Juíza coloca sob suspeita diretor do Iapen e diz que dinheiro para sistema prisional sumiu

A juíza da Vara de Execuções Penais, Luana Campus, ocupou nesta quarta-feira (3), praticamente todos os programas de entrevistas nas emissoras de TVs locais para rebater o que ela denomina de uma orquestração para denegrir a sua imagem por parte do diretor Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen/AC), Lucas Gomes e o Secretário de Segurança Pública do Acre, coronel Paulo César.

Cedo da manhã, no programa Bom dia Rio Branco, ela disse o coronel já a teria destratado em reuniões recentes pelo fato de não aceitar ordens de uma mulher. “Fui discriminada”, disse ela.

Juíza Luana Campos/Foto: reprodução

Já na TV Gazeta, a magistrada colocou sob suspeita o próprio diretor dos presídios, Lucas Gomes, ao dizer que “alguém tem que investigar para onde estão indo ou sendo aplicado os recursos que chegam do governo federal para o sistema prisional do Acre. Ninguém sabe para onde esse dinheiro está indo ou sendo aplicado. Eu não sei”, disse.

Luana Campus, alfinetou ainda Lucas Gomes, dizendo que o mesmo não tem qualquer qualificação para ocupar o cargo. “Ele não é bacharel em Direito e não entende absolutamente nada de Leis de Execuções Penais”, disparou a juíza.

Em relação as atuais medidas tomadas por ela, como por exemplo liberar lanches, rádio e tvs para os presos nas celas de um pavilhão de um dos presídios da capital, e estender os horários de visitas íntimas, a magistrada disse que a sociedade tem que cobrar dos políticos que fazem as Leis e não a ela.

“Sou uma juíza e faço fazer valer as Leis vigentes. Eu não faço as leis. Eu apenas cumpro e determino o que dizem as leis postas. Mas quem faz essas leis são os políticos e é deles que a sociedade deve cobrar, não de mim”, esclarece ela.

Sobre os métodos que vêm sendo adotados pelo sistema atual prisional do Acre, Luana Campus, afirmou que os presídios do estado têm se tornado uma verdadeiras oficina do diabo.

“Os presos não fazem nada dentro dos presídios. São ociosos e não há qualquer tarefa para ocupá-los enquanto cumprem suas penas. Sem fazer nada, passam o dia arquietando, seja uma fuga ou elaborando como praticar novos delitos. Mente vazia é oficina do diabo”, finalizou a juíza.

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