O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está trabalhando para evitar a chegada da monilíase, causada pelo fungo Moniliophthora roreri, às plantações brasileiras. De acordo com informações divulgadas pelo órgão e veiculadas pela imprensa nacional, apesar de ser ausente no Brasil, relatos da presença da praga em diversos países da América Latina gera risco ao país.
“Para isso, o Departamento de Sanidade Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária promoveu reunião em Belém (PA), com objetivo de redefinir as estratégias de vigilância nas áreas de risco, principalmente nas regiões de fronteira do Brasil com os países onde a praga já se encontra presente”, divulgou o Documento.
A monilíase é uma doença devastadora que afeta plantas do gênero Theobroma, como o cacau (Theobroma cacao L.) e o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), causando perdas na produção e uma elevação nos custos devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas para o controle da praga.
“A entrada desta praga no Brasil traz grandes riscos à competitividade do cacau junto ao mercado nacional e internacional”, explica a coordenadora-geral de Proteção de Plantas da Secretaria de Defesa Agropecuária, Graciane Castro, que reforça a importância das ações de prevenção, educação fitossanitária, contenção e controle
Os possíveis pontos de entrada da monilíase no Brasil são: Fronteira Amazonas: Letícia (Colômbia), Tabatinga e Benjamin Constant por meio do trânsito fluvial no rio Solimões e afluentes como Içá e Japurá; Fronteira seca entre Roraima e Santa Helena (Venezuela) em Pacaraima; Fronteira Acre e Peru via fluvial pelos rios Ucayali e Breu; e Fronteira tríplice Acre, Peru e Bolívia pela Rodovia BR 317. “Este último ponto de entrada é considerado pelo Mapa como de altíssimo risco, devido ao trânsito de passageiros e cargas por via rodoviária”, observa Graciane Castro.
Participaram da reunião representantes da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), das Superintendências Federais de Agricultura dos Estados do Acre, Amazonas e Pará, da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF), da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), do Departamento de Fitopatologia da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Técnica de Manabí (UTM), do Equador.