O ator e produtor cultural César Júnior estreia nesta sexta (14), na Usina de Artes João Donato, o monólogo “Dona Helena”. Com oito anos de estrada, entre estudos e trabalhos no Rio de Janeiro, ele é o protagonista e o co-diretor do espetáculo. “O processo de gestação dessa peça se iniciou quando deixei o Acre, em agosto de 2010, para realizar o sonho de estudar artes cênicas no Rio de Janeiro. Ao chegar lá percebi que tinha uma longa estrada de preparação pela frente, daí tomei a decisão – acertada – de iniciar minha vida acadêmica na renomada escola de teatro Martins Penna, onde fui picado pelo bichinho da arte. Lá aprendi, na prática, o significado de palavras como empatia, resiliência e ser político”, declara.
A peça narra as inquietações de um ator, que ao terminar sua faculdade de Artes Cênicas se sente órfão duplamente, tendo em vista que enfrenta duas perdas. A primeira é a do ambiente escolar, onde convivia diariamente com alunos e professores. A segunda foi a perda de sua mãe, que era o seu porto seguro. Além disso tem o peso de encarar o início de sua vida profissional, sem o auxílio de seus mestres.
Entre pensamentos suicidas, crises existenciais e a ausência e apoio de sua mãe, ele encara com otimismo a busca pessoal de realizar o seu projeto de vida e os desafios que se apresentam. “Dona Helena” têm inspirações na vida de Kurt Cobain, Caio Fernando Abreu e Dandara – a travesti apedrejada até a morte. É também uma homenagem às pessoas que vivem diariamente lutando contra o preconceito, as inseguranças cotidianas e a falta de empatia.
“Eu espero, sinceramente, que essa peça faça tanto sentido para as pessoas quanto faz para mim. Isso porque eu mesmo já passei por processo depressivo e tive que encarar inseguranças e preconceitos, no início da minha carreira. Com esse trabalho pretendo auxiliar outras pessoas. Como diz Fernanda Montenegro, uma de minhas referências: ‘nós atores somos médicos da alma’. É com esse pensamento, que deito e me levanto todos os dias, pensando em como auxiliar as pessoas com a minha arte”, afirma.
A peça estará em cartaz na Usina de Artes durante um mês, às sextas-feiras e aos sábados, às 20h, nos dias 14, 15, 21, 22, 28 e 29 de junho; e 5 e 6 de julho.