Inveja branca I
O secretário extraordinário de articulação política do governador Gladson Cameli, Vagner Sales, é um homem que, a princípio, não deveria ter inveja de ninguém. Político com mais de 40 anos de vida pública, ex-vereador ex-deputado estadual por vários mandatos, ex-prefeito de Cruzeiro do Sul por dois mandatos, exercendo cargo de secretário com o filho Fagner também em cargo de direção no estado, pai da deputada federal Jéssica Salles e marido da deputada estadual Antônia Sales, além de um dos caciques mais poderosos do MDB, principalmente no Juruá, não há dúvida de que ele detém poder. Mas ainda assim tem inveja de outros políticos, ele mesmo admitiu durante uma reunião no gabinete do governador.
Inveja branca II
Seria uma espécie de inveja branca, fez questão de ressaltar e é dos prefeitos de 20 municípios do Estado que estão recendo dinheiro na conta das prefeituras para a recuperação de ramais em seus municípios. São recursos na casa dos R$ 10 milhões que serão rateados para beneficiar 14 mil e 300 quilômetros de ramais, para beneficiar uma população estimada em mais de 247 mil pessoas, corresponde a 28,2 por cento da população acreana, que vive na zona rural. A inveja de Sales é exatamente por isso: é que, como ele se queixa, durante os oito anos em que foi prefeito de Cruzeiro do Sul, em dois mandatos seguidos, não recebeu nenhum tipo de ajuda para a recuperação de ramais.
Inveja branca II
“Vendo os prefeitos assinando os convênios para receber os recursos, eu só lembro do que sofri nesta quando era prefeito. Nunca recebi um litro de combustível”, disse Sales ao governador Gladson Cameli, sentado a seu lado e despachando com os prefeitos, vereadores e seus representantes. Só para situar: Sales foi prefeito de R$ 2008 a 2016, pegando como governadores Binho Marques e Tião Viana, dois próceres do PT e da Frente Popular, seus adversários figadais.
Feio na foto
A propósito da solenidade de assinatura dos convênios entre o governador e os prefeitos para a recuperação de ramais dos municípios do chamado Baixo Acre, na manhã da última segunda-feira (02), no gabinete civil, uma ausência sentida foi a do prefeito de Acrelândia, Ederaldo Caetano (PSB). Mesmo previamente convidado, não compareceu nem mandou representantes ao encontro com Gladson Cameli. Por sua ligação com o ex-deputado federal César Messias, dirigente do PSB, não faltou quem especulasse se a ausência seria uma orientação do cacique que, aliás, é primo do governador mas seu adversário desde as barrancas do rio Juruá.
Qualquer que seja a justificativa, Caetano ficou feio na foto com o governo.
Sem cor partidária
Sobre o encontro dos prefeitos do chamado Baixo Acre com o governador, quem se saiu bem foi o de Porto acre, Bené Damasceno (Pros). Mesmo pertencendo a um Partido que integrava a Frente Popular do acre (FPA), coligação adversária do governo, o prefeito de Porto Acre agradeceu ao governador Gladson Cameli pelas parcerias, principalmente no que diz aos ramais, e anunciou que dia 7 (sexta-feira), estará entregando mais uma patrulha mecanizada ao município adquirida com recursos de emendas de autoria do então senador Gladson Cameli, “Eu só tenho é que agradecer a este governador que está tratando com prefeitos sem olhar a cor partidária”, disse Bené. “É assim que deve ser”, acrescentou.
Trabalho direto
Rio Branco e Cruzeiro do Sul não estão na lista dos municípios beneficiados com o programa porque terão seus ramais recuperados diretamente por máquinas do Deracre (Departamento de Estradas e Rodagens do Acre), o governo do Estado, portanto. O engenheiro Ítalo Figueiredo, diretor do Deracre, disse o trabalho direto nos dois maiores municípios do Estado foi a fórmula encontrada pelo governador Gladson Cameli para que o trabalho que o trabalho tenha mais celeridade.
Rei morto, rei posto
Mesmo fora da política, na atividade comercial, o ditado popular segundo o qual “rei morto, rei posto”, para designar a ideia de não deve haver vacância no poder por longo tempo, tem seus exemplos diários. A “Pizzaria da Floresta”, localizada no bairro do Bosque e pertencente a um grão-vizir do petismo e da talflorestania aos tempos em que o PT mandava no Estado sob o signo de “governo da floresta”, agora, longe do poder, o dono mudou o nome do empreendimento.
Saiu o Floresta e entrou o Da Terra. Virou Pizzaria da Terra
Nada a ver com isso
A exoneração do odontólogo Alysson Bestene do cargo de Secretário da Saúde, uma decisão do governador Gladson Cameli anunciada na última segunda-feira (03), não atingiu o deputado estadual José Bestene, tio do secretário destituído. Primeiro, porque a indicação do odontólogo para o cargo não partiu dele, José Bestene. Foi o que disse o deputado na tribuna da Assembleia, nesta terça-feira (04) e que sua assessoria fez repercutir.
Mansão da Habitasa
Bestene disse que, antes da posse do governador Gladson Cameli, a indicação para os cargos estratégicos do futuro governo, eram tratadas, segundo ele, numa “mansão do Bairro Habitasa”, local onde ele, Bestene, nunca esteve e, apesar de morar perto, nem sabe onde fica. “Nunca fui lá, nunca tratei de cargos”, afirmou. “Muito menos do Alysson, que foi chamado por critérios técnicos”, disse
Equipe com o perfil
Ex-secretário de Saúde e um dos políticos mais experientes em atividades no Estado, José Bestene disse que um dos cargos mais estratégicos e mais difíceis do governo é o que vinha sendo exercido por seu sobrinho. Estratégico e importante porque lida diretamente com a vida das pessoas e nem sempre há dinheiro suficiente para tantos investimentos. Mas, segundo ele, o grande problema de Alysson Bestene no exercício do cargo de secretário de saúde foi o de não ter podido montar uma equipe técnica com o seu perfil. “Eu volto a afirmar que os cargos que tem lá podem levantar quem indicou. Eu chamava atenção do governador para o tipo de situação que isso criava. As unidades foram indicadas por outras pessoas”, revelou Bestene.
Sem vaidade
Nos cinco meses em que o sobrinho esteve à frente da Saúde, o deputado jamais exerceu quaisquer influência, ele disse. “Eu não ia na Secretaria de Saúde. Eu sempre usava uma pessoa amiga para levar ao secretário a reclamação da população. Eu não tenho nenhuma vaidade. A indicação não foi minha. Inclusive nós sabemos que saem nomeações para saúde e muitos querem me responsabilizar. Eu não tenho feito isso. As indicações são feitas por pessoas técnicas. Eu acho que na vida pública o crédito e o respeito tem que dado assim”, disse.
Novo perfil
Sobre a formação de equipe, a nova secretária de Saúde, Mônica Feres, que assumiu nesta terça-feira (4), disse que vai montar a sua, a seu modo, avaliando os técnicos e os chefes de departamentos a partir de reuniões que já estão acontecendo. Disse que não abrirá mão de trabalhar com pessoas da casa mas que tenham o perfil que ela deseja para a administração que pretende imprimir.
China, o todo-poderoso
Na bolsa de apostas, o que está rolando são lances sobre a permanência ou não de um certo China, todo poderoso diretor da secretaria de Saúde. Há quem diga que o rapaz de apelido asiático seria uma das causas da saída de Alysson Bestene. Dizem lá pela secretária que China é indicação de um político poderoso – embora não se revele o nome – e que quem trombar com ele, cai. É de se esperar como será o comportamento da nova secretária com o todo-poderoso.
Unidos na cadeia
Por falar em saúde, não passou despercebido o fato de o ex-secretário de Saúde do Governo Tião Viana, Gemnil Júnior, ao assumir o cargo semelhante na Prefeitura de Ilderlei Cordeiro, em Cruzeiro do Sul, ter levado, como sua secretária-adjunta, ninguém menos que sua esposa. Alguém observou que, se praticar por lá o mesmo que fez no governo do petista, o casal permanecerá juntos, e por muito tempo. Na cadeia.
Esta é a vantagem para um casal tão unido.
Não pode generalizar
Ainda sobre saúde, ao dizer que o sistema no Acre não funciona por conta de um tipo de cartel, o que teria sido inclusive denunciado por ele ao ministro Sérgio Moro, da Justiça, o governador Gladson Cameli pode ter acertado o que não mirou. Ou vice-versa, acertando a quem não está dirigindo a pontaria. É o que se depreende das declarações do deputado Roberto Duarte (MDB), que veio a público, na Assembleia, dizer que, ao falar de cartelização incluindo médicos, servidores fornecedores de medicamentos, Gladson Cameli estava colocando todos os empresários do setor em suspeição. “Isso não pode”, disse.
Nunca é demais lembrar que um dos concunhados do deputado é o principal fornecedor da Secretaria de Saúde.
Midas às avessas
Um empresário que começou a trabalhar com o fornecimento de medicamentos para a área de saúde diz, nos quatro cantos da cidade, que pagava propina para o ex-porta-voz do governo passado, o qual, por sua vez, diz que o empresário estaria envolvido na cartelização que culminou com a queda de Alysson Bestene. Esta é a típica briga de cachorro grande e que promete feder a chifre de boi queimado. É que o porta-voz quer ser a palmatória do mundo mas, ao que parece, na verdade não passa de um Midas às avessas.
Enquanto o rei mitológico transformava em ouro tudo o que pegava, o Midas local só fez merda por onde passou e seus podres estão só começando a aparecer.
Jovens democratas
Pelo menos 60 alunos de ensino médio do Colégio Acreano participam do Projeto Jovens pela Democracia, desenvolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) em parceria com a Escola Judiciária Eleitoral. A presidente do Tribunal, desembargadora Regina Ferrari, fez a abertura do evento, parabenizando os estudantes pela participação no projeto. “Teremos três encontros para aprendermos um pouco mais sobre cidadania, democracia, educação política e a importância do voto para a melhoria do nosso país”, disse Ferrari. A primeira palestra foi ministrada pela servidora da Justiça Eleitoral, Aiêza Bandeira, que falou sobre Poder e Aspectos da Organização Política Administrativa. “A educação nos dá liberdade para raciocinar e para exercer o poder que temos da melhor forma possível”, comentou.