Pai da menina que testemunhou a execução de Rhuan é agente penitenciário no Acre

O agente penitenciário acreano Rodrigo Oliveira deve desembarcar em Rio Branco, nos próximos dias, trazendo de volta a menina de oito anos de idade (cuja identidade tem vedação legal para ser citada) que é a principal testemunha da execução do menino Rhuan Maycon da Silva Costa, morto aos nove anos. A criança foi localizada pelo pai cinco anos depois de ter sido sequestrada de Rio Branco pela própria mãe, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno, de 28 anos, que auxiliou a mãe de Rhuan, Rosana Auri da Silva Candido, a matar a criança a facadas e depois esquartelá-la e acondicionar os pedaços em mochilas escolares a fim de se livrarem do corpo.

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Kacyla é apontada como cúmplice/Foto: reprodução

O crime ocorreu na noite de 31 de maio, uma sexta-feira, em Samambaia Norte, cidade nos arredores de Brasília onde as acreanas viviam em companhia das duas crianças após terem fugido de Rio Branco. Os investigadores do caso também descobriram que Rhuan, além dos maus tratos que recebia, teve o pênis amputado, há um ano, numa cirurgia de troca de sexo caseira, feita de forma rudimentar pelas duas mulheres, sob a alegação de que a criança “sempre quis ser menina” e que assim era tratada até a sua morte, já que o que restou do cadáver trazia na cabeça – que foi decepada do corpo – cabelos compridos e corte feminino.

Rodrigo Oliveira foi localizado em Rio Branco pelas policiais de Goiás e do Distrito federal, que investigam o crime. Ele foi avisado de que sua filha poderia ter tido o mesmo destino de Rhuan e que só não foi morta, ao presenciar a execução do menino, fingindo que estava dormindo. Enquanto as duas assassinas buscavam meios para se livrar do corpo, a menina conseguiu escapar e alertar a vizinhança para o que estava acontecendo. “Ela é muito inteligente e ajudou a polícia a elucidar o crime em tempo recorde”, elogiou um policial do caso.

O servidor público do Acre chegou ao Distrito Federal em um voo comercial por volta das 8h desse domingo (02/06/2019). Primeiramente, ele foi levado até a 26ª Delegacia de Polícia, que investiga o caso e, mais tarde, seguiu para o abrigo onde encontrou a filha. Ainda muito abalado com a situação, preferiu não dar declarações, registrou o site de notícias “Metrópoles”, do Distrito Federal.

O delegado responsável pelo caso, Guilherme Sousa Melo, pretende viajar nesta semana ao Acre para descobrir como era a vida das crianças antes de passarem a viver clandestinamente com Kacyla e Rosana Auri da Silva Candido, mãe e assassina de Rhuan.

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O trabalho da Polícia Civil do Distrito Federal e de Goiás, por onde as duas assassinas também passaram, agora consiste em buscar proteção para ambas. É que, pelas circunstâncias do crime e a frieza demonstrada pelas duas, que queriam apenas se livrar das crianças para recomeçarem a vida sem maiores responsabilidades, presos do sistema carcerário demonstram revolta e estão à espera da chegada delas à cadeia para executá-las, admite a polícia.

A lei das Execuções Penais assegura que presos condenados devem cumprir suas penas nos estados de origem ou nos quais tenham família, o que ensejaria que as duas, após serem julgadas, podem vir para o sistema carcerário do Acre. “Aqui, elas também teriam problemas porque o crime que cometeram chocou até mesmo os presos mais violentos e muito mais as presas, que não aceitam a covardia contra filhos”, revelou um agente penitenciário.

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