Casal de idosos morre com diferença de cinco minutos no Rio Grande do Sul

Juntos por mais de 50 anos, o casal Delvino Zanco, de 74 anos, e Maria Soleni Zanco, 72, morreu com apenas cinco minutos de diferença nesta segunda-feira em Passo Fundo (RS), segundo o Hospital São Vicente de Paulo, onde eles ficaram internados por cinco dias.

Chaiane Zanco, de 24 anos, contou que seus avós estavam em quartos separados num mesmo corredor da unidade. Enquanto sua mãe e um de seus tios estavam no quarto do avô, recebendo a notícia da morte dele, decorrente de uma parada cardíaca, uma enfermeira entrou no local para avisá-los que a avó também tinha morrido.

Delvino, que havia descoberto ter leucemia há cerca de dois meses antes, completou 74 anos nesta segunda-feira

Delvino, que havia descoberto ter leucemia há cerca de dois meses antes, completou 74 anos nesta segunda-feira. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, a baixa imunidade do paciente resultou num agravamento da pneumonia que ele havia contraído, e o idoso morreu às 9h25 desta segunda-feira.

A dona Maria Soleni, porém, tinha um histórico de três casos de acidente vascular cerebral (AVC). Com sequelas, já havia passado por outras internações. Seu estado que, segundo a neta, já estava delicado, se complicou nos últimos dias também devido a uma pneumonia. A morte dela foi registrada às 9h30 do mesmo dia que a do marido.

— A gente sabe que é difícil, mas foi bonito (vê-los partindo juntos) — disse Chaiane. — Eles sempre ficaram juntos, a vida inteira. Nesses mais de 50 anos, não se separaram nunca. Minha avó ria de tudo, e o vô viveu a vida dele pra fazê-la dar risada. Ele gostava de fazer piadas.

A neta contou que o primeiro AVC da avó ocorreu em 2011. Com o passar do tempo, ela ficou mais dependente de cuidados para ações simples do cotidiano, como se alimentar, tomar banho e ir ao banheiro. Era seu avô o responsável por tal comprometimento.

Maria Soleni teve três casos de acidente vascular cerebral

Maria Soleni teve três casos de acidente vascular cerebral Foto: Arquivo pessoal

— Ele acabou cuidando dela nesses anos, mas sempre gostou de fazer comida. Meu avô gostava da horta que ele tinha na casa onde viveu com minha avó — afirmou. — Depois que a leucemia foi descoberta, eles vieram morar conosco. Ficaram quatro gerações na mesma casa: minha vó, minha mãe, eu e minha filha, que tem 6 anos. Mas a gente sempre cuidou deles, mesmo quando morávamos em casas diferentes. Sempre tentamos fazer de tudo pra tentar amenizar (as dificuldades).

Delvino e Maria deixaram três filhos, quatro netos e dois bisnetos. A morte do casal emocionou a família. Alguns parentes usaram as redes sociais para escrever mensagens de despedida.

“Hoje nós vimos partir um AMOR… Amor daqueles que não é pra qualquer um, amor de verdade, de alma e coração, um amor que viveu nas ALEGRIAS E NAS TRISTEZAS comemorando a cada conquista e lutando junto a cada desafio. NA SAÚDE E NA DOENÇA. Se divertindo quando estavam sadios e cuidando um do outro quando a doença aos poucos veio chegando. Mas esse AMOR não parou por aí, foi muito além do ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE, pois nem mesmo a morte foi capaz de separar um amor tão lindo quanto o de vocês! Que com apenas alguns minutos de diferença partiram e foram viver esse amor lá no céu!”, diz uma das publicações.

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