Jorge Viana é lembrado pelo presidente do STF como um parlamentar que faz falta

Walter Prado, o retorno

Em Tarauacá, não se fala em outra coisa senão na anunciada candidatura do ex-deputado Walter Prado, um dos filhos ilustres do município, na próxima eleição, para prefeito. Prado é um delegado de polícia aposentado, pessoa muito respeitada tanto em seu município como no restante do Acre, e um velho militante da política, no bom sentido. Foi eleito deputado estadual em 1978, candidato a vice-governador de Jorge Kalume em 1982 (quando perderam para Nabor Júnior e Iolanda Fleming) e amagou um bom período sem mandato, até voltar à Assembleia, nos anos de 2000. Parecia um retorno triunfante mas ele só conseguiria uma reeleição e teria que se afastar por um período por problemas de doença. Agora, restabelecido, está de volta.

A volta dos que não voltaram…

O problema é que o retorno de um político à ribalta do poder, tanto no Legislativo como no Executivo, não é tarefa fácil. Veja que, lá mesmo na cidade onde nasceu e da qual quer ser prefeito, na última campanha, para deputado estadual, quando não ficou nem entre os primeiros suplentes, Prado obteve algo em torno de 500 votos. Além de seu próprio exemplo, outros dois conterrâneos e contemporâneos seus, Chico Sombra e Manuel Machado, que foram deputados por seguidos mandatos e depois de perderem, tentaram voltar várias vezes e nada conseguiram.

Mas, política será, sempre, uma caixinha de surpresa. Que venha o futuro.

Tchau, Marina Silva

Na Assembleia Legislativa, por conta da nova reforma administrativa, sobrou para a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva, que empresta seu nome ao salão popular, no primeiro andar do prédio, anexo ao plenário onde se reúnem os deputados – espaço sempre ocupado por pessoas do povo. Por conta dos debates em torno da permanência do nome do bispo Dom Moacyr no Instituto de Educação Profissional, como quer o governo sob o argumento de que a lei veda homenagens em locais públicos à pessoas ainda vivas, o que seria uma espécie de culto à personalidade, alguém argumentou sobre o nome da ex-seringueira que disputou a presidência da República por três eleições ornar o salão do povo, sob uma enorme fotografia, herança dos tempos em que mandavam no Governo e na Assembleia os seus aliados de Frente Popular.

Foi quando um aliado do governo disse: – pois eu vou pedir para o presidente Nicolau Júnior tirar e colocar apenas Salão do Povo!

Calegário no Solidariedade

De saída do Partido Verde, por onde se elegeu, o deputado Fagner Calegário, que declinou do convite do DEM para ali se filiar, já tem rumo certo. Deve se filiar ao Solidariedade, principalmente se se consolidar a saída do deputado Neném Almeida da sigla. Meio que em caráter reservado, o deputado já esteve na sede do Solidariedade, acompanhado do que chama de seu grupo, e deve se filiar nos próximos dias.

Chico sem eira nem beira

Na Assembleia Legislativa, quem também não vive uma situação confortável em relação à acomodação partidária é o deputado Chico Viga. Eleito pelo PHS, ele se viu, sem eira nem beira, porque a agremiação que o elegeu não alcançou a votação nacional que a salvasse da cláusula de barreira, não conseguiu se fundir a um novo partido e foi simplesmente extinto, deixando o grande Chico na rua da amargura. Mas, pelo visto, ele não deve ficar sem teto por longo tempo. Há vários partidos interessados nele, principalmente o PSD, do senador Sérgio Petecão.

Ministro do Meio Ambiente no Acre

O Ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, vem mesmo ao Acre a convite do senador Márcio Bittar (MDB-AC). Ele chega dia 27, para uma agenda que incluirá visitas a Xapuri e Cruzeiro do Sul, além de observar de perto os malefícios dos esgotos jogados in natura, principalmente do Parque da Maternidade, no leito do combalido rio Acre. A propósito do rio, o ministro deve ir à sede do Sindicato dos Engenheiros, recepcionado pelo presidente Tião Fonseca, ver um documentário sobre o rio, em períodos de cheias e de vazante. O governador Gladson Cameli deverá participar de toda a agenda do ministro no Acre. Márcio Bittar tem ressaltado a parceria que está mantendo com o senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, nas questões ambientais de seu mandato.

Drama do Rio Acre

A ideia de Márcio Bittar é sensibilizar ainda mais o ministro para o drama do rio, que é, a seu ver, o maior problema ambiental do Acre, tanto na cheia como nas secas. O ministro verá inclusive documentários sobre os dois períodos e sobre uma expedição feita pelos engenheiros, há dois anos, às cabeceiras e nascentes do rio, em território peruano.

Na casa de Chico Mendes

Ricardo Salles, logo que assumiu o Ministério, praticamente desidratou a importância histórica do líder sindical Chico Mendes, assassinado em dezembro de 1988, em Xapuri, cidade que ele vai visitar inclusive para conhecer o local do crime e o museu criado para homenagem o mártir internacional do movimento ambiental. O ministro também vai visitar uma área da Reserva Chico Mendes.

Rumo ao Peru

Em Cruzeiro do Sul, o ministro se reúne com prefeitos e lideranças locais para discutir a possibilidade de avanço da BR-364 na floresta rumo ao território do Peru, até a cidade de Pucaupa, para concretizar o sonho de ligação com o país andino também pela região do Vale do Juruá. A integração do Brasil com o Peru, através do Acre, é, ao lado da bandeira do rio acre, o segundo maior eixo de importância do mandato de senador de Márcio Bittar.

Os 120 anos de Galvez

Prefeito de Porto Acre, Bené Damasceno (Pros), está preparando no município uma grande festa, para 14 de julho deste ano, em comemoração aos 120 anos da passagem de Luiz Galvez, o inventor do Acre como um país independente, pelo território. Para quem não sabe, Porto Acre foi a sede do governo de Galvez, que antes de sua chegada fora batizada pelos bolivianos de “Puerto Alonso”. Há quem diga que Porto Acre, apesar de mais de uma cem anos depois, ainda guarda características da passagem de Galvez por ali, como as ruas largas que ele mandou abrir a pau e à pique numa visão futurística, já que em sua época, por ali, não havia automóveis, nem mesmo de tração animal.

Inversão da bandeira acreana

Por falar em Galvez, alguns historiadores locais estão fulos da vida com um certo José Wilson Aguiar, que se diz historiador e está propondo, nada mais nada menos, que a bandeira do Acre sofra inversões, com a cor verde para cima e o amarelo para baixo, com a estrela vermelha descendo para a segunda parte. Seria esta a bandeira original criada por Luiz Galvez, diz o proponente, que, aliás, até já procurou deputados estaduais propondo a criação de um projeto de lei em que a bandeira de maior orgulho dos acreanos e maior símbolo oficial do Estado sofreria modificações.

Historiadores querem provas

O deputado ao qual a ideia maluca foi apresentada foi a Roberto Duarte (MDB), que, embora não seja acreano de nascimento, não parece ter topado a ideia. Historiadores de fato dizem que José Wilson Aguiar nem de fato é historiador, que não tem como provar o que diz e que só estaria querendo aparecer. A palavra está a ele facultada, como também a comprovação de seu título de historiador e dos documentos nos quais diz se basear. Mas, sinceramente, ainda que essa maluquice fosse verdade, seria o caso de mexer em nossa bandeira, conhecida como é e sempre tão linda?

Comunista a favor

A proposta de nova reforma administrativa já pode contar com pelo menos um voto das oposições. O deputado Edvaldo Magalhães (PC do B) anunciou que vai votar a favor porque, segundo ele, não cabe a deputado – e sim a quem governa – dizer qual o tamanho do Estado e quantos cargos quer nomear.

 Zen preside CPI

O presidente da CPI da Energisa deverá ser o deputado petista Daniel Zen. O que pesou em seu favor foi o fato de o parlamentar ser bacharel e mestre em Direito. Na semana que vem, deve sair o nome do relator, que deve ser algum deputado da bancada governista.

Jorge Viana em alta

Em Brasília, mais precisamente no STF (Supremo tribunal Federal), quem está com a bola toda é o ex-senador Jorge Viana. Ele acaba de ser citado numa longa entrevista do presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, como um parlamentar que faz falta ao Congresso porque, na visão de Toffolli, sempre foi um mediador de conflitos, mesmo entre o Judiciário e o Legislativo.

De volta à cadeia

Por falar em petistas, o juiz Luiz Antonio Bonat, titular da 13ª Vara Federal em Curitiba, determinou no início da noite desta quinta-feira (16) a prisão do ex-ministro José Dirceu. Com a decisão, Dirceu deverá se entregar à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba até às 16h desta terça-feira (17). O pedido para se entregar em Curitiba foi feito pela defesa do ex-ministro. No mesmo local, está preso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O mandado de prisão foi assinado e enviado à Polícia Federal (PF) após o magistrado receber intimação da decisão da segunda instância da Justiça Federal que determinou o início do cumprimento da pena de 8 anos e 10 meses pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava Jato.

Dirceu, quase um octogenário, já disse ter consciência de que pode morrer na cadeira.

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