18 de abril de 2024

Gêmeas siamesas separadas por cirurgia se reencontram pela 1ª vez

Mel, uma das gêmeas siamesas separadas por uma cirurgia inédita no DF, recebeu alta da UTI nesta terça-feira (21). A irmã dela, Lis, continua na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital da Criança de Brasília e, segundo o avô, Edilson Neves, passa bem.

Uma das gêmeas siamesas Mel, separadas por uma cirurgia inédita no DF, recebeu alta — Foto: Arquivo pessoal

Uma das gêmeas siamesas Mel, separadas por uma cirurgia inédita no DF, recebeu alta/Foto: Arquivo pessoal

“A Mel teve alta hoje, às 10h30 e está no apartamento da enfermaria. É um avanço muito grande”.
Mel e Lis nasceram no dia 1º de junho de 2018 e ficaram unidas pela cabeça por 10 meses. Elas foram separadas em abril, durante um procedimento de alta complexidade, todo feito pelo SUS.

A cirurgia, dividida em 36 etapas, começou às 6h30 do sábado, 27 de abril e só terminou às 2h30 de domingo, 28. Nesta terça, elas se viram pela primeira vez após o procedimento (veja vídeo abaixo).

Conforme o avô, Lis ainda necessita de cuidados maiores, mas a expectativa é de que logo as netas poderão ficar no mesmo quarto.

Cirurgia de separação das gêmeas no Hospital da Criança — Foto: Humberto Sousa/Divulgação

Cirurgia de separação das gêmeas no Hospital da Criança/Foto: Humberto Sousa

“O próximo passo é esperar que Lis tenha alta e possa se juntar com a irmã, na enfermaria.”

Segundo o neurocirurgião, Benicio Oton de Lima, que acompanha a evolução das gêmeas, os procedimentos agora são de troca de curativos. Mel e Lis passaram por uma cirurgia plástica na cabeça, próximo da testa, no local onde estavam unidas.

O médico afirma que Mel vai começar a fisioterapia e Lis continua em processo de recuperação com “os cuidados dia a dia”.

Crianças se encontraram nesta quinta-feira/Foto: Reprodução

Cirurgia complexa

Mais de 50 profissionais participaram da cirurgia de separação das gêmeas no Hospital da Criança de Brasília José de Alencar. Foi o primeiro procedimento do tipo no Distrito Federal, o terceiro no Brasil e o décimo no mundo.

Considerada “raríssima” pelos médicos, ela durou cerca de 20 horas. Segundo a equipe, não havia veias ou artérias ligando o cérebro das meninas, mas o processo, além de raro, exigia extremo cuidado.

No local onde os cérebros delas ficavam encostados não existia nenhuma membrana revestindo o sistema nervoso. Antes da cirurgia, a equipe colocou bolsas de silicone, enchidas semanalmente com soro, que serviram como preparação para a separação.

PUBLICIDADE
logo-contil-1.png

Anuncie (Publicidade)

© 2023 ContilNet Notícias – Todos os direitos reservados. Desenvolvido e hospedado por TupaHost