Ao fazer hoje um balanço dos seis meses à frente do governo do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) declarou que a facção criminosa Comando Vermelho está sem munição. Na visão do governador do Rio, a suposta falta de munição indica que o crime organizado passa por uma “asfixia”.
Witzel contudo não deu detalhes sobre a informação –procuradas, a Polícia Militar e a assessoria do governo do estado ainda não se manifestaram.
“A informação que eu tenho do comando da PM é de que o Comando Vermelho está sem munição. Parabenizo o trabalho da Polícia Rodoviária Federal para evitar que armas e munição cheguem ao estado. Isso demonstra que já começou a asfixia [do crime organizado]”, declarou o governador no auditório da Procuradoria-Geral do Estado do Rio, onde ocorreu a prestação de contas.
Segundo dados do ISP (Instituto de Segurança Pública), órgão vinculado ao governo fluminense, entre janeiro e maio, foram apreendidas 75.595 munições de calibres variados. Entretanto, as apreensões foram menores do que em 2018 –entre janeiro e maio do ano passado, o número de munições apreendidas foi de 107.433. Os dados relativos a junho ainda não foram consolidados.
O Comando Vermelho foi criado no Rio no final dos anos 1970 e é tido como uma das maiores organizações criminosas do Brasil. A facção também atua hoje em outros estados e em regiões da fronteira brasileira.
Witzel usará Segurança Presente para ampliar policiamento
Witzel também prometeu a contratação de mais policiais, além da construção de dez novos presídios ao custo de cerca de R$ 800 milhões até o fim de seu mandado. “É o preço da paz”, disse.
“Estamos trabalhando duramente para, até o fim deste governo, pôr nas ruas mais 15 mil policiais, construir dez novos presídios e transformar 100% das escolas do estado em período integral”, afirmou. O governador também anunciou a ampliação do programa Segurança Presente –policiamento ostensivo subsidiado por parcerias público-privadas que já atua no Leblon, em Ipanema e na Tijuca.
Segundo Witzel, o programa será ampliado aos bairros de Laranjeiras, Botafogo, Barra da Tijuca, Vila Isabel e Bangu, além de cidades como Nova Iguaçu e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Ontem, o governador esteve em Brasília para uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes. De acordo com Witzel, ele propôs ao ministro o adiamento da suspensão do pagamento da dívida ativa do Estado de 2021 para 2023.
“Sem isso, teríamos que cortar verbas da saúde, educação, segurança, infraestrutura e habitação. O RJ tem que investir no bem-estar da população”, escreveu o governador em redes sociais.
“Mostrei que a arrecadação e as receitas estão crescendo. As previsões são otimistas com a instalação de novas empresas no RJ, o aumento na produção do petróleo, a abertura do mercado de gás, e o nosso trabalho para que os estados possam fazer concessões de energia”, prosseguiu o governador.
Na manhã de hoje, José Luis Zamith, secretário da Casa Civil e Governança, informou que a arrecadação tributária já conta com um aumento de R$ 1,2 bilhão neste ano, mas que a situação financeira do estado ainda não é confortável.
Quando assumiu, Witzel estabeleceu um plano com 203 metas para os primeiros 180 dias de governo em diferentes áreas –educação, saúde, economia, entre outras. Algumas delas, contudo, não foram cumpridas, como a retomada do funcionamento do teleférico do Alemão e a criação de um aplicativo para facilitar a emissão de documentos como certidões e documentos.