Governo investirá R$ 2,3 bilhões na Amazônia e abertura para o Pacífico está incluída

O superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Alfredo Menezes Junior, anunciou uma série de encontros entre o governo federal e o governo do Peru para acelerar a viabilização do que ele chamou de Rota do Pacífico, ligando o Acre aos portos peruanos de Ilo e Matarani e permitindo, de uma vez por todas, que o Brasil alcance os mercados dos países asiáticos pelo Oceano Pacífico.

Menezes Junior anunciou pelo menos R$ 2,3 bilhões em novos investimentos para a Amazônia nesta quinta-feira, 25, em Manaus, durante a 287ª reunião ordinária do Conselho Administrativo da Suframa (CAS), do qual o govenador Gladson Cameli é o presidente. Esses investimentos devem gerar um faturamento de R$ 13,6 bilhões em três anos, na região, segundo estima o CAS.

A ligação dos estados da Amazônia com a China, há anos, tem sido uma meta dos governos regionais. E no Acre, ela tornou-se medida prioritária do governo Gladson Cameli por sua política de impulsionamento do agronegócio. A rota possibilitará ao Brasil encurtar pela metade a viagem que hoje é feita, por exemplo, por portos como o de Santos, de Paranaguá e de Itajaí, no Sul e no Sudeste do país, pelo Oceano Atlântico.

A reunião da Suframa que, pela primeira vez em dez anos, recebeu um presidente da República, serve também para avaliar a inclusão de novas empresas e seus projetos na Zona Franca. Por isso, nesta edição, a reunião analisou 88 projetos, dos quais 26 já estavam sendo implantados, enquanto que os demais 62 estão nas fases de ampliação e atualização, gerando 3,5 mil empregos diretos nas linhas de produção.

“Pelo Acre está a saída logística para o maior mercado do mundo”, diz Gladson Cameli
Depois do superintendente da Suframa, o governador Gladson Cameli, na condição de presidente do CAS, foi o primeiro a fazer o seu discurso e optou por convidar o governo federal a entender melhor as potencialidades de crescimento dos estados amazônicos.

“Às autoridades federais faço o convite para que percebam a região Norte como o futuro que ela representa”, disse. “Aqui, via Rondônia e Acre, está a saída logística mais eficiente e lucrativa para o maior mercado do mundo e nosso mais importante parceiro comercial: a China”, lembrou Gladson Cameli.

E ele completou: “Vejam o Amazonas e o Pará como o maior potencial de biotecnologia do planeta, unidos pela floresta e pela capacidade científica do nosso povo. Percebam o Amapá e Roraima com as nossas avançadas fronteiras agrícolas, turísticas e diplomáticas. E o Tocantins como o exemplo de que é sim, possível, promover o crescimento através de planejamento estratégico”.

O presidente do CAS fez uma defesa da Zona Franca de Manaus com base em dados divulgados pelo jornal Correio Braziliense. “O retorno que [a zona franca] oferece à economia é evidente: a cada R$ 1 investido, este retorna em renda para a região acima do valor investido, mostrando-se, portanto, um modelo sustentável. Politicamente, também não se justificam quaisquer barreiras ao modelo, visto que, enquanto a região Norte equivale a 8,5% do total nacional de gastos tributários, o Sudeste consome 52% desses recursos”.

Cameli reitera que os dados evidenciam que a Zona Franca de Manaus não desfruta de desigualdade nenhuma em desfavor dos outros membros da federação. “Pelo contrário, inúmeros são os paulistas, cariocas, gaúchos, paranaenses, mato-grossenses, cearenses e brasileiros de outros estados que encontraram aqui, na região Norte, a sua oportunidade de vida que lhes foi negada em seus estados de origem”, destacou.

Participam também da 287ª Reunião da Suframa o presidente da República, Jair Bolsonaro; o ministro-substituto do Turismo, Daniel Nepomuceno; o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; o ministro da Economia, Paulo Guedes; e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Augusto Heleno. Estiveram presentes ainda o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, e os governadores de Roraima, Antônio Denarium, de Rondônia, Marcos Rocha, e do Amazonas, Wilson Lima.

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