebelam. Hay governo, soy a favor.
Sinhasique versus Duarte
Sobre a saia justa, a secretária Eliane Sinhasique já veio a público para dizer que ela é governo e não abre. Por trás da declaração, uma estocada em Roberto Duarte, seu ex-aliado e agora adversário declarado. É que, quando foi candidato a vereador em 2016, Roberto Duarte teve o apoio maciço de Sinhasique, que na época era deputada estadual. Dois anos depois, Roberto Duarte não só concorria à Assembleia Legislativa como também mirou os nichos da então deputada, se elegeu e empurrou Sinhasique para a suplência. Sem mandato, ela teve que aceitar o cargo de secretária de Gladson Cameli e, na pisada em que caminham, ela e Duarte não vão dividir a mesma cuia de tacacá tão cedo.
Oportunismo
E assim vai caminhando o MDB: se o governo der certo, Flaviano Melo dirá que o MDB ajudou através da participação de suas secretárias. Se der errado, diria que sempre apontou os erros através de seus deputados na Assembleia. Em política, isso tem nome: oportunismo. No popular, é outro: hipocrisia.
Safado e mentiroso
Saiam os incautos de perto caso se registre por esses dias um encontro entre o prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (MDB) e o ex-radialista Francisco Hélcio Gadelha de Alencar, conhecido como “Cachorrão”. Agora estudante de medicina numa faculdade da Bolívia, o ex-radialista vem taxando o prefeito de, entre outras coisas, “safado” e “mentiroso”.
Linha de tiro
Como Mazinho é conhecido como um político que procura honrar compromissos e sempre falar a verdade, ser chamado de mentiroso é algo muito pesado. E já que ele não hesita em ir para cima e até sair no braço com desafetos, e como o ex-radialista também não seria lá flor que se cheire, um confronto físico não está descartado. Por isso, convém se sair da linha de tiro caso os dois se encontrem.
Ouvidos mocos
A guerra entre o prefeito Mazinho Serafim e “Cachorrão” tem origem na campanha eleitoral passada. O ex-radialista integraria o grupo da então candidata a deputada federal Charlene Lima, do PTB, e teria sido convencido por Mazinho Serafim a deixar o grupo da publicitária e se juntar a ele para ajudar na eleição de sua esposa Meire à Assembleia Legislativa. “Cachorrão” disse que desistiu de ser, ele próprio, candidato a deputado estadual em troca de um cargo no gabinete de Meire na Assembleia caso ela se elegesse. Como a deputada de fato se elegeu, ele passou a cobrar o cargo que teria sido prometido e tanto a parlamentar como seu marido prefeito estariam fazendo ouvidos mocos aos gritos do ex-radialista.
Paris Dakar
O empresário Júnior da Paris Dakar, que foi candidato a deputado pelo PP em 2018 e relativamente bem votado para um neófito em política, acaba de anunciar que deverá ser candidato a prefeito de Tarauacá, município onde nasceu e no qual sua família – os Damascenos – é uma das pioneiras. Diz que conta com as bênçãos do deputado José Bestene, presidente do PP (também chamado de Progressistas) e do governador Gladson Cameli. A ser verdade, entrará na campanha como forte concorrente.
Alércio Dias
O bigodudo Alércio Dias, depois do imbróglio que o tirou da presidência do Acreprevidência, está rindo à toa. E tem motivos: deverá ser secretário-adjunto, numa secretaria ainda a ser definida, com salário na casa dos 19 mil. Pelo perfil de pecuarista premiado pela qualidade de seus animais, não surpreendia se fosse para a secretária de Agronegócio e Pecuária.
Obsessão
Surpreendeu que, na sessão da Assembleia Legislativa desta terça-feira (28), o deputado Fagner Calegário (ainda no PV) não tenha falado sobre seu assunto predileto: o chefe da Casa Civil, Ribamar Trindade. Jornalistas que cobrem as sessões da Assembleia dizem que Calegário é obcecado por Trindade.
Caso de polícia
Feia, muito feia, essa história de estupro de uma mulher colaboradora do diretório regional do PSL. O presidente da agremiação, Pedro Valério, disse que a mulher deixou a sede do Partido, no dia da ocorrência, andando com as próprias “perninhas” (o diminutivo é dele). E depois, só depois de chegar em casa, subir três andares de seu prédio, no Conjunto Manuel Julião, teria se dado conta de que fora dopada para ser roubada.
Cabe à polícia esclarecer os fatos.
Presidencialismo híbrido
Em Brasília, a tese de um possível impeachment do presidente Jair Bolsonaro começou a perder força. Muito pelos posicionamentos firmes do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é contra a um terceiro impeachment na história do país. Em compensação, ganha a força a tese de aprovação de uma lei que permitia o afastamento do presidente e a posse do vice sem a necessidade de impeachment. Ou então, de limitação dos poderes do presidente, criando um presidencialismo misto com parlamentarismo, uma coisa híbrida que ainda não está muito clara.