O Acre é um estado pequeno, onde a nossa maior fonte de geração de emprego e renda, continua sendo o serviço público. Tanto para os servidores efetivos, provisórios, terceirizados ou comissionados. Com uma rede privada insignificante que oferta poucas oportunidades de emprego, como concordar que o poder público venha propor um Plano de Demissão Voluntária (PDV)?
Esta é uma proposta descabida para o nosso Estado, pois o governo federal fez isto no passado, com servidores federais, mas muitos que aderiram à proposta indecente para tentar abrir um negócio próprio, não deram certo. E hoje, os empreendedores de ocasião, fazem parte dos milhões de desempregados em nosso país. Que tipo de empreendimento, os servidores estaduais poderão fazer com os poucos recursos que receberão deste tal de PDV?
Que condições lhes serão oferecidas para gerar renda e empregos em nossos municípios, pois o nosso Estado não oferece as mínimas condições para os pequenos empresários e suas microempresas deslancharem no mercado. Como eles sobreviverão, com as suas famílias depois que acabar o dinheiro recebido do PDV? Se as poucas oportunidades que surjem em nossa região, são oferecidas para empresas de fora. O que eles vão fazer, se atualmente, não está tendo nenhum investimento público em infraestrutura e na produção para garantir a geração de emprego e renda?
O Estado está em crise, o Brasil está em crise, porém, não é o PDV que vai resolver os problemas existentes nos serviços públicos. Ao contrário, vai gerar mais desemprego e precarizar ainda, mais os serviços prestados à população acreana. Existem fontes de recursos na educação, saúde e segurança, existem projetos financiados em andamento, convênio em fase de desenvolvimento.
Existem estados em pior situação, mas que não apelaram para este famigerado PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. O Governo deve contar com secretários e gestores com capacidade de buscar encontrar solução para os problemas que afligem a sociedade civil organizada, enquanto os representantes da sociedade acreana e os trabalhadores, retomar o debate em busca de equacionar os problemas, pois tenho certeza que as soluções para os problemas surgirão, em curto, médio e longo prazo.
Rosana Nascimento é presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac).