O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (16) que, da sua parte, “está definido” que filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) será indicado embaixador do Brasil em Washington. O presidente destacou, no entanto, que ainda faltam algumas etapas antes de oficializar a indicação.
“Da minha parte está definido. Conversei com ele [Eduardo] acho que anteontem [domingo]. Há interesse. A gente fica preocupado, é uma tremenda responsabilidade. Acho que, se tiverem argumentos contrários, que não seja isso, chulo que se fala por aí. Não é nepotismo, tem uma súmula do Supremo nesse sentido”, respondeu o presidente.
Entenda as regras para indicação de embaixadores
Bolsonaro disse ainda que, entre as etapas que faltam para oficializar a nomeação está uma consulta que deve ser feita ao governo norte-americano.
“Tem um caminho todo grande pela frente. Tem um termo técnico aí para os Estados Unidos ver se têm alguma coisa contra, é natural fazer isso aí. Tem que conversar com o parlamento”, completou.
O presidente mencionou a intenção de indicar Eduardo para a embaixada na quinta-feira (11) da semana passada. Desde então, a ideia vem sendo criticada por políticos e diplomatas. A indicação, se for efetivada, ainda tem que ser aprovada pelo Senado.
Questionado se teme um desgaste com os senadores, o presidente respondeu que a Casa fizer a sabatina e não aprovar Eduardo, o deputado retomará suas atividades na Câmara e “ponto final”.
“Esquece desgaste. Se a decisão for essa, o Senado vai sabatinar e vai decidir e ponto final. Se não for aprovado, fica na Câmara”, disse o presidente.
Previdência
Bolsonaro também foi questionado sobre a articulação para que o Senado inclua estados e municípios na reforma da Previdência. Para o presidente, é preciso cuidado, já que não se pode “complicar mais” a proposta em análise na Câmara.
A proposta de emenda à Constituição (PEC) enviada por Bolsonaro ao Congresso incluía estados e municípios na reforma, que foram tirados do texto por deputados. A reforma foi aprovada em primeiro turno na Câmara e terá de ser votada em segundo turno para chegar ao Senado.
Segundo Bolsonaro, o eventual retorno de estados e municípios poderia atrasar a aprovação da reforma, já que o texto teria de voltar à Câmara. O que está em negociação é analisar uma PEC paralela, a partir do Senado, a fim de viabilizar a inclusão.
“Pelo o que estou vendo, caso essa possibilidade seja aventada, será numa PEC paralela. Porque não pode complicar mais essa PEC que está aí”, afirmou o presidente.