O Acre foi um país, com direito à bandeira, governo, povo, território, serviço postal. Em 14 de julho de 1899, o Acre, que vivia um impasse entre ser brasileiro e boliviano, foi declarado independente e virou a República do Acre.
Naquela época, por um tratado, o Acre pertencia à Bolívia. Porém, com o ciclo da borracha, muitos brasileiros migraram para esta terra e por causa disso, houve um impasse entre os dois países pelo território.
Bandeira Original da República do Acre ou Estado Independente do Acre/Foto: reprodução
“SE A PÁTRIA NÃO NOS QUER, CRIAMOS OUTRA”
De um lado, a Bolívia alegava que os brasileiros invadiram uma região que era dela, e do lado de cá, o Brasil não reconhecia a região como boliviana.
Os brasileiros, vindos de vários pontos do Brasil e que lá já haviam fixado residência, não aceitavam a situação e foi aí que o espanhol Luis Gálvez Rodrigues de Arias, proclamou então o Estado Independente do Acre (República do Acre), proferindo a conhecida frase: “Já que a Pátria não nos quer, criamos outra”, que inclusive está escrita na Bandeira do Acre que acompanha a sua estátua em frente à Assembléia Legislativa de Rio Branco, no Centro da Capital.
Estátua de Gálvez, em frente à Aleac/Foto: reprodução
Assim, um pedacinho da Amazônia entre a cordilheira dos Andes e a maior floresta tropical do mundo, se torna um país com 13 mil habitantes de nacionalidade brasileira entre indígenas, nordestinos e árabes e Luis Gálvez se tornou o presidente da República do Acre.
Parece simples contando assim, mas é apenas o início de uma história longa, cheia de idas e vindas, empates, guerras e revoluções que acabou somente em 1903, por meio do Tratado de Petrópolis quando o Acre foi anexado definitivamente ao Brasil e o Estado Independente acabou dissolvido.
“NÃO EXISTE UM PAÍS SEM SELO”
Para comemorar os 120 anos do Estado Independente do Acre, os Correios relançaram um selo comemorativo, o Selo Gálvez, que foi criado por Luis Gálvez para a República do Acre, afinal, ” “Não existe um país sem selo”.
O gerente da Agência Central de Correios no Acre, Eliel da Costa, disse que “o selo, que foi aprovado pela União Postal Mundial, está disponível na Agência Central dos Correios de Rio Branco para quem tiver interesse”.
