O dono da Havan, Luciano Hang, disse que vai oferecer emprego ao ex-presidente Lula em uma de suas lojas na Grande Curitiba se a Justiça decidir que o petista têm direito a ir para o regime semiaberto. “Se o STF [Supremo Tribunal Federal], que eu espero que não, mas se o STF der o semiaberto para o Lula, como eu tenho 13 lojas na Grande Curitiba, vou oferecer um emprego para o Lula na Havan”, afirmou Hang em entrevista publicada nesta sexta-feira (21) no site da BBC Brasil.
Hang usou de ironia ao apresentar as “condições” de sua oferta de emprego. “Só não pode pegar o emprego de guarda noturno [de uma loja da Havan] porque tem que dormir à noite na cadeia”, disse Hang. “Mas ele [Lula] pode, por exemplo, trabalhar no caixa, só que não pode fazer nem caixa 2 e eu também não tenho caixa número 13, mas vou oferecer um emprego para o Lula na Havan para provar que nós não temos nada contra a esquerda.”
A afirmação de Luciano Hang foi feita após o empresário ser questionado pela reportagem da BBC Brasil sobre o que ele faria se um de seus funcionários dissesse que é de esquerda, que defende a libertação de Lula e que votou no petista Fernando Haddad para presidente em 2018.
Durante a campanha eleitoral, Hang foi acusado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de ter pressionado seus funcionários a votar no então candidato Jair Bolsonaro – de quem ele é defensor. O MPT pediu uma multa de R$ 100 milhões para o dono da Havan.”
Lula já cumpriu requisitos legais para pedir semiaberto
Preso em Curitiba desde abril de 2017, Lula já cumpriu os requisitos legais para progredir do regime fechado para o semiaberto – no qual o detendo pode trabalhar de dia fora da cadeia e tem apenas de dormir no estabelecimento prisional. Em maio, o Ministério Público Federal (MPF) reconheceu que o ex-presidente já pode ir para o semiaberto.
Mas, ao contrário do que disse Hang, quem vai decidir se Lula pode trabalhar durante o dia é o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e não o STF. Ainda não há data agendada para o STJ tomar uma decisão sobre isso.
Paralelamente, Lula ainda tentará ser libertado por meio de um pedido de anulação do julgamento no STF argumentando que Moro não foi imparcial ao condená-lo. O julgamento desse pedido está marcado para a próxima terça-feira (25). Nesta sexta (21), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informou ao Supremo que é contra a anulação da condenação de Lula.