Ministério Público do DF denuncia mãe e companheira que esquartejaram o menino Rhuan Maycon

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) denunciou Rosana Auri da Silva Cândido, de 27 anos, e Kacyla Pryscila Santiago Damasceno Pessoa, de 28 anos, pela morte de Rhuan Maycon da Silva Castro, de 9. A criança foi morta e teve o corpo esquartejado pela mãe e a companheira dela, em 31 de maio, em Samambaia.

O casal foi denunciado pelos crimes de homicídio qualificado, lesão corporal gravíssima, tortura, ocultação e destruição de cadáver, e fraude processual. De acordo com denúncia assinada pelo promotor de justiça Tiago Dias Maia, o crime foi cometido por motivo torpe – repugnante.

“Rosana nutria sentimento de ódio em relação à família paterna da vítima. Kacyla conhecia os motivos da companheira e aderiu a eles”, diz o MP.

No texto, o promotor detalha o assassinato e afirma que o garoto foi esfaqueado e decapitado pela dupla. Rosana, a mãe do garoto, teria sido responsável por desferir os golpes contra ele, enquanto Kacyla a apoiava “moralmente ao planejar e garantir auxílio posterior à consumação do homicídio para apagar as provas do crime”.

“Antes do crime, as denunciadas planejaram como executariam a criança e como destruiriam e ocultariam seu cadáver”, destaca o promotor.

Tortura e lesão corporal

O menino assassinado pela mãe e a companheira dela — Foto: Reprodução/TV Globo

O menino assassinado pela mãe e a companheira dela — Foto: Reprodução/TV Globo

Além do homicídio, Rosana Auri e Kacyla Pryscila também foram denunciadas por lesão corporal gravíssima e tortura. Segundo a denúncia, Rosana tirou o filho dos cuidados dos avós paternos, no Acre, levando-o para conviver com ela e sua companheira às escondidas dos demais parentes. Já com a guarda do menino, a mãe teria passado a torturá-lo.

“Com apenas 4 anos de idade, Rhuan passou a sofrer constantes agressões físicas e psicológicas e a ser constantemente castigado de forma intensa e desproporcional, ultrapassando a situação de mero maltrato”, diz a denúncia.

O texto também afirma que as duas denunciadas “castraram e emascularam a vítima clandestinamente” e “impediram que Rhuan tivesse acesso a qualquer tratamento ou acompanhamento médico”.

Segundo a denúncia, para esconder os abusos, as acusadas costumavam mudar de cidade e residência. “Registre-se que as denunciadas procuravam se ocultar, mudando frequentemente de endereço, a fim de que não fossem encontradas pelos familiares paternos da vítima e da filha da denunciada Kacyla.”

Já as acusações de ocultação de cadáver e fraude processual dizem respeito às tentativas da dupla de se desfazerem do corpo de Rhuan e dificultarem as investigações. Elas tentaram queimar o corpo do garoto e jogaram parte dele em um bueiro, em Samambaia.

Além dos registros na delegacia, a família fazia buscas pelo menino através das redes sociais, como mostra uma postagem feita em 2015 — Foto: Reprodução/Facebook

Além dos registros na delegacia, a família fazia buscas pelo menino através das redes sociais, como mostra uma postagem feita em 2015 — Foto: Reprodução/Facebook

Pedidos do MP

No documento enviado à Justiça, o promotor Tiago Dias Maia também pede a manutenção da prisão preventiva de Rosana e Kacyla, além da quebra do sigilo telefônico das acusadas. Requer, ainda, a realização de exames psicológicos no casal que, em defesa, alegou sofrer de insanidade mental.

Por fim, o representante do MP pede que a Justiça aceite a denúncia e condene as denunciadas por todos os crimes. O documento é endereçado ao juiz do Tribunal do Júri de Samambaia.

O crime

O corpo de Rhuan Maycon foi encontrado na madrugada do dia 1º junho, esquartejado, dentro de uma mala deixada na quadra QR 425 de Samambaia, no DF. As partes da vítima foram localizadas por moradores da região.

A mãe do menino, Rosana Cândido e a companheira dela, Kacyla Pryscila, foram presas na casa onde moravam com o menino e a filha de Kacyla, uma menina de 8 anos.

Em depoimento à polícia, Rosana contou que “sentia ódio e nenhum amor pela criança”. A Polícia Civil do DF concluiu a investigação e indiciou Rosana e Kacyla por homicídio qualificado, tortura, ocultação de cadáver, lesão corporal gravíssima e fraude processual – porque tentaram limpar o local onde o menino foi assassinado.

Em 2016, Justiça havia expedido mandado de busca para que a criança fosse devolvido ao pai, que tinha a guarda provisória — Foto: Arquivo pessoal

Em 2016, Justiça havia expedido mandado de busca para que a criança fosse devolvido ao pai, que tinha a guarda provisória — Foto: Arquivo pessoal

Sequestro

Rhuan Maycon, de 9 anos foi sequestrado em 2014, pela mãe, Rosana Auri da Silva Cândido, de 27 anos, do Acre. Segundo a família, Rosana fugiu do estado com a criança, a companheira Kacyla Pessoa e a filha da companheira, uma menina de 8 anos.

O pai de Rhuan tinha a guarda do menino, dada pela Justiça do Acre. A família chegou a registrar um boletim de ocorrência após o sumiço do garoto.

A filha de Kacyla, que estava na casa e presenciou o momento que Rhuan Maycon foi morto, voltou para o Acre no último sábado (15). A garota estava sob proteção do Conselho Tutelar desde o dia nem que a mãe foi presa, no DF.

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